Capítulo 1

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CAPÍTULO 1:

1939

Sábado 10:44 A.M
      Neste ano acontecia a segunda guerra mundial, a Alemanha e a França tinham declarado guerra. A Europa pegava fogo literalmente, seria uma guerra de povos, e não um conflito entre soberanos; a estrutura social foi atingida, com muita injustiça, crueldade e desespero...  E em torno de tudo isso, havia dois franceses que tinham tempo para o amor, apesar de não saberem que iriam ser perseguidos e mortos mais tarde. Em uma bela manhã de sábado Pierre e Dóris caminhavam pelo jardim de sua casa: Ele era um simples dentista que estava desempregado, sua amada apenas cuidava da residência em que viviam. O belo rapaz moreno, tinha lindos cabelos lisos que davam um belo contraste com seus olhos castanhos claro. A garota possuía longos cabelos negros cacheados e, tinha um lindo rosto corado que se assemelhava a uma boneca de porcelana. Os dois se olharam fixamente por três segundos até que Pierre quebra o silêncio:

— Diga-me querida, com tudo o que está para acontecer em nossas vidas, me amarás até o fim?
— Sim querido. Podem se passar anos, sob a tortura que me submeterem, eu vou amá-lo em outras vidas também.

      Dito isto o chão começou a tremer, gritos de desespero se seguiram pelas ruas, então Pierre tem a iniciativa de correr, na intenção de achar um lugar seguro para esconder-se com a esposa, ele escuta passos no piso da sala e vozes desconhecidas. Eles correm até o jardim, e deparam-se com dois soldados alemães. Pierre e Dóris correm novamente para as roseiras tentando salvar-se dos homens que os perseguiam. Nesse mesmo instante aqueles cruéis nazistas dispararam o gatilho de uma das suas armas. A mulher cai lentamente no chão, como se fosse um efeito de câmera lenta, sem tirar os olhos de Pierre, ela acaba morrendo. Os alemães chegam até o dentista que estava caído e sofrendo pela amada:

— Acabou, renda-se!

Ouvindo aquelas palavras, vendo o amor da sua vida morta em seus braços, ele diz:

— Tire-me a vida e poupe-me deste sofrimento.

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2014

03:30 P.M
      As pessoas querem curtir a vida sem se preocupar com o amanhã, aproveitar a juventude ao lado de amigos, namorado, paquerando desconhecidos em baladas mal frequentadas, e não pensam em como irão morrer... Esses são os adolescentes de hoje! Cheios de hormônios e sufocados com acne. O maior desejo da protagonista dessa estória, nesse momento, é de ter uma melhor amiga “humana” para dividir seus terríveis pensamentos. Que pena! Essa não será ela, pois enquanto alguns se divertem estando fora de casa e desobedecendo aos pais, a mesma está trancada no quarto com seus fiéis argumentos sobre a vida, o celular, fone de ouvido e um bom diário que há três anos vem sendo o seu único e melhor amigo.
      Esta é a Rosanne, 17 anos, mora com os pais em Copacabana, ama música. Ela sempre foi uma garota ao qual todos chamam de “estranha”, cabelos de tamanho médio, ruivo alaranjado, grandes olhos negros... Muito discreta, nada de cores fortes nem chamativas, apenas adepta ao branco e cores pastéis.
      Era sexta-feira, uma manhã nublada, fria e não havia ninguém na rua. Os pais da garota arrumam as malas para irem à casa da avó em São Paulo, ela é a única da família que fala com eles, pois todos ficaram com raiva, quando os pais dela decidiram fugir para se casar. No caminho, eles cantam alto as músicas da Ellie Golding junto com a filha. O pai dirige e imita a Ellie, quando perde o controle da direção; o carro capota três vezes, Rosanne cai pela janela, pois o cinto se solta, seus pais ficam dentro do carro. A mesma havia quebrado a perna esquerda. Ela se arrasta devagar e apoia o corpo em uma árvore para ficar de pé, e ao levantar o olhar vê o veículo em que seus pais estão, explodir diante de si. Logo, perde lentamente as forças, bate a cabeça em uma pedra e desmaia.
      Uma vida não significa NADA comparada ao AMOR que alguém daria por você, uma pessoa próxima pode te amar como ninguém poderá jamais, principalmente se esse alguém for seu pai ou sua mãe. Um sentimento puro e verdadeiro iguala-se ao de Deus pelos seus filhos. E a vida, Jesus ou até mesmo a morte lhes deram uma chance de recomeçar.

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