Crystal

DEZ

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Boa leitura

Jimin | 🐥

Meu pai estava possesso. O homem era um advogado criminal, afinal de contas. Vivia de fazer ameaças.
Ele estava na sala do diretor de portas fechadas e eu estava mais adiante no corredor, na enfermaria, mas ainda podia ouvir os gritos raivosos abafados. Até ali, ele tinha ameaçado colocar Mark na prisão, processar a família dele, a escola e demitir a senhora Suhan.

Depois de outro urro, eu me encolhi.

— Se eu tiver de passar por outra cirurgia, ele vai levar essa instituição à falência.

Meu enfermeiro, Namjoon, me deu um sorriso triste enquanto terminava de fazer o curativo em meu braço.

— Eu não ficaria surpreso se você realmente precisar de uma. Seu braço não deveria rasgar com tanta facilidade. A cicatriz está muito grossa dentro do seu ombro. Quero que marque uma consulta com o cirurgião quando chegar em casa hoje, e você precisa ir devagar na fisioterapia por algum tempo.

Quando Jisso ligou para meu pai e explicou o que tinha acontecido, ele chamou o enfermeiro e a psiquiatra e pediu a eles que viessem à escola. Eu não sabia se era uma atitude paranoica ou se ele só queria fazer mais show para a pobre equipe que estava aterrorizando.

Eu me sentia um idiota por ser ferido com tanta facilidade, em primeiro lugar. Depois, havia o espetáculo que meu pai estava promovendo. Acrescente médicos especializados vindo à escola só por minha causa, e eu estava ainda mais monstruoso que nunca. Pelo menos Namjoon foi legal. Era bom ter um rosto amigo em meio àquele caos.

— Você mesmo precisa avisar o Hoseok para ir com calma na fisioterapia — eu disse a Namjoon. — Ele nunca acredita em mim. Adora me torturar.

— Sei disso — Namjoon brincou. — Já vi algumas das suas sessões. O cara é um maníaco mensageiro da dor.

Namjoon e eu estávamos rindo quando meu pai entrou na sala com a doutora Song.

— Ele está rindo? — meu pai perguntou surpreso. Um sorriso apareceu no rosto dele. — Você é um enfermeiro milagroso, Namjoon.

— Nah, apenas dei a ele uma dose cavalar de bons analgésicos.

— Então esse é o seu segredo? — a doutora Song perguntou. — Nunca consigo arrancar um sorriso dele.

— É porque você tira a graça de tudo — murmurei. A doutora Song era uma mulher bacana, mas eu odiava nossas sessões. — Você é sempre muito séria.

— Seu bem-estar mental é sério, Jimin. Eu adoraria que você levasse nossas sessões mais a sério.

— Ele está bem? — meu pai perguntou a Namjoon. Depois olhou para mim. — Você está bem?

— Estou bem.

— Vou precisar vir todos os dias para dar uma olhada nele até que a ferida esteja fechada, mas ele deve estar melhor dentro de uma semana. Ele precisa que o cirurgião examine isso, por questão de segurança.

— Vou marcar uma consulta hoje à tarde. Ele está bem para conversar agora? O diretor e a polícia gostariam de falar com ele.

— Ele está sob a ação de medicamentos fortes, mas o julgamento não deve estar muito prejudicado.

— Eu gostaria que estivesse — resmunguei enquanto seguia meu pai pelo corredor.

— Aqui dentro. — Papai segurou aberta uma porta para uma pequena sala de reuniões. — Jisoo, você também.