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Fazer todos me odiarem  é como um  escudo para mim, o qual me vejo obrigada a usar sempre.

Sou uma garota quebrada.

Cansada de sofrer.

Todos que um dia eu amei e que me amaram se foram levando o meu coração.

Na maioria do tempo sou ignorante, finjo não sentir nada.

Quando ela a única pessoa que achei que jamais me abandonaria decidiu ir embora de uma forma egoísta eu decidi ligar o botão do foda-se e apenas mandar tudo para casa do...

-Por que você agir assim?-pergunta minha psicóloga Dra. Hales. Hoje é a minha última consulta, pois amanhã estarei sendo transferida para um novo orfanato. Fiz uma prova e passei, então estudarei em um colégio particular sem pagar nada.

-Já te expliquei.- dou um suspiro frustrado. – A garota me chamou de vagabunda..

-E precisava ter quebrado o nariz dela?-pergunta incrédula.

-Ora, sim. – digo naturalmente.

Ela tirar os seus óculos e os colocar sobre a mesa. Esfregar as têmporas como se estivesse com dor de cabeça.
Olho para o relógio que fica na parede ainda tínhamos cinquenta e três minutos de consulta.

Dra. Hales está na casa dos quarenta ela é bonita, o cansaço da vida está marcados nas rugas que circulam seus olhos.

Não procuro conhecer as pessoas, pois eu estaria sendo amigável e tudo que eu não quero é ser amiga de alguém, porém nada me impeti de imaginar como pode ser a vida delas, vamos se dizer que é uma forma de me distrair.

  Talvez ela tenha filhos que estão na faculdade ou trabalhando em suas profissões para sustentar suas respectivas famílias.

  Pelo anel em seu dedo constato que é casada creio que se ela tirar o anel nesse momento irei ver a marca do objeto em seu dedo como se nunca tivesse o tirado ,impedindo de qualquer pessoa pensar que ela é solteira, ela deve amar realmente o seu marido será que o sentimento é recíproco?

Dra. Hales dá um suspiro cansado pegar minha pasta que contém tudo sobre mim. Ela dá uma olhada e deixa de lado a mesma. Será que contém os meus traumas e os meus medos nessas folhas? Só porque algumas informações sobre mim estão aos seus alcance não significa que eles possam me tratar como se soubessem quem eu sou. Pois, seria até improvável alguém saber quem realmente eu sou, enquanto nem eu sei, certo?

-Compreendo que o fato da sua irmã...

  Merda! Estávamos indo tão bem...

- Não fale da minha irmã.- esbravejo me levantando.

-Eu sei que esse assunto é delicado, mas...

Jogo a cadeira na parede a fazendo dá um pulo no lugar. Me sinto culpada ela não merece a minha ira, quando apenas está tentando me ajudar, mas eu não preciso de ajuda eu não preciso de ninguém.

        @@@@@

O ônibus que irá me tirar daquela merda de orfanato esta me esperando. Puxo a minha pesada mala e seguro firme o meu violão.

Me surpreendo quando abro a porta de saída e vejo todos parados em pé me encarando. Eles me abraçaram e choraram por eu está indo embora?  Porra nenhuma, aqueles capetas começaram a jogar um monte de bolinhas molhadas em mim, e eles me xingavam extravasando o ódio que sentiam por mim. A diretora interviu e todos pararam, agora eu estava fedendo a xixi não abaixei a cabeça muito pelo contrário a ergui fingindo ser superior a eles e dei um sorriso de deboche.

  Vi no olhar da diretora pena e alívio e a odiei. Não preciso de pena de ninguém. Todos ali estavam felizes por eu está indo embora para nunca mais volta e eu compartilhava dos mesmo sentimentos.

Já dentro do ônibus, coloco minha cabeça para fora da janela e grito para todos ouvirem:

-Foda-se todos vocês.- e mostro o meu dedo do meio.

  Então, eu sou a garota que todos odeiam e por mais estranho que isso seja eu me sinto muito bem sabendo que tudo que eles nutre por mim é o oposto do amor.

Se eu soubesse que os meus dias seguintes seriam um inferno juro, que jamais teria feito aquela prova.

1067 palavras

Postado no dia: Dom, 23 de ago

TODOS ACHAM QUE EU SOU A CULPADAOnde histórias criam vida. Descubra agora