Capítulo 12

17 3 0
                                    

Mais de um mês se passou e Carlos ainda não tinha recebido sinal da Luana. Decidiu não esperar mais pelo sinal dela porque o deixava pensativo.

As coisas no trabalho iam bem. Carlos tinha conquistado a confiança dos supervisores, era um operador exemplar, não faltava e não se atrasava,  eles tinham transporte da companhia que os levava ao trabalho sempre na hora, chegavam lá alguns minutos antes do primeiro turno sair e Carlos usava o transporte disponibilizado todos os dias para evitar os atrasos.

O trabalho de digitalização que eles faziam, era mais fácil quando em cada máquina estivessem dois operadores a trabalhar juntos. Um era responsável por preparar os documentos a ser digitalizados e o outro era responsável por controlar as imagens que passavam no computador.

Infelizmente, Carlos tinha um parceiro muito fresco, ele fazia as coisas como ele quisesse e quando quisesse, quando ele decidia ficar relaxado, Carlos fazia o trabalho dos dois. Isso começou quando todo o grupo ficou sabendo que o Carlos era o mais novo e como mais novo devia fazer tudo sem reclamações. Os supervisores não notavam isso mas Carlos nunca pensou em se queixar, apesar de tudo, o considerava um amigo que por sinal não estava preparado para trabalhar com seriedade mas precisava do trabalho e sem contar que as coisas ficariam piores para Carlos, porque se sentiria culpado se o parceiro acabasse perdendo o trabalho.

O tempo foi passando e ficou notório que a maioria não levava o trabalho a sério, Carlos fazia parte dos que iam lá para trabalhar e mais nada, alguns o chamavam de emocionado por aquele ter sido o seu primeiro emprego e por ser mais novo. Usavam a idade dele para justificar que ele só levava o trabalho a sério porque era um miúdo que seguia as regras estritamente e tinha medo de quebrar a mais simples de todas.

Carlos era o mais novo de todos mas a incompetência de alguns que deviam dar exemplo, o decepcionava. Eles ficavam dizendo que Carlos era um medroso mas Carlos achava que eles sim, tinham problemas. Mesmo com a Idade que tinham, não se mostravam responsáveis quanto deviam. Costumavam ir ao intervalo antes da hora e voltavam depois da hora, viviam sempre desafiando os superiores por eles terem se mostrado muito pacientes no início e por não serem rígidos quanto  deviam.

Carlos começou a evitar a companhia de alguns colegas nos tempos de descanso, sempre que ele se juntava a eles, tentavam fazer com que ele não respeite os horários e as regras. Nem sempre o Carlos deixou de os dar ouvido, em algumas circunstâncias, ele fazia o que eles diziam para mostrar que ele não era um medroso como eles pensavam mas antes que fosse tarde, decidiu parar definitivamente de os dar ouvidos.

No fim de mais um dia de trabalho, foi anunciada uma pequena reunião com os operadores.

O dia seguinte seria um feriado nacional e consequentemente não iriam trabalhar. Um dos gestores da companhia dirigiu a reunião e o que ele tinha a dizer, não era bom para todos.

- Todos sabemos que amanhã é feriado, porém, alguns terão de vir trabalhar amanhã e vão escolher um outro dia para ficar de folga, essa folga será remunerada e pelo dia de amanhã irão receber 100% extra por hora. - ele disse.

Carlos foi um dos que iriam trabalhar no feriado e para ele não havia nenhum problema mas alguns colegas não gostaram da informação, uma parte destes afirmou que não apareceria.
Carlos sabia que iam aparecer, por isso, não ligou para eles e foi-se

Não Foi Desta VezOnde histórias criam vida. Descubra agora