Descoberta

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Um dia antes do ocorrido.

Herry

— Herry, olha a bola! — Bill Riw, grita, quando joga a bola de basquete em minha direção.

  Eu caio no mesmo instante, sinto meu nariz sangrar.

— Herry! — O professor de Educação Física, faz gestos com as mãos, para pararem o jogo.

— Haha! Otário! — Grita Bill, e seus dois amigos, Vargel e Colin, enquanto riem.

— Está tudo bem filho? — Pergunta o professor.

— Acho que sim. — Coloco a mão no nariz, enquanto me levanto.

— Fizeram de propósito! — Yuri, meu melhor amigo, grita para o professor.

— Bill, para a diretoria! — O professor aponta para a porta do ginásio.

— Herry otário! — Ele sai, resmungando.

  Me sento na arquibancada, enquanto o professor faz sinal com as mãos para continuarem o jogo, em seguida, corre atrás de Bill.

— Tá tudo bem cara? — Yuri pergunta.

— Vou ficar. 

— Olha lá, a Angélica te cuidando. — Ele ri, enquanto olha para a porta do ginásio, onde ela está.

— Acho que tá olhando pra você. — Digo olhando meu nariz, com a câmera do celular.

— Da onde! Todo mundo sabe que ela tá "afinzona" de você. — Ele me dá um tapa na cabeça.

— Será? Ninguém entende essas líderes de torcida. — Eu a olho dos pés a cabeça, seus cabelos loiros que vão até os ombros, sua face cheia de sardinhas, combinam com seus olhos azuis. — Mas ela é linda. 

— Ouvi dizer que ela vai dar uma festa na semana que vem, e tá só esperando você chegar nela pra ela te convidar.

— Eu vou estragar tudo, como sempre faço, nem sei chegar nas "mina".

— Bom, eu vou estar lá com você. Mas em fim, se quiser, a festa vai ser na rua, Teixeira Brasil, fica no centro.

— Eu sei onde fica, mas não vou, não sou de ir em festas.

— Você já tem 16 anos, cara, tem que se divertir!

— É fácil, pra você falar, é o cara mais descolado que eu conheço.

— Eu? — Ele solta uma gargalhada. — Herry, eu só tenho você de amigo, então, acho que sou o único cara que você conhece.

  O sinal toca, e imediatamente vamos para casa.

— Amanhã a gente se fala! — Ele diz, rindo.

  Moro longe da escola, então o caminho a pé fica cansativo, estudo de manhã, e posso dizer, ninguém merece o sol das 11:30 em outubro.
Depois de muito andar, chego em casa cansado, subo rapidamente para o quarto, largo minha mochila na cama, e tomo um banho frio.
Fecho meus olhos enquanto sinto a água gelada bater em meu corpo quente, o choque é imediato.

— Delicia. — Eu cochicho, dando um sorriso.

  Logo saio do chuveiro, me visto, com uma bermuda jeans preta, uma camiseta branca, e um chinelo. Bagunço meus cabelos lisos de cor preta.

— Filho, vem almoçar, já está quase na hora de ir.

— Já vou descer! — Dou uma olhada no espelho, e desço até a cozinha.

— O que tem pra comer? — Pergunto sentando na mesa. 

— Lasanha! — Mamãe abre o forno, e o cheiro enche a cozinha.

The BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora