7. Determinação?

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Adanna


— Espero que o jantar esteja do agrado de ambos. — desejei após servir aquela Jararaca e o paspalho do Ikkel que era besta demais para dar um chega para lá nela, mas aparentemente estava me odiando por juntá-los na mesma mesa.

— E com licença. — ignorei o olhar de cobrança dele e o assassino dela para retornar ao balcão de compotas que estava vazio, pois Nívea pedira para retornar a dacha depois de alegar que estava morrendo de enxaqueca após sair da despensa do estabelecimento.

E Evia Vladslav achava que o mundo era uma grande teta pronta para servi-la desde o berço de ouro em que fora criada, mas eu não a deixaria se meter com a minha filha apenas porque o alvo de seu capricho estava lhe dando pouca atenção.

E agora avaliando bem a situação, eu sabia que jamais poderia proibir a Nia de ter amigos e não seria mais egoísta em encrencar com o Molotov e o Oliev por a tratarem bem, pois ela merecia todo o amor do mundo para compensar o lixo de ser humano que minha prima lhe dera como pai.

'' O Ikkel sempre ganhando de mim até em pequenas coisas. '' — pensei disposta a aturá-lo e teria continuado o que estava fazendo se a entrada brusca de Pandora indo diretamente à mesa do '' casal'' não tivesse chamado a minha atenção.

E a garota malhada abanou sua cauda para o homem que ela adorava antes de empurrar um dos pratos de sopa no colo de Evia.

— Inferno! Esse animal imundo. Como permitem que ele adentre esse lugar? — seu grito ecoou quando ela se levantou num salto.

E reprimi minhas risadas ao ver o seu vestido de Barbie arruinado.

— Querida boneca. Não era para você estar aqui. — Ikkel estava dando uma bronca carinhosa nela quando me aproximei.

— Seus pais permitem que esse bicho....

— Princesa. A Pandora é um animal livre e pertence ao prefeito. Meus pais não se importam que ela frequente a casa quando o desejar. E considere a sopa uma cortesia como forma de desculpas. — falei o mais educadamente possível diante de alguém fervendo de indignação.

— Ikkel? — cobrou uma postura dele que estava dando um dos pães da mesa a vaquinha que já era querida pelo vilarejo inteiro.

— A Pan é livre para andar desde o dia em que descobri que não há como pará-la de fazer o que quiser. E ela é vacinada e vermifugada. Caso se preocupe em continuar mantendo contado com a presença dela. — respondeu não dando importância ao escarcéu da loira.

— Está falando sinceramente que vacas inúteis são mais importantes do que o vestido de sua consorte? — ela esganiçou com ar de superioridade ao pela primeira vez usar aquele termo com ele talvez porque a provoquei.

E a reação de Ikkel quanto a isso fora lhe lançar um inesperado olhar gelado que me assustara a ponto de recuar um passo para trás e até mesmo a Pan o fizera ao se afastar dele para vir até mim.

— Princesa Evia, eu sempre fui cordial com todos a minha volta e lhe mostrei a minha amizade porque pensava que fosse uma jovem gentil, mas agora mesmo acabou de me mostrar que estava enganado a seu respeito porque não passa de apenas mais uma herdeira fútil e mimada implicando com uma pobre vaquinha. E ainda por cima desde o início desse jantar vem agindo como se o lugar fosse um lixo. Porque ficou óbvio que nunca entrara aqui e mesmo que eu não seja o melhor amigo da Baskov. Não estou feliz em vê-la tratando os negócios de sua família com desdém. — disse frio.

— Mas, Ikkel. Nós... — a outra balbuciou.

'' Estou mesmo viva para ver esse homem me defendendo em algo? '' — pisquei surpresa e ainda calada.

Jogando com FerasOnde histórias criam vida. Descubra agora