Capítulo 20

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                    Ludi foi direto do aeroporto à construtora, Rochester a enviou mensagem sobre um novo projeto e a pessoa queria conversar pessoalmente com ela.

A reunião foi estimulante, pois era de uma comunidade assentada que deseja construir uma biblioteca totalmente sustentável. Até mesmo o acervo seria adquirido por campanhas de estudantes e redes sociais. A professora responsável, por coincidências da vida, era de Uberaba, que fez faculdade em Montes Claros e decidiu firmar residência. A conversar demorou e Ludi pediu almoço para os três. Esses se comprometeram encontrar com estudantes de arquitetura para juntos elaborarem um projeto adaptado as necessidades da comunidade, pois a professora já havia entrado em contato com a instituição de ensino.

Já passava das 16h quando Ludi chegou em casa. Diadorim, como prometido, estava curtindo preguiça na cadeira da varanda.

— Rabugenta linda, aposto que você sentiu minha falta — a tutora brincou ao pegar a gata no colo — Não adianta fazer essa cara de indiferença.

Ludi a levou ao quarto enquanto tomou um banho rápido e vestiu biquíni, pois desejava dar um mergulho. Novembro é o mês que faz todos recordarem o quanto o Norte de Minas pode ser quente.

— Sei que você está louca para saber como foi minha semana. Mas vai ter de esperar um pouco — Ludi afagou a barriga de Diadorim — O que eu posso adiantar é que fui beijada novamente. Não me olhe assim, você também iria gostar de ser beijada por ele. E por falar nisso, vamos abrir a mala. Ele me deu um presente surpresa e disse para ver somente quando eu chegasse em casa.

Ludi buscou a bolsa de viagem e retirou o embrulho. Quando abriu, ela foi surpreendida com uma mochila para transportar gatos, uma garrafa especial de água e alimentação acoplada e um exemplar do livro Grande Sertão: Veredas.

— Acredito que o presente é endereçado a você — Ludi mostrou tudo a Diadorim — Venha, vamos experimentar — Está parecendo uma astronauta olhando pela janela da nave. Vamos tirar uma foto e mandar para mamãe ver.

Ludi tirou várias fotos da gata com os presentes. Além de enviar as imagens para sua mãe, ela também mandou algumas poses para Eri, quando ele compartilhou a leitura do dia.

Era manhã de sábado e Ludi já estava pronta para receber Cézar Costa em sua casa, quando Eri enviou um poema Tomara, de Vinícius de Moraes. Fazia mais de quinze dias que ela havia retornado de Belo Horizonte e toda manhã recebia um poema. Ela continuava sem emitir comentário e ele parecia não se importar.

A equipe de Cézar interrompeu os pensamentos de Ludi. Eles trouxeram alguns itens de decoração, porque seria complicado fazer isso na sexta-feira, porque ela trabalhava o dia todo. Cadeiras, mesas e alguns suportes foram armazenados em uma parte da área da piscina e os rapazes despediram ao avisar que fariam a ornamentação no próximo sábado, pela manhã.

A terça-feira iniciou com uma Ludi sorridente, animada e antes das sete da manhã ela estava em uma obra, acompanhamento o andamento. Por correio eletrônico, enviou documentos sobre uma nova licitação e em seguida, foi a construtora reunir com Rochester, ficando livre as nove horas em ponto para ir ao aeroporto receber as irmãs. O mais legal disso tudo, segundo a própria Ludi, foi ter a companhia de Diadorim.

— Fala sério, você nunca passeou tanto assim, nem mesmo com mamãe! — Ludi conversou com a gata — Você deveria agradecer esse presente.

— A mochila é bem legal — O taxista elogiou — Essa é a primeira vez que sai com ela assim?

— Não, nós já havíamos dado pequenos passeio. Mas hoje, ela conheceu onde trabalho e agora vamos buscar minhas irmãs. É bem capaz de ficar viciada em sair — Ludi brincou com a gata que a observava pela claraboia da bolsa.

MERO CLICHÊ DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora