— Consegui?
— Conseguiu me enxergar — Ludi respondeu com lágrimas nos olhos — Neste tempo todo, eu fui para você apenas a projeção da imagem que você criou em nosso primeiro telefonema.
— Não!
— Sim. Só escute — Ludi pós os dedos sobre os lábios de Eri — Quando conversamos e você notou o engano, acreditou que eu poderia precisar de ajuda e prontamente vestiu uma armadura de herói. Essa vestimenta impossibilitou que me enxergasse e desde então, mesmo se apaixonando por minhas qualidade, entre elas, todas as minhas curvas — Ludi sorriu — Eu sei que adora quando sacudo a minha bunda.
— Certamente — Eri gargalhou — Continue
— Mesmo apaixonando por tudo isso, você ainda não tinha conseguido me enxergar. Hoje você fez isso.
— Perdão por ter demorado tanto?
— Obrigado por consegui!
— Obrigado por me permitir ser uma pessoa melhor.
— Essa conversa pode terminar com beijos? — Ludi perguntou animada.
— Quantos você desejar.
— Não vamos ter dedos suficientes aqui na festa para contar — Ludi respondeu sorrindo.
— Mas antes, preciso buscar seu presente.
— Minhas irmãs são as aniversariantes.
— Os delas já estão no aparador, junto aos demais — Com um gesto discreto, Eri chamou a atenção do pai, que entrou imediatamente na casa.
— Você pode me entregar depois — Ludi falou esperançosa.
— Um instante — Eri riu ao entender a indireta de sua baixinha e deu um suave beijo em seus lábios — É rapidinho.
Antes de encontrar o pai na varanda, Eri pediu para abaixar o som. De longe Ludi o viu trocar algumas palavras com o pai e retornar praticamente andando de costa para que ela não pudesse ver.
— O que é? — Ela gritou.
— Shhh! — Eri pediu ao se virar para Ludi, que tinha atenção de todas as pessoas da festa.
— Oh meu Deus! Oh meu Deus! — Ludi sussurrou — É para mim? Posso pegar?
— Sim e pode — Eri respondeu entregando um filhote de cachorro, na cor caramelo — Conheça Riobaldo.
— Riobaldo? — Sorriso e lágrimas brilharam no rosto de Ludi — Este menininho lindo é Riobaldo?
— Isso. Mas preciso alertar que este menininho, segundo informações da ONG onde o adotei, vai virá um garotão.
— Não tenho dúvida. Olha o tamanho dessa pata e desse focinho quadrado — Ludi fez carinho no bichinho que devolveu com inúmeras lambidas no rosto — Precisamos o apresentar a Diadorim.
— Bom, quanto a isso você não precisa preocupar. Eles já se conhecem.
— Já? Quando?
— Ontem. Ele ficou aqui na parte da tarde e talvez, repare bem o que estou dizendo, "talvez", ele seja o motivo de Diadorim ter grudado em você.
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MERO CLICHÊ DE AMOR
RomanceCom apenas 28 anos, Ludi é a engenheira chefe de uma das construtoras mais importante de sua cidade. Apesar de ser adepta da vida tranquila, ela resolve fazer uma grande loucura, após confirmar presença à festa de reencontro de sua turma de faculdad...