25- Minha mãe.

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Isso não estava acontecendo.

Só podia ser brincadeira ou estava sonhando.

Kereme: mãe, este é o Onur o grande amor da minha vida.

Clara: o que estás a falar filho?!

Perguntou furiosa.

Era a senhora Clara, se ela é a mãe do Kereme, significa que aquele velho idiota é seu pai.

Eu: Sra!!!!

Clara: não vou deixar você distruir minha família seu miserável.

Ela parte para cima de mim como uma louca, Kereme segura nela.

Eu me protegia.

Kereme: mãe te calma por favor!! O que está acontecendo?! De onde você conhece o Onur.

Clara: escuta aqui miserável, eu disse que mataria você.

Eu: eu amo o seu filho Sra Clara.

Sra Clara: do mesmo jeito que você ama o...

Ele parou, não terminou a frase.

Kereme: do mesmo jeito que ele ama???

Clara: filho isto é um erro, teu grande amor sempre foi o Ícaro, ele sim ama você.

Eu: Ícaro!!!! Do que ela está falar?!

Kereme: mãe esquece o Ícaro, eu amo o Onur e vamos nos casar.

Uma loucura entrou nela, tentou me atacar de novo.

O Kereme segura nela, eu me afasto.

Clara: eu mato você seu prostituto miserável, eu acabo com você, não vou deixar destruíres minha família.

Kereme: mãe por favor!! Se acalma. Vem comigo.

Eu estava em choque, não sabia o que fazer, não pode estar acontecendo isso comigo.

Artur: viu o que você fez?! Sai desse hospital e nunca mais volta.

Era muita coisa acontecendo, o Sr Victor é o pai do Kereme, todos esses meses que ele reclamava pelos seus problemas familiares, era tudo culpa minha.

Sai e fiquei de pé na rua, não sabia se ia pegar táxi o começar a andar.

Eu: não pode ser, não pode estar acontecendo isso. Não pode ser certo isso.

Mandei parar um táxi e ia em direção empresa do pai do Ícaro.

A imagem da senhora Clara não saia da minha cabeça, Kereme nunca irá me perdoar.

Entrei em desespero, estava ficando sem ar.

Desci o vidro da janela do carro, comecei a respirar devagar, tentando me concentrar.

Comecei a chorar.

Eu: porque eu?! Porque?! Porque para mim tudo tem que ser tão complicado?! O que eu fiz para merecer tanto sofrimento?!

- estás bem?!

Perguntou o motorista.

Eu: cara, acredito que estou amaldiçoado, só acontecem coisas ruins.

- não é verdade, se estás bem, deve ser por algo não é?!

Eu: quando eu pensava que tudo estava se resolvendo, de repente abre um buraco enorme de problemas me impedindo de seguir.

- tens que ser persistente e nunca perder a fé.

Eu: penso que nunca tive fé, aconteceram tanta coisa na minha vida que me faz pensar que não existe finais felizes.

- tenha fé, tudo vai dar certo, chorar e desesperar-se não vai te ajudar em nada. Mantém a calma e respire tranquilo, resolva seus problemas com a cabeça erguida.

Eu: muito obrigado Sr

- Carlos, mas não me chame de senhor.

Eu: tuas palavras foram de grande ajuda.

Carlos: fico feliz por isso.

Chegamos na empresa dos pais do Ícaro.

Carlos: aqui tem meu cartão, quando precisares dos meus serviços é só ligar.

Eu: vou ligar.

Disse sorrindo, era tão estranho encontrar alguém que em poucas palavras podia aliviar a dor e o desespero.

Desci do carro entrei na empresa o Ícaro estava numa reunião.

Jessica: Onur! Você por aqui?!

Eu: olá Dona Jessica, vim ver o Ícaro.

Jessica: está numa reunião, sabes como é, homens de negócios, enquanto esperamos porque não tomamos um café?!

Eu: sim dona.

Fomos nos sentar, Dona Jessica era uma mulher muito simpática, alegre, sempre estava feliz e me deixava muito animado.

Jessica: os problemas sempre vão estar ali.

Eu: não sei se um dia ele vai me perdoar.

Jessica: antes do Ícaro nascer, o meu casamento estava destruído, descobri que meu marido me traía. Eu queria me separar, sofri muito.

Eu: o que a senhora fez?!

Jessica: precisava de um tempo para pensar e organizar minha vida, Filipe me pedia desculpas e queria recomeçar, mas eu estava tão magoada que não pensava em outra coisa que não seja deixá-lo.

Depois aconteceram tanta coisa que me deixaram deprimida, e ele estava ali para mim, lutando e insistindo em nosso casamento, era difícil confiar depois de uma traição, mas acabei perdoando ele e estamos aqui. 30 anos casados e felizes.

Eu: uau!! Incrível, para mim é tudo tão difícil, parece que estou amaldiçoado senhora.

Jessica: credo!! Não fala essas coisas.

Eu: é verdade, quando penso que tudo vai bem, abre um buraco de desgraça é tudo acaba dando errado.

Jessica: não pense desse jeito.

Filipe: como vai minha rainha.

Ele se aproxima até nós.

Eu: Sr!

Filipe: como vai meu rapaz.

Ele senta na nossa mesa ao lado da sua esposa.

Jessica: vamos dar uma festa para comemorar nossos 30 anos de casado, estás convidado.

Ficamos conversando enquanto tomávamos café, era tão bom estar com eles, como seria se os meus pais estivessem aqui?!

Será que estaríamos tomando café e eu contando todos os meus problemas e rindo de tudo e de todos?!

Como desejei ter uma família assim, feliz e honesto, mas a vida só me deu espinhos, sofrimento e escuridão.

Ícaro: desculpa por ter demorado.- disse sentando.

Jessica: não te preocupes. Adorei a companhia do Onur.

Eu: eu também adorei a vossa companhia.

Filipe: temos que ir.

Jessica: ahhh já!!! Gostaria de ficar conversando com vocês mais um pouco.

Filipe: outro dia você faz isso.

Nos despedimos e eles foram embora.

Eu: o que tens para me contar?!

Ele tira uns documentos.

Ícaro: tua mãe se chama Vitória Del Rey.

Eu: se chama!!?? Ela está viva?!

Ícaro: consegui uma foto dela recente.

Ele me mostra a foto, meu queixo quase caiu.


___________ continua...

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