Prólogo

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Terra 2, 2020.

Herry

" Pi...Pi...Pi...Pi "
 Acordo zonzo, ouvindo o som do meu relógio, tudo está girando, olho para o chão, e fecho meus olhos.
Tenho uma visão de uma garrafa de vodka em minhas mãos.
Abro meus olhos, e vejo a garrafa de vodka aos meus pés, vazia.

- Que merda aconteceu aqui? - Minha voz sai roca, como se estivesse gripado.

 Dou uma olhada ao redor, percebo que estou no chão de um quarto, cuja mobília, é antiga.
Me levanto, sinto uma dor horrível nas costas, e na cabeça, sento na cama.

- Herry, vejo que acordou! - Uma menina chega gritando.

- Para de gritar! - Ponho as mãos em meus ouvidos, os tampando.

- Ui! Tá de ressaca é? - Ela senta ao meu lado.

- Não lembro de nada de ontem, e como sabe meu nome? - Olho para ela confuso.

- Haha! Bebeu tanto que nem lembra quem eu sou.

- Realmente, não!

- Sou Angélica, não lembra? Você estava se arrastando pela calçada, e te convidei para entrar. - Ela abre a cortina do quarto.

O sol que entra queima meus olhos, eu os fecho.

- Por que convidaria um estranho para entrar? - Coço os olhos.

- Eu estudo na sala ao lado da sua, se forçar a memória vai lembrar.

Penso um pouco, enquanto meus olhos se acostumam com a luz.

- A sim! Angélica.

- Bom dia! - Ela pula animada.

- Hei! Para com isso! - Eu ponho a mão na cabeça.

- Foi mal! - Ela ri.

Algumas lembranças da noite passada, vem em minha mente.
Eu estava bebendo na sala, com Angélica, até que subimos pro quarto.

- A gente não fez nada ontem, não é? - Pergunto olhando para ela, corado.

- Não, você estava muito bêbado, mas confesso que pensei. - Ela solta uma gargalhada.

- Não tem graça. - Fico sério.

- Nossa! A ressaca muda uma pessoa, ontem você estava todo assanhado, chegamos a subir pro quarto, mas você apagou, então fui dormir.

- E seus pais? - Pergunto me levantando e olhando a porta.

- Viajando, a propósito, você só me falou seu nome ontem, Herry, mas, Herry do que?

- Herry Maximoff. - Começo a lembrar da noite passada.

Lembro do meu pai e minha mãe chorando, lembro de correr para a rua, sem direção.
Parei em um bar, menti a idade, e comprei uma latinha de cerveja.

- Você, disse que eu estava bebendo? Aquela vodka não é minha. - Olho para ela.

- É minha, você estava bem mal ontem, então, achei que era disso que precisava.

- E você, como se chama?- Percebo somente agora que não nos conheciamos.

- Angélica Shaltiman.

- Você tem idade pra beber? Por que eu não! Claramente eu deveria estar fora de mim.

- Eu tenho sua idade seu bobo! Mas como disse, você precisava, agora vem tomar café.

Ela me leva pela mão, até sua cozinha, moderna, com uma ilha no meio.

- Pode ficar a vontade.

Olho ao redor, e vejo o armário de bebidas, da pra ver claramente, que falta uma garrafa, em meio a tantas outras.

- Seus pais não vão sentir falta?

- Da garrafa de vodka? Não! Eu invento uma história.

- Por que me ajudou ontem?

- Bom, confesso, que eu sempre tive uma quedinha por você, e te vi ontem bebendo, talvez rolasse, mas na verdade, rolou só uns beijos.

- Você beijou um menino bêbado? - Eu começo a rir.

- Epa! Eu também estava, só não fiquei tanto como você. - Ela me dá um comprimido para a dor.

Eu o engulo, junto com o café. Uma memória de remédios indo pela privada invade minha mente.

- E também, você estava bem abalado, me contou umas coisas, em fim, cortou o clima.

- O que eu te contei?

- Não lembra? Você contou que é adotado.

- O que?!

The BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora