O diário secreto

Capítulo 4

CAPÍTULO 4:

      Em casa, a mãe do Michael se perdia em seus próprios pensamentos e confusões internas, era um jogo entre a mente realista e o coração, pois mesmo que a Liliana pensasse que ela não sabia de certas coisas que aconteceram no passado, ela sabia! E isso deixou marcas profundas na mesma, e fazia com que isso refletisse em suas ações cotidianas e até nas pessoas que faziam parte do contexto da mesma: — Preciso afastar essa Rosanne do Michael. Ela não pode se aproximar dele jamais! Tenho que mantê-la longe de um jeito ou de outro. Essa garota vai atrapalhar toda a minha vida, como a imprudente da Liliana. — Pensou.

      Alguém entra no quarto, era o Danilo. Karen que escrevia em seu diário, esconde-o rapidamente, pois ele não deveria saber do abismo que ela trazia dentro de si. Logo ele diz:

— Finalmente o Michael achou uma amiga, agora ele ficará menos solitário.
— Ah, me poupe Danilo! Ela não é boa o suficiente para ser “amiga” do Mike!
— Por que não? — Ela fica sem palavras — Vamos diga, Karen! Por que ela é da família da Liliana, é isso?
— Exatamente! Nunca vou me esquecer da sua traição. Como pôde me trair com a Liliana? E a sem vergonha se afastou de mim por causa do garoto. Ela não sabe que eu... — Danilo interrompe repreendendo-a.
— Basta. Já chega, Karen!

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      Já em casa... Mais uma vez, e a Rosanne não tirava o Michael da cabeça, apenas se lembrando dos detalhes de toda a conversa que mais cedo tivera com o garoto. Era necessário se recordar até das vírgulas que apareciam na fala dele, pois os mínimos detalhes poderiam esconder o tal “segredo” que ela tanto queria descobrir e saciar de vez a sua curiosidade. Realmente, a mente dela fazia barulho 24h por dia, sem ao menos dar-lhes um minuto de descanso: — Preciso me apressar e procurar as tais pistas, não posso perder tempo. Vou conversar mais com o Mike para ver se consigo mais alguma informação.

     Eram sete horas da noite, o dia dela tinha sido muito cansativo. Foi até o quarto da Liliana para lhe dar boa noite, mas quando abre a porta a vê derramar lágrimas. A tia estava segurando algo, mas o escondeu debaixo da cama ao ver que a menina entra no ambiente:

— Está tudo bem, Liliana?
— Sim, querida... Como foi o seu dia?
— Ótimo! Vi o Michael.
— E como ele está?
— Está tudo bem!
— Tenha cuidado, Rosanne. Só por precaução.
— Não se preocupe!

       Após encerrar o pequeno diálogo, ela sai do quarto da tia, depois de ver uma cena dessa era melhor respeitá-la em seu momento, mesmo ficando um pouco apreensiva, imaginando aquela imagem dela escondendo “algo”. Era como um filme na cabeça da menina, na verdade todo aquele episódio se repetia lentamente e sempre acompanhado de maus pensamentos!
— Mas a Liliana não seria capaz e nem tem motivos para prejudicar o Mike. — Seu coração desconfiado apertou.

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      No dia seguinte na clínica, Rosanne estava sentada em uma das janelas que ficavam de frente para o vasto jardim, observa cada detalhe com cuidado daquelas pessoas brincando e conversando com os enfermeiros que cuidavam delas. Era incrível ver o sorriso de cada um deles, pareciam não se preocupar com nada. Nesse instante, sente mãos na cintura dela, com se a envolvessem, e uma forte respiração perto do seu pescoço, virou-se e viu o Michael:

— Bom dia.
— Bom dia. Dormiu bem? — Perguntou.
— Claro! Contei as horas, os minutos, e os segundos para te ver. — Ele se aproxima, ela desce da janela e se afasta.
— Você está bem, Rosanne?
— Sim. — Ele novamente se aproxima, agarra a garota pela cintura e a beija, colocando-a contra a parede de forma que ela não pode se mover. Eles escutam passos no corredor, mas o jovem nem se importa e prossegue com o beijo, enquanto que ela o empurra. Era o Carlos, ele tinha visto tudo. Rosanne tenta disfarçar: