Capitulo 5 - Topa?

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— Senhora Henderson, como vai? — Harley desapoiou-se da moto.

— Por enquanto, ainda futura ex senhora Henderson. — Eve resmungou. — Vamos ao restaurante de comida brasileira que tem à algumas quadras daqui, é o meu favorito e o mais movimentado. Já que você continua sendo um estranho.

Harley riu jogando sobre a cabeça seu capacete vermelho, logo em seguida abriu o banco da moto e tirou de lá outro de cor preta, esticando com o braço em direção a Eve. A mesma franziu a testa confusa com o gesto dele e olhou em volta tentando entender o que ele estava fazendo.

— O que? — Balbuciou. — Isto é para mim?

— Pra quem mais seria? — Harley revirou os olhos.

— Qual foi a parte de que eu não quero ficar sozinha com um estranho que você não entendeu? Eu não vou subir nessa moto com você, eu prezo pela minha vida apesar de tudo. — Deu alguns passos para trás.

— Ok, então você fica aí e vai a pé, eu vou confortavelmente nessa belezinha de máquina. — Suspirou jogando o capacete de volta no compartimento e fechando o banco.

Eve olhou em volta inquieta, não era um bom dia para andar sete quadras a pé.

— Vai me deixar ir sozinha a pé?

— Qual o seu problema, garota? — Franziu as sobrancelhas.

— Poderia, pelo menos, se dispor a me acompanhar.

— Você está me zuando, né?

O jovem tirou o capacete da cabeça e olhou em direção à rua.

— Está fazendo um calor infernal de trinta graus, as calçadas estão cheias de pessoas se atropelando e você quer que eu deixe de ir na minha moto pra ir andando com você? Sério? Eu te ofereci uma carona, você não quis, mas eu quero.

Eve revirou os olhos e conteve a raiva, mas Harley estava certo. A jovem nunca gostou de calor e naquele dia em especifico estava super quente e abafado, haviam milhares de pessoas correndo para almoçarem a tempo de voltarem pro serviço e o restaurante ficava a sete quadras dali o que daria no mínimo dez minutos de caminhada.

— Ok, ok. — Ela fez um gesto de rendição com as mãos. — Eu vou com você na sua moto estupida.

— Estupida? Essa aqui é uma Yamaha fazer 150, é uma das motos mais vendidas atualmente. — Harley parecia ofendido.

— Ok, senhor defensor das motos, podemos ir? — Eve caçou.

— Certo.

Harley respirou fundo e abriu novamente o banco para tirar o capacete preto de dentro do compartimento, entregando a Eve que o colocou rapidamente. O jovem montou na máquina e a ligou, soltando o barulho estrondoso do motor, Eve montou logo em seguida segurando firme a cintura de Harley.

— Só pra avisar, se tentar fazer algo comigo eu tenho um spray de pimenta na bolsa e vou te cegar sem nenhum remorso. — Eve avisou antes de Harley dar a partida.

O rapaz sorriu e acelerou passando pelos carros no trânsito sem nenhum problema, logo alguns minutos depois estavam em frente a fachada do restaurante que parecia bem movimentado. Eve desceu da moto com graça e entregou o capacete a Harley, que o guardou junto ao seu. Os dois entraram no restaurante em silêncio e procuraram por um lugar um pouco mais reservado, para que pudessem conversar direito.

— Ok, assim que souberem o que vão querer podem me chamar. — A gentil garçonete sorriu, após lhes entregar o menu e saiu andando para atender outros pedidos.

Eve abriu o cardápio, mas já sabia o que queria já que quase sempre vinha naquele estabelecimento. Harley observou o ambiente atento procurando por detalhes, ele então voltou a olhar a jovem que estava atenta lendo sobre os pratos descritos no papel e sorriu percebendo como ela ficava séria perto dele.

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