Heitor Narrando
Eu estava de volta ao Brasil depois de uma viagem a França para terminar minha faculdade de direito, uma exigência do meu pai. Eu sou o filho mais novo do casal de banqueiros Virgínia e Lázaro Alcântara. Meus pais sempre exigiram muito de mim, queriam que eu fosse igual o meu irmão Augusto que era super careta e responsável e eles passaram a me amolar ainda mais depois que eu apareci com a minha filha Sophia.
Sophia era fruto de um caso meu com uma mulher casada, o marido dela era infértil, o escândalo na cidade foi enorme, mas apesar disso eles não se separaram, mas o marido da mulher exigiu que ela se livrasse da bebê, então sobrou pra mim a responsabilidade de cria-la. E ainda por cima a menina era a minha cara, dos cabelos pretos e olhos azuis, ao contrário da mulher com o qual eu tive um caso, pois ela e o seu marido eram ambos ruivos. Agora de volta ao Brasil eu estava trabalhando no banco com o meu pai e o meu irmão, minha mãe possuía algumas ações do banco, mas não trabalhava diretamente nele.
Heitor - E aquela família que tem uma floricultura? Já quitaram a dívida?
Lazaro - Ainda não.
Heitor - Por mim esses miseráveis já estariam na rua, o senhor está sendo bondoso demais.
Lázaro - Sua mãe está com pena deles, por terem dois filhos menores de idade, inclusive o dinheiro que eles pegaram foi para pagar o tratamento de saúde do filho mais novo.
Augusto - Mamãe é generosa demais.
Lázaro - Nós iremos fazer uma visita a eles ainda hoje, teremos que resolver essa questão pessoalmente.
Depois que o expediente encerrou o Augusto foi para a casa dele, ele era cassado e tinha dois filhos meninos, eu passei em casa para pegar a minha carteira que eu havia esquecido, iria curtir a noite em um bordel, nada mais do que merecido depois de um longo dia de trabalho. Eu peguei a minha carteira que eu havia esquecido no quarto e fui até o banheiro lavar o rosto. Eu sou bastante parecido com o meu pai, tenho 25 anos, 1,85 altura, um corpo forte e musculoso, pele branca, cabelos pretos cortado em uma topete, barba por fazer e olhos azuis. Depois de pronto eu desci as escadas quando a Sophia veio até mim.
Sophia - Papai. Disse a minha filha Sophia de 4 anos vindo me abraçar, nós estávamos morando na casa dos meus pais.
Heitor - Oi filhota, papai vai dar uma volta e já vem.
Sophia - O senhor acabou de chegar.
Heitor - A babá tá aqui pra lhe fazer companhia. Digo dando um beijo na testa dela e saindo.
Chegando ao bordel no centro da cidade eu pedi uma boa dose de whisky e logo uma das putas veio até mim.
— Precisando de companhia cavalheiro? Perguntou oferecida e sorrindo.
Heitor - Uma companhia feminina no fim do dia é sempre bom.
Nós bebemos um pouco juntos e depois eu fui para um dos quartos com ela onde eu pude meter gostoso nela e depois de pagar eu fui embora. Chegando em casa me surpreendi ao ver os meus pais sentados no sofá.
Heitor - Ainda acordados?
Virgínia - Estávamos lhe esperando.
Heitor - Ora mamãe, não sou mais nenhum adolescente.
Lázaro - Melhor parar de agir como um então.
Virgínia - Sente se filho, precisamos conversar.
Eu estava estranhando o assunto deles, mas me sentei.
Lázaro - Heitor, vosmicê precisa parar de agir como um moleque e começar a criar responsabilidades.
Heitor - Eu tenho a minha filha e o meu trabalho. Já não é responsabilidade o suficiente?
Lázaro - Vosmicê mal olha pra Sophia e só trabalha no banco por insistência minha, pois eu ameacei te deserdar.
Heitor - Ainda não estou entendendo aonde vocês querem chegar.
Virgínia - Tu já tens 25 anos filho, já passou da hora de casar e criar responsabilidades, ter uma família.
Lázaro - Já arrumamos um noivo pra você, ou vosmicê aceita esse casamento ou pode esquecer o meu dinheiro!
Heitor - Pelo visto já decidiram tudo por mim! Que legal!
Lázaro - Baixa o tom moleque!
Heitor - Eu não vou me casar com ninguém!
Lázaro - Então sai dessa casa! Pode esquecer o meu dinheiro!
Virgínia - Lázaro por favor.
Heitor - Quem é esse cara aí que vocês me arrumaram?
Lázaro - É só falar em dinheiro que ele muda de ideia, é um encostado mesmo.
Virginia - O nome do rapaz é Camélio, é um menino muito bonzinho e prendado.
Heitor - Menino? Quantos anos ele tem?
Lázaro - Ele tem 16 anos, ele será um bom exemplo materno pra Sophia, eu vou dar uma casa a vosmicês próxima ao centro da cidade, a casa ficará no nome da Sophia e eu lhe darei uma promoção no banco também para que você possa sustentar a sua família.
Heitor - Ele é bonito pelo menos?
Lázaro - Ele virá jantar com a família dele aqui na semana que vem, poderás vê-lo pessoalmente.
1 Semana Depois
Eu estava um pouco mais conformado com essa ideia do casamento, quem estava realmente animada era a Sophia, ainda mais porque seria ela quem levaria as alianças, era a minha mãe junto com a mãe do tal do Camélio que estavam organizando a cerimônia e hoje era o dia do jantar onde eu finalmente conheceria o tal Camélio.
Eu coloquei um terno e gravata preto, a Sophia estava com um vestidinho rosa e nós fomos até a sala onde eu ví um casal de senhores chegando com um garotinho.
Virgínia - Filho, esses são seus sogros Camélia e Joaquim e seu cunhado Pedro.
Heitor - Prazer em conhecê-los. Digo com um sorriso forçado.
Logo a porta se abre novamente e por ela entra um rapaz baixinho, tinha um rosto angelical e cabelos loiros longos, ele usava uma roupa social branca e a calça marcava bem os seus quadris largos e coxas grossas. Ele estava de cabeça baixa e não encarava o meu rosto.
Virgínia - Esse é o Camélio, seu noivo.
Continua...
Oi meus lindos. Espero que tenham gostado do capítulo. Conto com a forcinha de vocês aí nos comentários e nos votos. Nos veremos em breve. Beijão a todos.
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Camélio
RomanceNo ano de 1890, final do século 19, Camélio Andrade é um jovem de 16 anos, dono de uma beleza encantadora ele é filho dos comerciantes Camélia e Joaquim. Eles tem uma floricultura e vivem em uma pequena casa no segundo andar do comércio da família...