33. Definhando...

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Léo


Eu não me sinto nada bem, tudo que eu como me deixa mal, tudo que faço me deixa mais pra baixo ainda. Eu amo tocar e cantar, mais eu não me sinto bem nem fazendo mais isso. Eu não sei o porquê disso tudo, eu sei que o amo mais isso já é exagero, eu não consigo fazer mais nada sem ele por perto, me acustumei a estar ao seu lado, mesmo que ele nunca venha a gostar de mim como eu gosto dele, mas eu não consigo ficar com essa angústia. Ele sumiu e não deu notícias isso é o que mais me preocupa, ele pode ter tido uma crise seria e se matado. Não isso não aconteceu eu tenho que tirar isso da cabeça, porque se essa hipotese estiver certa eu acho que acabo morrendo junto.

É engraçado como as coisas são. Você nunca sabe quando vai dar um último abraço, quando vai ver um último sorriso, quando vai ouvir pela última vez apelidos fofos mas que você finge odiar, porque se gostasse daria na cara o quão é apaixonado pela pessoa você está. Pensando hoje eu vejo que eu não aproveitei o suficiente sua companhia, queria ir em mais coisas que ele me chamou, queria ter o abraçado mais, queria dizer que pudia me chamar do que quiser que eu não me importava, queria dizer que amo seus passos de dança, falar o quão incrível ele é, queria outra noite como aquela. Não exatamente como aquela já que ele estava mal, mas a parte de durmimos juntos eu queria sim.

Eu só durmo na sua cama agora, eu vou até seu guarda roupas pego uma de suas camisas, visto e deito na cama, seu cheiro me faz durmir pelo menos um pouco. Eu não ando dormindo bem, como o Thiago disse eu estou praticamente definhando. Eu sei ele não falou por mal, estava tentando me animar mesmo estando mal também, ele falou que eu não podia continuar assim, que eu precisava ficar forte pra quando ele voltar. Eu sei que ele tá certo, mais eu não quero, eu não quero mais nada, tudo perdeu a cor pra mim, a comida perdeu o sabor, e a música não faz mais sentido.

Esses sentimentos não são por causa do meu amor por ele, o amor é uma coisa linda então não poderia ser prejudicial, esses sentimentos são pela preocupação, pelas incertezas, pelo que não é dito. Eu juro que se ele aparecer eu faço o que for pra tá da seu lado. Não vou o largar nunca, vou sempre ser seu amigo por mais babaca que ele possa ser, vou estar ali pra o ajudar em tudo, até mesmo a ficar com quem ele quiser, mesmo isso me matando por dentro, eu só presciso que ele volte e que esteja bem.

O quarto fica tão vazio sem ele, na verdade a minha vida fica vazia sem ele. Eu vou conseguir ficar ao seu lado sem falar nada. Nem que eu comece a namorar alguém, tipo o Henrique pra esquecer esse sentimento, porque preciso dele comigo, não importa como.

As aulas já começaram tem 2 semanas, ele teria muita matéria pra pegar ainda, fora que com certeza teria que fazer trabalhos extras, pelo menos no time Miguel comanda tudo até ele chegar. Ainda bem que não é Petter, sem Renato aqui eu achei que ele ia me bater novamente mas os meninos estão sempre me protegendo, não só os que eu ando, os do time também, eles parecem que tomaram as dores de Renato, bem é isso que um time faz não é? Eles comentam que sentem falta do capitão, e eu sinto meu coração se quebrar cada vez mais, só de pensar que nunca mais vou vê-lo meu estômago embrulha.

Depois de muitas tentativas consigui terminar de fazer meu trabalho de biologia. Eu e Nath vamos o apresentar juntos. Depois da apresentação a professora começou a fazer perguntas sobre a matéria pra ver se realmente havíamos estudado. De repente tudo começou a ficar escuro, eu senti muita fraqueza, meu coração doía e tudo estava confuso, essa foi a última coisa que senti antes de desmaiar na frente de todo mundo da sala.

Quando acordei na enfermaria, estava morrendo de vergonha, Nath estava ao meu lado, segurando minha mão, e estava visivelmente preocupada. Depois de um tempo, o médico chegou, e ele e Nath conversavam como se eu não estivesse ali.

-Já sabem o porque dele ter desmaiado? - Nath perguntou ou médico sem largar minha mão.

-Sim, ele está anêmico, com desidratação e desnutrição. Ele perdeu peso recentemente? - ele perguntou com muita calma.

-Muito, já faz um mês que ele vem emagrecendo assim - Nath dizia chocado pelo que o médico havia dito.

-Que exagero Nath, eu tô bem, só emagreci uns 12 kilos. - disse encomodado com aquela conversa.

-Bem é tudo que você não está senhor Ruiz, isso pra sua idade é muita coisa, ainda mais que o senhor não faz exercícios físicos - provavelmente Nath tinha contado isso a ele - você prescisa se cuidar, vou passar uma dieta balanceada, alguns remédios pra tomar essa semana, beba tudo direitinho e siga a dieta, além de muita água. Certo? - ele disse olhando pra mim e apenas assenti com a cabeça.

-Pode deixar comigo doutor, se ele não seguir a risca o que senhor passou eu mesmo enfio tudo guela abaixo dele. - ela disse no seu tom autoritario, já sabia que se não seguisse estaria numa fria.

O doutor saiu nos deixando sozinho, podia ver que Nath estava muito brava, e preocupada também, ela é minha melhor amiga sei que se preocupa. Sabia que assim que o médico saísse ela ia me dar uma bronca daquelas, mas ela ficou calada. Só depois que o médico passou todas as coisas e me deu alto ela começou a bronca. Ainda me ajudando a me levantar e colocar os sapatos e a jaqueta.

-Você vai seguir cada uma das orientações médicas Léo, você vai comer, vai beber água e vai tomar seus remédios. Onde já se viu chegar nesse ponto Léo, você tá definhando na frente dos olhos de qualquer um. Não pode continuar assim - ela disse brava enquanto amarrava meu tênis.

-Eu sei Nath, e eu vou, já ouvi a bronca do médico, não precisa me dar uma você também. - eu disse me levantando com muita dificuldade.

-Preciso sim, e claro que você vai comer ou eu menso te mato com as próprias mãos, porque não está comendo ? - ela perguntou abaixando o tom de voz.

-Eu só não sinto fome Nath, tudo que eu como tem gosto ruim - eu disse abaixando a cabeça.

- Léo você é quem mais sente fome nessa vida - ela sorriu e eu também, até algumas semanas atrás era verdade - se não te impedir você come tudo pela frente, isso não e pela comida. Isso é por causa do Renato não é ? - ela perguntou e eu não respondi nada - Você não pode ficar assim por causa dele Léo, ele não tá aqui, e você não tem nada. - ela disse com carinho na voz mas aquilo me machucou.

-Eu sei muito bem disso, você não prescisa me lembrar, só eu sei o quanto é horrível sentir isso e não pode dizer, é horrível. Eu não consigo ficar sem ele, ele se tornou tudo pra mim, essa preocupação com ele tá acabando comigo, eu sei de coisas que vocês não sabem e é isso que me deixa mais agoniado, eu não sei como agir ou viver sem ele. Eu sei que é exagero não precisa falar, mas eu me sinto assim. É um vazio enorme no meu peito. -disse colocando toda dor pra fora e comecei a chorar.

-Eu sei que é dificil meu bem, olha tenta comer tá bom, ele vai aparecer você vai ver, uma hora outra a gente vai ter notícias- ela disse passando a mão nas minhas costas.

-Eu vou comer, vou me cuidar eu prometo. Eu só queria saber se ele tá bem, se ele tá feliz, eu só queria ouvir ele me chamando daqueles apelidos ridículos mais uma vez, ver ele e poder abraça ele bem forte - eu disse e Nath me abraçou. Antes que Nath pudesse dizer qualquer coisa,uma voz vindo da porta nós fez separar na hora.

-Então olha pra trás pequeno - Renato disse e abriu o um sorriso olhando pra mim e eu quase desmaiei denovo.

Amigos ou Inimigos ? - Leonato Adaptation [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora