Capítulo 7 - O jantar, parte 2

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Eve olhou Harley de canto, todo elegante e expirando confiança própria. Ela respirou fundo, abriu o sorriso mais sincero que pode e segurou a mão que o rapaz a oferecia, era agora que o teste começaria.

- Querido. - Ela falou com doçura, mas seu olhar era sarcástico.

Harley sorriu e entrelaçou os dedos com os da - agora - esposa, adentrando o salão da mansão que tinha no teto um lustre enorme de cristais, abaixo uma mesa redonda de pedra cheia de detalhes feitos a mão e um grande jarro de flores vermelhas em cima, o ambiente era aberto e o teto alto, haviam vários quadros pendurados de maneira perfeita nas paredes com molduras de madeira, à esquerda havia uma entrada para um tipo de escritório cheio de livros nas estantes embutidas nas paredes, à direita outra entrada para uma enorme sala de estar com móveis antigos e sofisticados, acima das mesas de centro haviam jarros de porcelana caros e delicados. À frente havia uma enorme escadaria levando para o andar de cima, provavelmente onde ficavam os quartos.

- Essa casa é incrível. - Eve sussurrou para Harley, ainda de mãos dadas. - É gigantesca.

- Eu morei aqui a maior parte da minha vida. - O jovem comentou olhando em volta com nostalgia.

- Você não tem pais? - Perguntou enquanto seguiam para a sala de estar.

- Tenho, mas é complicado. - Seu olhar era sério.

Os dois adentraram a sala de estar - ou de visitas - e sentaram no sofá de acolchoado macio e bem trabalhado nos detalhes. Os dois soltaram as mãos, mas Harley fez questão de sentar perto de Eve para parecerem um casal normal esperando pelo seu avô.

- Vou avisar que chegaram, enquanto isso, aceitam alguma bebida? - Leon apareceu em seguida, sempre sorridente.

- Não quero nada, Leon. - Harley sorriu. - Eve?

- Também não, obrigada. - Deu-lhe um olhar carinhoso.

- Tudo bem, já volto. - O senhor se distanciou.

Eve estava completamente desconfortável, ela olhava em volta e via todo aquele luxo imaginando o quanto seria difícil enganar um homem que conseguiu chegar naquele nível de riqueza. E para piorar, Harley estava próximo demais, Eve estava com as pernas cruzadas sentada de lado no sofá e a ponta de seus joelhos o tocavam, enquanto o rapaz havia passado o braço na cabeceira do móvel atrás de sua cabeça.

- Não precisa ficar tão próximo, ok? - Ela se distanciou um pouco.

- Relaxa, estou tão nervoso com essa situação quanto você. - Comentou com o olhar fixo em frente. - E não se preocupe, não precisamos nos beijar ou algo assim, como eu disse, meu avô é muito conservador e para ele esse tipo de coisa é desrespeitoso na frente de demais.

- Acabou de melhorar meu dia com essa notícia. - Eve sorriu.

Harley deu de ombros com o sarcasmo da jovem e voltou a observar em volta, batendo o pé no chão sem parar.

- Está nervoso, porque? - Comentou.

O rapaz se inclinou para a frente passando as mãos no rosto.

- Faz dois anos que eu não o vejo pessoalmente. - Respondeu.

- Mas, foi ele que te criou, certo?

- Basicamente, sim. Esse é o problema. - Voltou a encostar-se no sofá. - Quando ele saiu daqui eu era um solteirão que estava terminando sua loja, agora eu tenho um estabelecimento próprio e sou casado. Ele é muito difícil de ser agradado, mesmo que eu seja seu neto, ele é duro comigo e eu sempre busco a aprovação dele porque eu o admiro, apesar do jeito antiquado dele.

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