Ele entrou no quarto. Michelle estava deitada na cama, tomando soro através do cateter que estava em seu braço esquerdo. A mãe dela estava ali com ela, segurando sua mão.
- Oi Thomas - disse Michelle.
A mãe da garota olhou para Thomas e sorrindo tambem comprimetou o garoto. Ele sorriu e respondeu:
- Oi.
- Mãe... a gente pode ficar um pouco sozinho? - disse Michelle.
- Claro - respondeu a mulher -, eu vou estar no corredor.
Ela se levantou e beijou a testa de Michelle, e caminhou até a porta. Ela abraçou Thomas no caminho.
- Obrigada - sussurrou ela, no ouvido dele.
Em seguida, ela saiu do quarto. Thomas, caminhou até a poltrona do lado da cama e se sentou.
- Ainda bem que você encontrou a bolsa.
- Tem razão, como eu iria salvar a sua vida se não encontrasse.
- Pensando bem... o teaser e o canivete eram meus... então, tecnicamente... eu salvei a gente.
- Pensando bem, eu levei dois tiros no peito... e em seguida, tive que mergulhar para remover os sessenta quilos que estavam no fundo da piscina.
- Eu não peso sessenta quilos.
- Pareciam sessenta pra mim.
- Você é ridículo Thomas.
- Obrigado.
Ele acariciava o rosto de Michelle, enquanto se olhavam.
- Quando você disse que estava vendo ela, eu achei que fosse piada... mas a verdade, é que eu também vejo... não vejo ela, mas vejo você... sempre que eu estava com o David, era como se eu estivesse com você.
- Por que? Por que isso acontece com a gente? - indagou ele.
- Talvez, porque estamos evitando o inevitável...
- É... deve ser isso, e o que devemos fazer agora?
- Não sei... bom, o meu namorado tentou me matar, até que não foi tão ruim... o problema, é que ele está preso, então, talvez leve alguns anos pra ele sair - eles gargalharam -, até lá, acho que vou estar disponível.
- Você poderia namorar com um assassino profissional dessa vez.
- Tem razão, o David era muito amador.
- Então - disse ele -, eu não sou profissional, mas tenho boa pinta.
- Eu odeio você Thomas - sussurrou a garota. - Eu odeio não conseguir parar de pensar em você, eu odeio quando, acordo e não é você quem está do meu lado... odeio quando você se irrita com coisas bobas... eu odeio não conseguir te odiar.
- A gente... nunca conseguimos, fazer dar certo.
- É... a gente tenta, tenta... mas não dá.
- E por que raios... mesmo sabendo que não dá... a gente ainda se procura.
- Não sei... talvez porque eu te ame.
- Você me ama?
- Sempre amei... você sabe disso.
- É... eu sei.
Thomas beijou a testa da garota, e se levantou, ele continuou olhando para ela sorrindo e segurando sua mão. Até que enfim ele a soltou, e caminhou até a porta.

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Senhorita Silêncio
RomantizmNa fictícia cidade de Augustina, uma pequena cidade do interior com pouco mais de 20 mil habitantes, localizada no norte do estado de São Paulo. Um jovem garoto chamado Thomas, conhece uma garota de forma inusitada, constrói uma ligação com a mesma...