Capítulo 34 - O conselho de Thomas

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    04/04/2008 - 10 anos e 7 meses para a chegada do frio.

    O sinal alto tocou. Estava na hora do intervalo.

    Aos poucos, os alunos deixavam as suas salas de aulas, rumo ao refeitório.

    Após pegarem o almoço, Thomas e Nathan se sentaram em uma mesa.

- Quem é aquela garota?

    Foi a primeira pergunta de Thomas, que olhava em direção a uma garota negra abraçada com Will, ao redor de um pessoal.

- Por que quer saber? - questionou Nathan.

- Eu só fiquei curioso em saber que ele tem uma namorada.

- Eles não são namorados.

- Não? - indagou o pequeno Thomas.

- Claro que não. São irmãos.

- Interessante - sussurrou Thomas.

- Nem pense nisso - disse Nathan -, se você pensar em chegar perto dela, o Will mata você.

- Eu não estava pensando nisso bobão.

- Mas parecia... e entenda uma coisa - disse Nathan -, nós somos excluídos.

- Excluídos?

- Isso... não somos populares, por isso não temos direito de sair por aí conversando com qualquer um, ok?

- Por que não somos populares e o Will é?

- Ele só é popular por causa dela.

- Entendo - disse Thomas -, mas parece injusto.

- Tudo é injusto Thomas.

- E se a gente fazer amizade com alguma garota?

- Só para nos tornarmos populares?

- O que você acha?

- Acho uma ideia idiota... não existe mais nenhuma garota popular disponível aqui na escola.

- Não precisa ser popular - disse Thomas -, nós podemos torná-la popular.

- E como você pretende fazer isso?

- Não sei ainda.

- Parece promissor Thomas - disse Nathan, seguido de uma respirada profunda -, mas só se você encontrar uma garota fodona.

    Thomas olhou por todo o refeitório a procura de uma possível garota excluída, com grande potencial de se tornar popular disponível para amizade. E encontrou Charlotte, a garota intrometida do primeiro dia de aula, sentada sozinha em uma mesa.

- Que tal ela? - perguntou Thomas.

- Nem a pau - disse Nathan.

- Qual é o problema?

- Qualquer outra, menos ela - disse Nathan -, ela é esquisita.

- Eu acho ela bonita.

- Credo Thomas. Ela cheira a comida antes de comer. Ela raspa o prato, e sem mencionar o nome horroroso que ela tem.

- Eu também tenho um nome horroroso.

- Como é o seu nome horroroso?

- Esquece, eu não vou falar ele em voz alta.

- Sabe que eu posso ver na pasta da professora, né?

- Tá, vai em frente.

- É claro que eu vou - disse Nathan.

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