Capítulo 26

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            — Consegui?

­— Conseguiu me enxergar — Ludi respondeu com lágrimas nos olhos — Neste tempo todo, eu fui para você apenas a projeção da imagem que você criou em nosso primeiro telefonema.

— Não!

— Sim. Só escute — Ludi pós os dedos sobre os lábios de Eri — Quando conversamos e você notou o engano, acreditou que eu poderia precisar de ajuda e prontamente vestiu uma armadura de herói. Essa vestimenta impossibilitou que me enxergasse e desde então, mesmo se apaixonando por minhas qualidade, entre elas, todas as minhas curvas ­— Ludi sorriu — Eu sei que adora quando sacudo a minha bunda.

— Certamente — Eri gargalhou — Continue

— Mesmo apaixonando por tudo isso, você ainda não tinha conseguido me enxergar. Hoje você fez isso.

— Perdão por ter demorado tanto?

— Obrigado por consegui!

— Obrigado por me permitir ser uma pessoa melhor.

— Essa conversa pode terminar com beijos? — Ludi perguntou animada.

— Quantos você desejar.

— Não vamos ter dedos suficientes aqui na festa para contar — Ludi respondeu sorrindo.

— Mas antes, preciso buscar seu presente.

— Minhas irmãs são as aniversariantes.

— Os delas já estão no aparador, junto aos demais — Com um gesto discreto, Eri chamou a atenção do pai, que entrou imediatamente na casa.

— Você pode me entregar depois — Ludi falou esperançosa.

— Um instante — Eri riu ao entender a indireta de sua baixinha e deu um suave beijo em seus lábios — É rapidinho.

Antes de encontrar o pai na varanda, Eri pediu para abaixar o som. De longe Ludi o viu trocar algumas palavras com o pai e retornar praticamente andando de costa para que ela não pudesse ver.

— O que é? — Ela gritou.

— Shhh! — Eri pediu ao se virar para Ludi, que tinha atenção de todas as pessoas da festa.

— Oh meu Deus! Oh meu Deus! — Ludi sussurrou — É para mim? Posso pegar?

— Sim e pode — Eri respondeu entregando um filhote de cachorro, na cor caramelo — Conheça Riobaldo.

— Riobaldo? — Sorriso e lágrimas brilharam no rosto de Ludi — Este menininho lindo é Riobaldo?

— Isso. Mas preciso alertar que este menininho, segundo informações da ONG onde o adotei, vai virá um garotão.

— Não tenho dúvida. Olha o tamanho dessa pata e desse focinho quadrado — Ludi fez carinho no bichinho que devolveu com inúmeras lambidas no rosto — Precisamos o apresentar a Diadorim.

— Bom, quanto a isso você não precisa preocupar. Eles já se conhecem.

— Já? Quando?

— Ontem. Ele ficou aqui na parte da tarde e talvez, repare bem o que estou dizendo, "talvez", ele seja o motivo de Diadorim ter grudado em você.

MERO CLICHÊ DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora