Cap 35

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Maria

Acordei as sete, meu vôo sairia as oito e meia, enrolei um pouco na cama enquanto respondia as mensagens de alguns amigos me desejando uma boa viagem. Visualizei alguns status e lá estava o dele com mais uma de suas postagens de bom dia.

Ele estava online, a mão coçou pra enviar um oi, mas me mantive, esse tempo é necessário pra mim. Me levantei, organizei a cama e fui até o banheiro, enquanto a água quente escorria por meu corpo me lembrava das vezes em que ele cuidadosamente me dava banho. Balanço a cabeça tentando dispensar esse pensamento e continuo meu banho.

Volto pro quarto e busco por meu hidratante, percorro com as mãos calmamente o líquido grosso pelo meu corpo enquanto o cheiro impregnava por todo o quarto.

O tempo hoje amanheceu frio, um daqueles dias que acontecem uma vez no ano aqui no Rio, o tempo fechado mas sem sinal de chuva. Vesti uma calça Jens escura e uma blusa de manga branca, soltei meus cabelos e no pé optei por um tênis, a maquiagem bem leve e um casaquinho por cima.

Coloquei as últimas coisas dentro da mala e puxei ela até a sala. Rafaela tinha dois pães na mão enquanto estava toda descabelada. Já Vini vestia uma calça preta e uma regata branca.

Vini: Já tá pronta ㅡ Falou enquanto penteava os cabelos.

ㅡ Já sim. ㅡ lancei um sorriso amigavel.

Rafa: Tem que ir mesmo? ㅡ Se aproximou já fungando.

ㅡ Vai ser melhor Rafa.

Rafa: Você volta pro nascimento do Davizinho né? ㅡ Concordei. ㅡ Promete?

ㅡ Prometo! ㅡ Ela me abraçou e eu retribui, Rafaela tá com os hormônios que deixam qualquer um louco.

Rafa: A gente ama você amiga, eu e o Davi. ㅡ Sorriu da porta enquanto eu descia as escadas pra entrar no carro.

ㅡ Também amo muito você. ㅡ Quando ia entrar no carro Nk apareceu.

Nk: Vai pra onde sem se despedir de mim. ㅡ Me abraçou. ㅡ Boa viagem, tudo de bom pra tu lá, volta pra gente bem fechou. ㅡ Se afastou e beijou minha testa. ㅡ Assim que ele se distanciou eu vi o outro me encarando do outro lado da rua. Ele estava escorado na moto os braços cruzados e a cara fechada como sempre. ㅡ Ele queria se despedir, mas eu achei melhor não.

ㅡ Fez certo, bem meus amores, a tia Maria já vai. ㅡ Olhei pro rosto de cada um ali. ㅡ Eu amo vocês e até o nascimento do Davizinho. ㅡ Sorrio pra todos e quando viro meu rosto pro outro dei apenas um acenado com a mão e ele devolveu com um movimento de cabeça. Entrei no carro e descemos o morro. De agora em diante tudo muda.

O percurso calmo com uma chuvinha fina até o aeroporto me fez tirar um cochilo. Assim que Vini parou o carro eu acordei em um ressalto.

Vini: Chegamos Maricota. ㅡ Sorriu.

ㅡ Valew Vini. ㅡ Abracei ele, vou sentir sua falta rapazinho.

Vini: Eu mais ainda. ㅡ Retribuiu o abraço.

ㅡ Paciência com a Rafa viu, com ela e o meu bebê. ㅡ brinquei.

Vini: Não vou sair porque meu rosto é manjado, porta malas já tá destravado. Tchau neguinha.

ㅡ Tá bem, tchau. ㅡ Saí e dei a volta no carro peguei a mala no porta malas e entrei no aeroporto.

Procurei onde eu embarcaria, e em cerca de dez minutos eu já estava no avião, Minas lá vamos nós.
Me ajeitei na poltrona, até o avião decolar, a viajem durou cerca de uma hora e meia, nem consegui dormir, uma moça com uma criança no banco ao lado não parava de me chutar.

Cheguei em Belo Horizonte as dez em ponto, fiz o desembarque e quando ia descendo as escadas rolantes com as minhas duas malas avistei minha mãe lá em baixo, ném preciso dizer como eu fiquei né. Me aproximei dela e agarrei aquela coisa baixinha e gordinha.

Mãe: Meu amor! ㅡ Beijou minha bochecha. E eu já comecei a chorar. ㅡcalma a mãe tá aqui.

ㅡ Eu precisei tanto desse abraço. ㅡ apertei mais ela.

Mãe: Calma meu amor. ㅡ Se afastou e levou as duas mãos no meu rosto. ㅡ Nem te apresentei o Matheus. ㅡ Pegou no braço do rapaz que digitava algo no celular. Corri meus olhos por todo o homem, alto, moreno, sorriso aparelhado, algumas tatuagens nada muito exagerada como os caras lá do morro. Olhos verdes, braços e pernas torneadas.

Matheus: Oii, ㅡ Pisquei rápido e voltei,

ㅡ Oii ! ㅡ Sorri e levei a mão até os olhos que provavelmente estão borrados.

Matheus: Tia Ana vamos? ㅡ Sorriu, e meu Deus, sorrisinho de cafajeste que ele tem.

Matheus pegou minhas malas e fomos até o carro, quase duas horas depois chegamos na casa da minha mãe, uma casinha simples mas bem bonitinha.

Mãe: Repara não que a casa e simples, mas cave todo mundo. ㅡ Sorriu.

ㅡ Que isso mãe, ela é bem linda. ㅡ Observei tudo.

Mãe: Vem, vou te levar até o seu quarto. ㅡ seguiu por um corredor e eu fui atrás. ㅡ Não é do tamanho do da nossa casa lá no Rio, mas é bem aconchegante. ㅡ sorriu amigável. ㅡ Maria? ㅡ Olhei pra ela ㅡ Tá tudo bem filha? Você está distante.ㅡ me encarou com o seu olhar investigador. ㅡ É pelo Nk ainda? ㅡ Neguei, já com os olhos inundados.

ㅡ não mãe, Nk era bem menos complicado. ㅡ Sorrio ao me lembrar. ㅡ Meu caso agora é um pouco mais complicado, mas eu prefiro te explicar outro dia. ㅡ Abracei ela ㅡ Cadê o João?

Mãe: tá na vendinha dele. Oque você achou do Matheus em?

ㅡ Quem... num ㅡ Limpei a garganta.

Mãe: o sobrinho do João filha, Oque buscou você. Não vem que não tem que eu bem vi você encarando ele. ㅡ Deu risada.

ㅡ Ih mãe, tô correndo de homem, pra mim já deu.

Mãe: Sei, sei bem. ㅡ Saiu pra sala e eu fui arrumar algumas coisas no quarto.

Passei o dia todo largada no sofá, sem fazer nada, apartir de amanhã pretendo ficar na vendinha do João com ele. Mal cheguei e já quero me movimentar, ficar parada pra mim nem dá. Que Deus me abençoe nessa nova etapa.

Meu Melhor Erro (Finalizada. Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora