Capítulo 9

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       Eri dispensou o uso da gravata. Vestiu um terno preto risca de giz, que o deixou com cara de modelo italiano. Bom, pelo mesmo era isso que os amigos diziam quando ele precisava vestir mais formal. A pedido de Ludi, ele a esperou no rol do hotel, pois queria o quarto livre para se arrumar com tranquilidade.

Quando as portas do elevador se abriram, Eri perdeu a noção de tudo que acontecia a seu redor. Ludi, diferente do que afirmara, estava longe de se parecer uma miniatura de adulto. Ela era uma mulher magnifica, capaz de conquistar tudo e todos. O vestido nude, com um decote quase a altura da cintura valorizou os seios e o seu tom de pele, a deixando mais bronzeada. A saia evasê destacou ainda mais a sensualidade, uma vez que o tecido acentuou os leves movimentos do quadril ao andar até Eri.

— Gostou? Porque eu gostei do que vejo. Você está sedutor, aliciante, atraente, arrebatador, deleitável, atraente, delicioso...

— Não sei o que dizer, porque ainda a estou vendo em câmera lenta. Cada gesto seu é cena de filme. Seus cabelos só não estão agitando ao vento por estarem presos. Mas a sensação divina da imagem é a mesma.

— Eu sei. Também me sentir como mocinha de filme romântico e você combina com esse enredo.

— Se não fosse borrar a sua maquiagem, eu seguiria o roteiro a beijando apaixonadamente.

— Ser beijada apaixonadamente, fervorosamente, intensamente, entusiasticamente pode ser bom — Ludi comentou sorrindo — Meu batom não borra.

— Não podemos deixar o momento passar — Eri comentou sorrindo, antes de puxá-la para um beijo que começou suave e depois passou a ser descrito como os sinônimos usados por Ludi.

— Desculpem interrompê-los. Mas caso não faço agora, corremos o risco de vocês voltarem para o quarto e perderem o baile — Denise os repreendeu.

— E não podemos deixar isso acontecer — Eri respondeu exibindo um amplo sorriso — Vamos minha "Linda Mulher", há outros roteiros esperando por nós. Bailes sempre são cenários para contos de fadas.

— Aqui dentro podemos ter mais beijos apaixonados?

— Quantos você quiser.

— Isso é bom.

Antes de Ludi falar os sinônimos que povoavam sua mente, Ailton e família os acenaram, apontando que estavam na mesma mesa.

Eri elogiou as crianças, ressaltando o quanto estavam elegantes. Essas demonstraram a alegria ao levantar e rodopiar para que ele as pudessem ver melhor.

Ailton fez questão de dizer que as mulheres mais belas ocupavam a mesa deles.

— Minha esposa é uma rainha sempre, e hoje conseguiu o milagre de se superar. Tiquinho de gente provou que pode ser a mulher que rouba o fôlego de todos os marmanjos — olhando para a filha, continuou — e a minha gatinha é a promessa de que vou ficar com os cabelos brancos, antes da hora.

O garçom atendeu a mesa servindo vinho a todos os adultos, menos Eri, que seguiu as crianças no suco.

— Não vai beber? — Ludi questionou em um sussurro que somente Eri pode ouvir.

— Não. Serei o motorista da rodada, pronto para atender quando precisar.

— Não vamos precisar de motorista. Nosso quarto está a alguns andares acima.

MERO CLICHÊ DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora