Sulamita
— Hummm. O cheiro está ótimo. — elogiei o observando torrar castanhas com mel numa frigideira azul à beira do fogão.
Tínhamos acabado de almoçar e só porque eu dissera que estava com vontade de comer castanhas. O maluquinho inventara de fazê-las.
'' Não é só o aroma que está maravilhoso. '' — pensei reprimindo uma risadinha bem desinibida em admirar o seu traseiro em jeans e as suas costas musculosas a mostra, pois Willian tirara a camisa por um acidente com a calda quente respingando nele.
— Estou quase terminando e será bom que seja uma juíza sincera. — brincou.
O incêndio se revelara uma falha acidental e as pessoas envolvidas foram todas ressarcidas pelo seguro do imóvel com as devoluções de quantias nos valores de seus objetos perdidos.
E quando fizera a menção de procurar um novo apartamento o homem me aparecera com as chaves de uma cobertura vaga ao lado da dele e não pensei duas vezes em alugá-la, pois o verdadeiro dono era um simpático advogado conhecido de Will que estava se mudando para uma casa maior e ainda não me cobrara um encargo muito alto.
E agora eu e o senhor Stepanov vivíamos visitando um ao outro para cafés, almoços e até jantares quando estávamos livres e também dividíamos a guarda de Muzh que o amava.
— Vamos ver. — tagarelei quando um prato repleto de castanhas suculentas viera para mim que estava sentada sobre o balcão.
— E? — quis saber quando levei uma colher delas a boca.
— Uau! Estão muito boas. Passou no teste. — respondi ainda as mastigando e elevei a colher na direção dele que aceitou o gesto sem tirar os olhos dos meus.
Tínhamos estabelecido uma conexão tão forte nesses últimos dias que desejei que ela nunca fosse quebrada, pois estava me fascinando pelo homem que eu não imaginava que ele pudesse ser.
— Hummm. Eu acertei mesmo. — ronronou mexendo com os meus ouvidos.
'' As meninas estão certas. Não existe nada mais agradável a audição do que eles ronronando. '' — sorri ante o pensamento.
— O que?
— Acho que está pronto para receber os seus cafunés. — o avisei e ele piscou quando deixei o prato de lado e elevei as mãos até suas orelhas.
Seus olhos de luz se fecharam e passei a lhe massagear bem devagar e atenta a sua expressão de contentamento.
— Tem mãos lindas e um jeito de me tocar que dá sono de tão bom que está. — disse sorrindo e quase desviei o meu toque para as suas sardas no nariz.
— Então venha comigo até o sofá. — sugeri e o promotor abriu os olhos rapidamente antes de me agarrar pela cintura e saiu me levando sem pressa.
— Estou tão dócil que não irei nem chacoalhá-la. — gracejou. E não apoiei as mãos em seus ombros, pois sabia que não seria derrubada.
E uma vez colocada sobre o sofá de meu novo reduto de aluguel, eu endireitei a saia de meu vestido floral e chamei por meu ex marido com o indicador. E ele veio deitar a cabeça em minhas coxas e olhou para cima parecendo uma criança à espera de um doce que recebeu em forma de carinho.
— Obrigado. Minha especialista em cafunés. — tagarelou e lhe acariciei o queixo e a área do pescoço o fazendo novamente fechar os olhos e sorrir.
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Jogando com Feras
ChickLitVarvara Kaverin, Mical Illie, Adanna Baskov e Nívea Strelninkov poderiam ser apenas quatro mulheres distintas buscando por novos recomeços. Se não fosse por uma pequena peculiaridade em comum as deixando nas mãos de homens com personalidades perigos...