cap 91

7K 379 78
                                    

Montanha

   Levei Maria pra casa, graças a Taís tudo estava bem limpinho, subi com ela pro quarto e fechei a porta encarando o rostinho triste dela.

Maria: Ninguém falou nada disso pra minha mãe né?ㅡ Neguei ㅡ ótimo, ela já tem lá os problemas dela. Não quero ela preocupada.

ㅡ Falei com o João, mas pedi sigilo. ㅡ Ela concordou. ㅡ Quer comer alguma coisa?

Maria: Não! Eu quero conversar com você.

ㅡ Tem que ser agora preta?

Maria: Se não for te atrapalhar, tenho urgência em conversar com você Montanha.

ㅡ Tudo bem vamo conversar.

Maria: Toma um banho comigo. ㅡ Concordo.

Ajudei ela a tirar o vestido, me senti um lixo quando vi todos os roxos no seu corpo, ela deve ter passado por tantas coisas e eu nem estava lá para proteger ela, meu ódio e a vontade de fazer Sabrina sofrer por cada arranhão que deixou em Maria só almentava. Ela vai comer o pão que o diabo amassou e vai ser hoje mesmo.

  Entrei com ela no box, Maria estava mais calada que o normal, isso não é nem de perto algo bom.

ㅡ Tá sentido dor? ㅡ Acariciei seu corpo com calma.

Maria: Nós roxos não. Mas aqui dentro eu tô despedaçada Montanha. ㅡ Um aperto tomou meu corpo, medo dela desistir de tudo, medo dela me largar, medo de tá sendo pra ela oque aquele cara  foi pra minha mãe.  ㅡ Montanha. ㅡ Encarei ela. ㅡ Da um tempo disso aqui, por mim, por nossos filhos. ㅡ Os olhos marejados indicavam que ela já não aguentava mais tudo isso.

ㅡ Não é tão simples assim Maria, tem toda uma burocracia. Crime não é uma empresa de alimentação, é parada pesada.

Maria: Eu sei, mas eu não aguento mais isso aqui, Não tô te pedindo pra largar de vez, eu quero que você dê um tempo, vamos ficar em um dos seus ranchos, ou em qualquer outro lugar, Montanha isso não tá me fazendo bem.  Por favor.ㅡ Me vi entre a cruz e a espada, de um lado minha família, a saúde da minha mulher e do outro o morro e a facção.

   Dar um tempo disso é quase impossível, claro que se fosse de uma semana ou duas a gente dava um jeito, mas Maria queria um tempo até o nascimento dos bebês, durante o banho conversei com ela, expliquei como as coisas funcionam, e o olhar de decepção que tive que lidar me quebrou por inteiro.

   Imagino o quanto deve estar sendo difícil pra ela, principalmente agora, grávida.

ㅡ Olha pra mim preta.ㅡ Agarrei seu corpo.ㅡ Não tenho condições de te prometer que vou largar isso aqui por cinco meses Maria, é tudo tão complicado.

Maria: Tudo bem.ㅡ Sorriu falso, e eu sei que não tá tudo bem.

ㅡ Amor!

Maria: Montanha, já entendi que não vai dar.

ㅡ Me desculpa.

Maria: Tá tudo bem.

  Deixei ela no quarto se trocando e desci, Taís estava toda entretida no celular.

ㅡ Vício em.

Taís: Me erra Montanha. Cadê a Maria?

ㅡlá em cima, passa o olho nela por uns instantes? Preciso dar uma saída.

Taís: uhum.

ㅡ Volto agora. ㅡ Peguei a chave da moto no raque e subi pro barracalão onde Dê e Sabrina estavam. Cheguei e Vini, Gordão e alguns outros vapores, fumavam na frente. ㅡ Vida boa em! ㅡ Parei a moto tirando a chave da ignição e  pendurando no pescoço.

Vini: Acabamos de vir aqui fora, dá um tempinho pra eles respirarem. ㅡ Gargalhou e os outros juntos.

ㅡ Quem disse que esses bosta tem que respirar, bora que quem vai brincar agora sou eu. ㅡ Abri a porta do barracão e encarei os dois bostas amarrados.

    A situação dos dois era deprimente, Sabrina não tinha  mais nenhum fio de cabelo, o rosto roxo e os braços todos cortados, a pele que era branca já estava preta de tanto roxo. Dê também estava totalmente desfigurado, encarei os dois, ódio me consumia, e a vontade de deixar eles sofrerem mais ainda.

ㅡ Por quem eu começo?ㅡ Perguntei colocando o soco inglês nas mãos. ㅡ Sabrina! ㅡ Encarei ela que assim que escutou seu nome começou a se debater na cadeira. ㅡ Que foi doutora? Tu não achou que ia torturar minha mulher e ficar por isso mesmo né!ㅡ Gargalhei ㅡ Solta ela  Vini.

Vini: Soltar?

ㅡ É porra, soltar! ㅡ Vamo brincar de caça ao rato. ㅡ Bota um pino aí pra mim. ㅡ Joguei o pino de pó pra ele. ㅡ Essa desgraçada vai ter o tempo de três carreiras de pó pra correr, depois é só porradão.

Fiz as carreiras enquanto Vini desamarrava ela, Sabrina não ia muito longe, não na situação em que se encontrava, as pernas fodidas,  e o corpo todo machucado, dois passos e ela caia.

    Cherei a primeira carreira e ela mal se mantinha em pé, cheirei a segunda e ela ainda se mantinha no mesmo lugar, puxei a terceira e ela já estava caída no chão. Levei a cabeça para trás e senti bem o pó. Limpei o nariz e caminhei até ela. Erguendo a vagabunda pelo pescoço.

ㅡ Tu Sabrina, é a porra de um putaㅡ soquei o rosto dela. ㅡ Vagabundaㅡ soquei de novo. ㅡ Querer medir forças comigo Sabrina, foi o maior erro da sua vida. ㅡ Desferi mais alguns socos no rosto dela em seguida a joguei no chão. ㅡ Pega a furadeira pra mim, o jogo vai começar agora.

Me aproximei dela.

Sabrina: você é um capeta Montanha, seu desgraçado.

ㅡ Sou, sou o capeta sua vagabunda, tu nunca mais vai se meter com a minha família Sabrina. Nunca mais.

    Apontei a furadeira na testa dela.

ㅡ  Te vejo no inferno desgraçada. 

*********************

Feliz ano novo amores, ❤️obrigada por tudo, me sinto realizada por ter vocês lendo, votando e comentando.  Conto com vocês esse ano também nos novos livros e pro final desse aqui.
Muito obrigada mesmo. Gratidão a vocês, tornaram meu 2020 mais leve. Amo cada comentário kkkkk adoro as suas brigas com Montanha kkkkk.  Muita saúde, paz e prosperidade. Como diria Montanha.

ㅡFé pra nois!

(PS: não escrevi a tortura porque não consigo kkkkk perdão 🙏) bjs 😘 amoras.

Meu Melhor Erro (Finalizada. Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora