Go Drama Club!

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[jikook + colegial + nerd x popular] 

🎭

Estar naquele colégio era como viver em um filme como High School Musical, chegava a ser um pouco bizarro.

Normalmente as pessoas que eram mais populares pertenciam ao time de: insira aqui qualquer esporte sem muita graça de sua preferência, mas ali, incrivelmente, os populares pertenciam ao clube de teatro. Pois é, eu disse que era bizarro. Mas enfim, isso foi só pra contextualizar o que vem a seguir.

Eu bem estava feliz e contente na biblioteca quando notei uma presença que me incomodava demais me encarando. Um rapaz loiro que eu só reconheci porque bem, era difícil não saber quem era Park Jimin. Todos achavam ele incrível porque, segundo boatos, era um grande dançarino e um ótimo cantor, o que dava a ele os melhores papéis nos musicais. Eu claramente não me importava, musicais não eram o meu estilo. O dia no qual resolvessem fazer um musical com viagem no tempo, carros voadores ou lutas épicas no espaço talvez eu considerasse assisti-los.

O fato era que eu, Jeon Jeongguk o nerd da sala e provavelmente a pessoa mais invisível de todo o colégio, estava sendo encarado pelo cara bonitão e popular e aquilo estava me assustando. Por um momento pensei que minha vida estava em jogo e ele queria me matar, mas quando passei meu olhar por ele rapidamente pude vê-lo sorrir. E não foi um sorriso do tipo "eu te odeio e você vai se ver comigo na saída" foi algo mais simpático e muito menos ameaçador, eu diria que até mesmo muito bonito visto que os olhos dele se tornavam apenas riscos quando os lábios se curvavam; de qualquer forma eu estava apavorado.

Saí do local sem pensar muito, eu só queria fugir dele, do olhar intenso e do sorriso indecifrável. Eu estava gelado de tanto pânico.

Alguns dias se passaram e de alguma forma a presença do loiro começou a se tornar mais frequente a minha volta. No refeitório eu o pegava encarando minha mesa, no corredor ele chegou até mesmo a esbarrar em mim e eu realmente me senti sufocado quando no pátio enquanto lia descontraído Isaac Asimov, o peguei me observando por trás do livro ao erguer um pouco os olhos e fitá-lo desconfiado. Novamente aquele sorriso e dessa vez um aceno que me fez estremecer. Afinal o que ele queria comigo?

De repente me peguei fantasiando se aquilo era algum tipo de pegadinha ou aposta como naquelas comédias românticas onde pagam o popular caso ele consiga conquistar a garota tímida e "feia" — segundo os padrões desnecessários dos estudantes irritantes e cheios de hormônio — e levá-la ao baile.

Mas nós não teríamos baile e eu não era uma garota.

Com isso decidi enfrentá-lo. Qual é, até mesmo nerds tímidos têm seus limites. Ele ficou um tanto surpreso quando cheguei falando em frente a todos seus amigos que até mesmo riram de mim.

— Por que você não para de me encarar? Eu te fiz alguma coisa?

Eu estava tremendo por dentro, mas tentava não demonstrar todo meu nervosismo ou desmaiaria ali mesmo. O livro era apertado com tanto firmeza em minha mão que eu temia amassar as folhas protegidas apenas pela capa brochura.

Jimin ergueu seu olhar para mim e sorriu. Sorriu novamente daquele jeito bonito, mas era a primeira vez que o via tão perto e isso me fez corar involuntariamente. Sentir meu rosto queimar apenas me deu ainda mais vergonha de toda a situação.

— Não... Na verdade eu só queria ser seu amigo. — Sem dizer mais nada, ele se levantou e começou a andar, eu pensei que ele só me deixaria para trás, mas logo seu olhar evidenciou que o desejo dele era que eu o seguisse e eu fui feito um bobo curioso atrás dele.

— Isso é algum tipo de brincadeira? — Perguntei desconfiado e ele negou, parando próximo a uma árvore um pouco mais afastada do centro onde todos se encontravam no momento.

— Não... Olha, desculpa se te assustei, mas eu não sabia como falar com você. — Por um momento ele pareceu tímido e eu estranhei, já que ele estava sempre cercado de tantas pessoas. Parecendo perceber minha confusão, ele continuou. — Você me deixa nervoso.

— Que? Como assim? Olha, desculpa se eu te irritei, mas eu não fiz nada, e...

— Não nesse sentido. — Cortou, rindo baixo e negando com um sacudir da cabeça. — Nervoso porque eu não sei como me aproximar. Você é tão inteligente e... bonito. — Ele desviou o olhar ao dizer aquilo e os meus olhos se arregalaram sem acreditar. — Eu me sentia nervoso só de pensar em falar alguma besteira e você me odiar.

Eu estava completamente sem reação, meus olhos mantinham-se arregalados e ele, percebendo que eu provavelmente tinha congelado, tocou meu ombro para chamar a atenção.

— Eu sei que você provavelmente não gosta de musicais, mas vai ter uma peça essa noite e eu gostaria que você fosse. — Ele me entregou um panfleto que anunciava o musical chamado Um Violinista no Telhado. Encarei o papel por alguns instantes e então ergui meu olhar, confuso. — Bem, se você quiser, depois da peça eu pensei que a gente poderia sair e comer alguma coisa. Mas só se quiser... Eu já disse isso?

Ele parecia atrapalhado e eu o considerei fofo. Sem saber muito bem o que responder, eu guardei o panfleto e o encarei, ainda um tanto perdido.

— É... Eu vou ver se dá, eu não sei se estou livre hoje, mas qualquer coisa eu apareço. — As palavras saíram um tanto emboladas, me causando arrependimento instantâneo.

— Sério? — A voz saiu um tanto animada demais e quando ele percebeu, baixou o tom que havia se elevado. — Quer dizer, legal. Espero poder te ver hoje então, Jeon.

— Kook. — O olhar sobre mim foi confuso, então eu só sorri e esclareci. — Pode me chamar de Kook.

— Oh. Kook... Tudo bem, então. Eu sou o Jimin, oi.

Tive que segurar a risada ao concordar com a cabeça e confirmar que sabia disso, o que apenas o deixou mais nervoso.

Quando Jimin finalmente se afastou eu fiquei olhando suas costas enquanto ele se dirigia novamente até os amigos. Sorri um tanto bobo, quem diria que o garoto bonito e popular poderia ser tão adorável e atrapalhado. Peguei o panfleto e o olhei mais uma vez. Dei de ombros.

Aparentemente o dia no qual me fariam ver um musical havia chegado e apesar de não ser uma obra de ficção científica, algo me dizia que a noite poderia ser muito interessante. 

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Mais uma história clichê curtinha. Confesso que não gostei muito do resultado, mas eu não consegui melhorar :< De qualquer forma espero que a Bárbara tenha achado ela ao menos legalzinha.

É isso, até a próxima. 

Letter for you • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora