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O Kim estava em casa estudando alguns assuntos da faculdade, parou após ouvir algumas vozes do lado de fora, reconheceu ser de seus pais, porém mais uma voz estava no meio, uma que ele não pode reconhecer. Seu instinto de senhora fofoqueira aflorou e logo ele estava ao lado da varanda, observando discretamente o lado de fora, assim olhando para o vizinho conversar com seus pais.

Taehyung não demorou muito para deixar o lugar com medo que alguém lhe visse espiar, os três podiam estar longe, mas nada foge de alguém com olhos de águia. O mesmo voltou a estudar, porém dava grandes pausas para tentar ouvir a conversa dos outros, seu pai as vezes aumentava o tom de voz discretamente, e era impossível não ouvir nada que saia da boca do mais velho.

O barulho de um portão se fechando foi ouvido pelo Kim, ele não demorou para ir a varanda e ver que seus pais já não estavam falando com o vizinho. Ele então saiu de seu quarto e desceu as escadas, em seguida foi para a cozinha como quem não queria nada, e avistou sua mãe e seu pai no lugar.

— Achei que estivesse estudando.— A mulher falou.

— Eu estou.— Taehyung respondeu.— Só vim tomar água.

— Isso, nesses tempos quentes, água é a única solução.— Sua progenitora falou.

Quando terminou de tomar água, uma desculpa rápida que tinha inventado, ele andou até a porta da cozinha e só não deixou o lugar pois ouviu seu pai.

— Filho, vem aqui.— A voz era um pouco dura.

Taehyung sentiu seus pelos se arrepiarem, mas ele obedeceu o mais velho e parou na frente deste.

— Eu e sua mãe fomos falar com o vizinho novo, dar as boas-vindas...— O mais velho parou por um tempo e só depois voltou a falar.— Ele tem um jeito de viado...

— Sim, muito gay, credo.—  A mãe do Kim reforçou.

O coração de Taehyung estava doendo, como se alguém apertasse seu músculo cardíaco e não soltasse mais, não gostava de certas falas dos próprios pais, tentava não pensar muito, porém sempre falhava todas as vezes.

— Eu e sua mãe queremos que você não tenha contato com o vizinho, não é algo contagioso, mas não queremos que você fique perto dele.— O mais velho terminou por fim sorrindo no final.

O Kim sentiu vontade de chorar após ver o sorriso nos lábios secos do pai, desejava que seus progenitores não fossem tão cruéis consigo quando a questão era orientação sexual de outras pessoas,  mas os mais velhos, mesmo que sejam chamados mil vezes para desmentificar certo assunto, nunca mudariam de opinião.

O vizinho tinha atraído sua atenção, ele não iria mentir para si mesmo sobre. Pensou até em ir conversar com o mesmo, estava criando coragem para ficar determinado tempo com o homem, agora depois de seus pais terem falado mal do vizinho apenas por terem desconfiado de sua sexualidade, o Kim não teria chance nem de conversar com o mesmo, nem por um curto tempo.

— Certo papai.— Taehyung falou sorrindo fraco por fim.

— Para o seu bem, não queremos que se misture com gente desse jeito.— O mais velho continuou e depois deixou a cozinha, não tendo tempo de olhar a expressão de tristeza do próprio filho.

A mãe do Kim estava procurando algo na geladeira, por isso não notou quando o Kim deixou a cozinha e foi até o próprio quarto ainda com uma expressão vazia.

Entrando no cômodo, ele não demorou a fechar a porta e trancar a mesma depois foi até a varanda e observou a casa do vizinho que estava com o portão fechado, porém a porta de sua casa estava aberta. Pensou em seus pais e na ação um pouco ridícula de ambos, não gostava nem um pouco do preconceito dos dois, por mais que ambos fossem assim, o Kim e Jae-Beom não eram influenciados pelos preconceitos dos pais, eram bem liberais em questão a quase tudo.

Meus Vizinhos [TaeKookMin]Onde histórias criam vida. Descubra agora