29- Não estamos em um enterro

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Eu: eu posso explicar.

Kereme: explica, quero saber toda a verdade.

Sra Clara: Artur vai embora.

Kereme: Artur não vai a lugar nenhum. Vamos Onur, estou esperando.

Lágrimas caiam do meu rosto. Não sabia onde começar

Eu: eu juro que não sabia que era teu pai. Eu juro.

Kereme: todos sempre tiveram razão, você não vale nada.

Sr Victor: filho por favor!!

Kereme: não me chame de filho, porque eu não tenho pai.

Eu: Kereme tudo terminou muito antes de conhecer você, nos não temos nada, essas fotos são antigas, era o meu trabalho.

Artur: que trabalho mais sujo, esse lixo não tem decência Kereme.

Ele chorava, Kereme estava sofrendo e era minha culpa.

Kereme: você sabia de todo meu sofrimento esses meses, sabias da minha angústia, da minha preocupação.

Lágrimas caiam do seu rosto, ele estava furioso.

Eu: eu juro que não sabia que ele era teu pai. Por favor acredite em mim. Descobri a pouco.

Kereme: a senhora sabia não é?!

Sra Clara: eu sabia, eu não queria que você sofresse, sempre admiraste teu pai e não queria ver você sofrer por um miserável como este.

Ele senta.

Tentei me aproximar o Artur fica na minha frente.

Eu: Kereme precisamos conversar, por favor, me deixa explicar.

Pedi aos prantos.

Kereme: vai embora e nunca mais apareça na minha frente.

Eu chorava, como sempre, era a minha maneira de esquivar a dor, chorar.

Eu: por favor Kereme!!! Eu te imploro!!

Kereme: vai embora!

Gritou ele.

Sai destroçado daquela casa, parei um táxi e fui para mansão chorando.

Entrei correndo, passei todo mundo que estava na sala, fui até meu quarto e fechei a porta.

Não demorou muito, Ash batia pedindo que eu abrisse, mas não abri.

Chorava desesperadamente, não sabia o que fazer,

Deitei e dormi, dia seguinte de manhã fui procurar o Kereme no seu apartamento.

Toquei na porta e abriu o Artur só de toalha.

Artur: o que você quer?!

Eu: quero falar com o Kereme.

Empurrei ele e entrei no seu apartamento e fui até seu quarto.

Kereme: o que estás a fazer ?!

Eu: necessito explicar tudo para ti, tens que me ouvir.

Kereme: não quero ouvir nada, sai da minha casa Onur e nunca mais quero ver você na minha vida.

Artur: você escutou ele, vai embora e nos deixe em paz.

Eu: você não te metas, Kereme precisas me ouvir, por favor?!

Eu pedia aos prantos.

Kereme: não temos nada para conversar, um lixo como você não merece minha atenção.

Me senti muito mal.

Eu: Por favor, necesito que me escutes.

Kereme: não quero escutar nada, por favor, vai embora e nunca mais volte.

Ele não iria me escutar, a única solução foi sair.

Sai do seu apartamento e fiquei andando pela rua chorando.

Um carro preto parou na minha frente, Sr Victor desceu.

Sr Victor: vem comigo, ninguém poderá nos impedir de ser felizes, não precisamos mais nos esconder.

Eu: você está se escutando?! Isso não é amor, você está doente precisas se tratar.

Sr Victor: Onur, não tens nada aqui e eu também, vamos viajar e ser felizes em outro lugar.

Ignorei ele, peguei meu táxi e fui para casa chorar entre as minhas almofadas.

DUAS SEMANAS DEPOIS.

Eu andava atrás do Kereme implorando pelo seu perdão, minha mãe está cada vez mais louca, os dois piores sujeitos, nunca mais escutei deles.

Estava cuidando da minha mãe, ela estava completamente drogada.

Era tão difícil para mim, e para ela também, imagina ter um filho de alguém que não conheces.

Talvez ser prostituto está no meu sangue, sou um lixo como todos dizem, eu podia ter seguido outro caminho, mas resolvi seguir este.

Vitória: meu filho.

Fazendo carícias em suas mãos como se tivesse um bebê.

Vitória: eu vou cuidar de você, vou te amar muito.

Eu: mãe estou aqui.

Vitória: você não é meu filho.- gritou comigo.
Meu filho lindo.

Continuo fazendo carícias em suas mãos.

Vitória: onde está meu bebê?! Meu príncipe onde estás??

Lágrimas caiam do meu rosto, ela também começou a chorar procurando seu filho, eu era seu filho, eu estava parado.

Sai destroçado daquele quarto, sentei no corredor e vi o Kereme.

Ficamos nos olhando uns minutos, eu queria ir atrás dele, mas ele virou o rosto e foi embora.

Era tão difícil tudo isso. Fui para casa, encontrei o Ash.

Ash: ainda estás desse jeito?!

Eu: não estou com cabeça para festas.

Ash: nunca fomos a uma festa de verdade, estar trancado aqui não vai fazer que o Kereme perdoe você.

Eu: só necessito estar aqui abraçando minha almofada.

Fui me deitar.

Ash: você vem comigo. Por favor Onur!!!

Eu: nunca serei feliz

Ash: pare de falar besteira.

Eu: deverias me respeitar moleque. Me abraça por favor!??

Ash me dá um abraço.

Eu: nunca me abandone por favor!

Ash: nunca irei te abandonar. Agora veste e vamos, vamos nos divertir um pouco por favor.

Eu: tudo bem.

Fui tomar banho, fiz meu asseio e fomos nessa tal festa.

Era a festa dos 30 anos de casamento do senhor Filipe e a dona Jessica, os pais do Ícaro.

Chegamos e estava cheio de gente, pessoas que nunca vi na minha vida, era tudo tão glamoroso.

Ícaro nos levou para junto dos seus pais.

Jessica: vocês vieram?!

Ela me dá um abraço bem forte.

Eu: felicidades senhora.

Jessica: estejam vontade, se divirtam.

Ícaro veio nos buscar e escolhemos uma mesa.

Ícaro: estás numa festa e não em um enterro.

Eu: desculpa, de verdade.

Ícaro: tenta distrair-te um pouco, vai te fazer bem.

Eu: vou tentar.

Pedi uma bebida bem forte, eu necessito.

_____________ continua...

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