- Thomas... pegue a arma - sussurrou David.
Michelle gemia, com a mordaça na boca, tentava dizer algo, mas não conseguia. Thomas se aliviou por um instante, David havia atirado no chão.
- Agora você teve uma motivação - disse David.
- Você é doente - disse Thomas.
- Você não entende Thomas... a polícia está vindo aí, eu fui baleado no braço, eu ou você terá que morrer... estou te dando uma chance, e você, age como um fracassado.
"Baleado" pensou Thomas "Baleado por quem?".
- Tá legal... vamos fazer do seu jeito.
- Bom garoto - riu David.
Thomas abaixou lentamente, e pegou o revólver no chão. Ele ficou pasmo, o revólver era muito semelhante ao mesmo que seu pai usou para tentar se matar dez meses atrás.
- Sim, é ele mesmo - disse David -, é o revólver do seu pai.
- Como? - perguntou Thomas.
- A michelle também me disse que o seu velho tentou se matar... então, eu entrei na sua casa, aproveitei enquanto você estava no hospital e seu pai estava no trabalho... foi bem fácil... Na verdade não, por que a Michelle acabou descobrindo meus planos de te matar... você acredita que ela tentou me matar, ela pegou o revólver do seu pai enquanto eu estava distraído, e atirou em mim.
- Você é doente David.
- Vai me matar, ou não?
- Eu já disse que não precisa ser assim.
- Vamos lá Thomas... você só precisa puxar o gatilho.
Thomas retrucava com o olhar.
- Certo... tá legal... apenas lembre-se, foi você quem quis assim.
David apontou novamente para Michelle.
- NÃO! - gritou Thomas.
- É O ÚNICO JEITO THOMAS.
Thomas apontou para David.
- AGORA ESTAMOS CHEGANDO A ALGUM LUGAR - David gritava e gargalhava -, ATIRE THOMAS... É SÓ PUXAR O GATILHO.
Thomas começou a chorar, ele não queria que aquilo acontecesse. Nunca se imaginou matando alguém, mas era o único jeito, talvez, alguém realmente teria que morrer.
- SE NÃO ME MATAR AGORA, ELA VAI MORRER.
Thomas atirou.
O som ecoou novamente por todo o local, David aparentava estar morto com seu corpo todo largado na cadeira, Thomas se ajoelhou no chão.
- Droga... droga... droga!
Ele batia o revólver no chão.
- Não era pra isso ter acontecido.
Ele realmente não queria ter puxado o gatilho, foi muito pressionado, não teve escolha.
Ele se levantou, para poder ajudar Michelle.
- Ha ha ha! - gargalhava David.
- Mas o que?
- Ha ha ha! - gargalhou de novo.
Thomas ficou aliviado por ainda não ser um assassino. Mas estava irritado por não entender o que de fato estava acontecendo. David continuava rindo.
- Essa balas... são de festim... não são de verdade... - ele continuava rindo - eu só precisava que você puxasse o gatilho, para suas digitais ficar no revólver do seu pai, e parecer que você atirou em mim. - David era constantemente interrompido pelas suas próprias risadas - Esse é o meu álibi.

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Senhorita Silêncio
Roman d'amourNa fictícia cidade de Augustina, uma pequena cidade do interior com pouco mais de 20 mil habitantes, localizada no norte do estado de São Paulo. Um jovem garoto chamado Thomas, conhece uma garota de forma inusitada, constrói uma ligação com a mesma...