Camélio - Vosmicê é um mentiroso irresponsável não tem consideração nem com a própria filha! Digo indo pra cima dele.
Heitor - Calado ou eu! Disse segurando o meu braço.
Camélio - O que hein? Vai me bater hein?
Heitor - Não, vou fazer isso. Disse tomando a minha boca com um beijo.
Por um momento eu quase me entreguei ao beijo dele, mas aí lembrei o quão canalha ele era, então eu acertei um tapa na sua cara.
Heitor - Louco!
Camélio - Vosmicê que é louco, um canalha! Achou que poderia me calar com um beijo?
Eu viro as costas e subo correndo para o quarto e ele vem atrás de mim, mas eu entro no quarto antes e me tranco lá dentro ele começou a bater na porta e logo gritou.
Heitor - Não adianta fugir de mim!
Camélio - Quero distância da sua pessoa!
Ele desceu, deve ter ido jantar e tomar um banho em um outro banheiro e cerca de uma hora depois quando eu já estava quase dormindo.
Heitor - Camélio eu quero entrar, preciso dormir.
Camélio - Essa casa tem três quartos. Digo ainda na minha cama, eu não iria destrancar a porta para ele de jeito nenhum.
Heitor - A cama da Sophia é pequena demais pra duas pessoas e o quarto de hóspedes está sem cama.
Camélio - Durma no sofá!
Heitor - Camélio abra essa maldita porta agora!
Camélio - Não vou abrir!
Ele ficou batendo na porta e insistindo por um bom tempo, mas depois desistiu e desceu e eu pude dormir sossegado.
No dia seguinte de manhã eu acordei com o Heitor batendo na porta.
Heitor - Preciso pegar minha roupa para trabalhar.
Eu levantei e abri a porta pra ele e para a minha surpresa ele estava só de toalha, devia ter acabado de sair do banho.
Heitor - Onde está minha roupa?
Camélio - Dentro do guarda roupa.
Ele foi até o guarda roupa e pegou a camisa social e a calça.
Heitor - Ainda não passou minha roupa Camélio? Está tudo amassado.
Camélio - O ferro está em baixo da cama, tu mesmo pode passa-las. Digo saindo do quarto.
Eu fui até a cozinha onde tomei meu café da manhã e bastante tempo depois o Heitor entrou na cozinha com a roupa toda desajustada.
Heitor - Onde está meu café da manhã?
Camélio - Tu mesmo pode fazer seu café.
Heitor - Essa é a SUA obrigação. Eu acordo e minha roupa não está passada e nem o meu café pronto!
Camélio - Quando vosmicê cumprir a sua obrigação de pai eu penso em cumprir as minhas.
Heitor - Eu já cumpro, sou eu quem sustento essa casa esqueceu?
Camélio - Eu estou falando da Sophia, vosmicê é totalmente negligente com a vossa filha!
Heitor - Sempre a Sophia, pare de ficar usando a minha filha para encher o meu saco!
Camélio - Eu não estou usando ninguém, deixe de ser tão baixo!
Heitor - Cadê a Sophia? Não vai leva-la para a escola também?
Camélio - Eu disse a ela que ela não precisaria ir hoje, ontem todas as crianças estavam com os pais só ela que não, a coitadinha estava morta de vergonha.
Heitor - E vosmicê quer que eu faça o que? Não dá pra voltar no tempo!
Camélio - Mas dá pra começar a agir certo a partir de agora, chegue em casa cedo hoje, tente conversar com a Sophia.
Heitor - Tudo bem, tudo bem eu acho que vosmicê tem razão mesmo.
Camélio - Eu só quero o bem da Sophia.
Heitor - Eu sei, estou indo para o banco agora.
Camélio - Ué não vai preparar o seu café? Pergunto com deboche.
Heitor - Não quero correr o risco de tacar fogo na cozinha, tomo café no banco mesmo. Disse divertido.
Durante o dia eu percebi que a Sophia estava um pouco desanimada então eu decidi levar ela até a casa dos meus pais, assim ela poderia se distrair vendo a floricultura e brincando com o meu irmão também.
Camélio - Se arrume, vamos pra casa dos meus pais, lá vosmicê vai poder brincar com o meu irmãozinho Pedro e poderá ver a floricultura também. Estamos na primavera então provavelmente deve estar cheio de flores bonitas por lá.
Ela se animou um pouquinho e nós fomos até a floricultura dos meus pais e ela ficou encantada com tudo.
Camélia - Oi filho, que surpresa.
Joaquim - Olá meu filho, oi Sophia.
Camélio - Trouxe ela para conhecer a floricultura e para brincar um pouquinho com o Pedro também.
Camélia - Ele está lá em cima desenhando.
Camélio - O que achou da floricultura? Perguntei enquanto subiamos as escadas.
Sophia - Eu gostei, é linda.
Camélio - Na saída podemos pegar algumas flores para fazermos um arranjo bem bonito lá pra casa.
Pedro - Camélio. Gritou vindo me abraçar assim que me viu.
Camélio - Oi irmãozinho, estava morrendo de saudades, trouxe companhia.
Pedro - Oi Sophia. Tu gosta de desenhar?
Sophia - Sim, eu gosto
Então os dois brincaram juntos o restante da manhã e nós almoçamos ali com os meus pais e o meu irmão. Depois do almoço mamãe e eu descemos para a floricultura enquanto o papai olhava as crianças lá em cima.
Camélia - E o casamento como anda?
Camélio - Não existe casamento mãe, Heitor e eu apenas vivemos sobre o mesmo teto.
Camélia - Lembra do que eu lhe disse meu filho, o Heitor irá procurar na rua o que ele não tem em casa.
Camélio - E se ele procurar mesmo assim? Terei me deitado com ele a toa.
Camélia - Se não tentar nunca irá saber meu filho.
Mais tarde Sophia e eu nos despedirmos de todos e ela levou um arranjo bem bonito que colocamos em um vaso na sala, nós tomamos banho e eu fui preparar o jantar, pouco tempo depois o Heitor chegou em casa, era a primeira vez que ele chegava cedo em casa, ele estava com um ursinho de pelúcia nas mãos e foi falar com a Sophia.
Heitor - Oi minha filha, o papai quer te pedir desculpas por não ter ido na sua peça, olha trouxe pra ti. Disse entregando o ursinho pra ela.
Sophia - Obrigada. Disse virando as costas e subindo.
Heitor - Ela ainda está magoada não é?
Camélio - Está sim, mas depois passa.
Eu levei o jantar da Sophia até ela no quarto e acabei jantando lá em cima também, depois eu levei os pratos a cozinha onde o Heitor estava jantando e subi até o quarto e tirei a roupa que eu estava usando para poder vestir a roupa de dormir e quando eu já estava completamente nú a porta se abriu eu me virei e lá estava o Heitor na porta do quarto, era a primeira vez que ele me via daquele jeito.
Continua...
Oi meus bebês, espero que tenham gostado do capítulo. Conto com a participação de vocês nos votos e comentários. Beijão a todos e até breve.
😘😘😘
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Camélio
RomanceNo ano de 1890, final do século 19, Camélio Andrade é um jovem de 16 anos, dono de uma beleza encantadora ele é filho dos comerciantes Camélia e Joaquim. Eles tem uma floricultura e vivem em uma pequena casa no segundo andar do comércio da família...