Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O prefeito que aprenda. O doutor. O presidente é que precisa saber ler o que assinou. Eu é que não vou baixar a minha cabeça para escrever.
- Contos Negreiros, Marcelino Freire.
Olho fixamente a tinta negra.
O cheiro impestiante que inalo,
O estalo ausente nesse meu cérebro.
Obstruído é o canal da letra.
Mansa gente, a de cabresto curto.
Massa pastosa e sebenta; sou parte.
Matemática: coisa da elite.
Mantêm assim, que é cada vez mais lucro.
Rabisco, com o casco, um poema.
Riscos, sem palavras, silêncio meu.
Repentino, retiro minha venda.
Sou nessa caminhada, burro teu.
Seu Caeiro moderno; mestre d'álma.
Sistema mau, aqui é Irineu.
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Ecos do último coração irracional
Cerita PendekColetânea de contos e poemas dos mais variados temas e tamanhos.