Capítulo 10

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Capítulo 10

Quando abri os olhos eu estava em um beco, eu podia ouvir o barulho de carros passando atrás de mim, barulhos de uma cidade na minha terra. A dor que eu sentia no pé veio com tudo.

Eu percebi então tudo.

Eu não estava mais no mundo de Alaric com ele. Ele havia me enviado de volta com a promessa de voltar, mas se ele fosse morto nunca iria voltar. E eu estava em local diferente do qual eu havia saído da última vez. Onde diabos eu estava?

Eu me levantei e fui mancando até a rua movimentada. Quando eu cheguei na beira da rua eu pude absorver o local em que eu estava. Vários asiáticos passeando na calçada. Prédios enormes com grandes telões com propagandas em japonês e o pouco que eu consegui entender... Eu estava em Tóquio no Japão.

- Puta que pariu.

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Consegui ligar para meus pais foi fácil, por Tóquio ser uma cidade turística muitos falavam japonês, apesar de me olharem estranho pelas minhas roupas e meu estado. Eu conheci uma família muito amigável que me ajudou após eu contar uma história meio editada de como eu havia parado em Tóquio sem nenhum dinheiro e nada em mãos. Eles me ajudaram a cuidar do meu ferimento e me deixaram tomar banho e me deram roupas limpas, coisa que eu agradeci muito.

Keiko a filha mais velha do casal me deixou usar seu notebook para eu fazer uma ligação via Skype com meus pais. E essa sim foi a parte difícil, explicar como em questão de 4 horas, eu consegui dar a volta ao mundo para estar em Tóquio. Levou muito tempo para eu conseguir fazer com que eles realmente acreditassem em mim e não só achassem que era uma pegadinha.

Levou dois dias para eu conseguir um documento que permitisse que eu voltasse para os Estados Unidos e viajar em um avião, e depois voltar para casa. Nesse meio tempo eu contei minha real história para Keiko que ficou chocada com tudo isso, mas acreditou em mim, afinal tudo em mim provava a minha história. Afinal ela ouviu meus pais falando que eu havia saído fazia pouco tempo de casa.

Ela e seus pais foram extremamente gentis me acolhendo nesses dois dias, eu não podia agradecer a eles o suficiente por todo suporte que eles me deram. Mas viraram amigos queridos para mim e eu jamais poderia retribuir o suficiente o que eles fizeram por uma desconhecida.

Eu estava ainda processando tudo que havia acontecido, o fato de ter perdido Alaric era quase demais. Era uma dor latente em meu coração. Eu me peguei chorando mais vezes do que eu queria quando eu pensava nele, ainda mais nessa incerteza de ele estar vivo ou morto.

Quando meus pés atingiram o solo americano e eu aterrissei em Seattle eu sentia que essa loucura toda era demais. E eu carregaria as marcas para sempre. Afinal eu finalmente havia entendido o que Alaric quis dizer, eu fui abençoada por Odin, eu era como ele agora. Meus olhos que antes eram azuis agora brilhavam roxos como o de Alaric.

Eu saí da sala de desembarque e vi meus pais e Dylan que olhavam para mim felizes e ao mesmo tempo, acho que confusos. Só que naquele momento eu não queria nada daquilo, eu me joguei nos braços de minha mãe e comecei a chorar.

Agora que eu estava aqui eu tinha certeza, eu queria estar lá com ele.

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2 meses depois...

Eu estava entorpecida. Ou vivendo no automático. Esses dois meses têm sido difíceis para mim. Meus pais e Dylan eram os únicos daqui que sabiam o que tinha acontecido. Se não tivesse tanta coisa para provar a veracidade da história eles estariam rindo de mim até hoje.

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