Capítulo 8

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                               Sem entender direito o motivo da fúria, Paulo tentou afastar a mão que o segurava forte o ombro.

— Qual é cara? Quem é você e por que essa agressividade toda?

— Eu sou o homem de Ludi, a mulher que você vai respeitar e manter distância.

— Calma cara, eu só brinquei. Ela é minha amiga.

— Machismo não é brincadeira e você precisa rever o significado de amizade — sem esperar resposta, Eri foi levar suco para Ludi e amigas.

— O que foi isso? — Paulo questionou.

— Foi simplesmente um namorado demonstrando o quanto você precisa mudar — Ailton respondeu.

— Eu não queria ofender. Apenas fiquei surpreso com a aparência dela.

— Como Lu enfatizou, Tiquinho sempre foi linda assim. Você era apenas mais um bobo a não reparar. Rotularam de Solti e não valorizaram.

— Ela sempre foi meio estranha. Deve ser por isso que não tivemos a chance de observá-la.

— Fale por você, sempre soube o quanto ela é especial. O que você considera estranho, eu chamo de preciosidade.

Não querendo estender mais a discursão, Paulo despediu do colega alegando ir colocar a mochila no quarto, trocar de roupa e entrar no clima do resta da turma.

Os organizadores do evento realizaram pequenas competições com direito a prêmios e castigos. Eri inscreveu sua parceira no campeonato de peteca, mesmo sob os frenéticos protestos dela.

— Como pôde? Olha o meu tamanho?

— Não é voleibol. Não há necessidade de bloqueio.

— Mesmo assim.

— Você já brincou de peteca?

— Brincar sim, jogar com rede, nunca.

— É a mesma coisa. Você só tem de mandar a peteca para o outro lada da quadra.

— Vai ser um desastre; funesto, fracasso, catástrofe, disastro.

— Nada disso. Vamos arrasar e caso isso não ocorra, não tem problema, pois será divertido.

Graças a insistência de D'Julio, Eri se tornou um jogador de peteca razoável, o que era o bastante para ganhar dos demais participante. Ele corria por toda a quadra, nas jogadas mais simples, permitia que Ludi rebatesse. A cada ponto conquistado, ele se deleitava com os gritinho de contentamento de sua parceira. Ela era o retrato da alegria executando a dança da vitória sempre que a peteca caia no campo adversário.

Não foi raro, Eri flagrar olhares masculinos secando o bumbum de sua parceira. Mesmo ela optando por usar a camiseta dele, por ser maior, no decorrer da partida a peça de roupa acabou presa na parte de baixo do biquíni. Nunca ele iria reclamar sobre a escolha da roupa de uma mulher, caso fizesse isso, levaria uma severa reprimenda de sua mãe. Agora, evitar sentir ciúmes era outro história. Infelizmente, um problema exclusivamente dele.

Após três partidas de apenas um set cada uma, Ludi e Eri foram declarados campeões, com direito a pódio e espumante.

— Beijo, beijo, beijo! — Luciana puxou o coro que foi acompanhado pelos demais participantes.

MERO CLICHÊ DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora