Capítulo 3

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CAPÍTULO 3:

      Alguém entra no quarto dele, eram quatro e meia da manhã, e o menino ainda não tinha dormido. Virou-se para ver quem estava ali: Era a doutora Rosalie, que se aproxima sorridente, atrás dela vem dois homens vestidos de branco, deveriam ser enfermeiros, logo, ela pergunta:

— Pronto para mais uma dose diária?
— Não! — Respondeu em seco.
— Querido, você quer melhorar, ou não?
— NÃO CONSIGO ME VER MELHOR. — Altera a voz.
— Cale-se, Michael! Tome o remédio. — Ela entrega um copo com água e quatro comprimidos. Ele percebeu que ela estava com raiva pelo tom de sua voz. Então, não se contive, e mais uma vez perde o controle, tendo outra crise.
— Michael, assuma o comando do seu corpo e mente! — Rosalie gritava, e os homens o seguravam, até onde podiam. O garoto que agora se debatia querendo partir para cima daquela mulher consegue se soltar, avançando para cima dela e tenta sufocá-la com as próprias mãos. No seu antebraço ele sente uma agulha penetrá-lo e algo percorria suas veias, ele sentia todo o corpo queimar, e foi perdendo as forças junto ao controle das pernas...

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— Cuidar desse garoto vai ser mais difícil do que parece, e ao mesmo tempo é como se uma força superior, ou algo do tipo o protegesse! Ele tem pressentimentos, talvez desconfie do que esteja acontecendo. Tenho que me apressar e pôr o plano da Liliana em prática ou poderá ser tarde demais. — Enquanto via o pobre garoto ser amarrado a cama, a médica cruzava os braços e apenas esperava que o mesmo pudesse ter alguma reação errada com o medicamento, mas para a grande tristeza dela, isso não ocorreu. Michael era resistente aos medicamentos que apenas mexiam com sua mente, e nada faziam ao resto do seu corpo.
— O que nós devemos fazer quando ele acordar? — Pergunta um dos enfermeiros.
— Deixe a porta aberta. Quero que ele tenha contato com os outros pacientes!

      Um segundo depois os homens que a acompanhavam deixaram-na sozinha no quarto do Michael. Ainda parada ao pé da cama, planejava como poderia agravar mais ainda o quadro do menino, mas de uma forma que ela mesma não se entregasse por deixar pistas para trás, de repente ela é chamada pelo diretor da clínica, ele queria falar com a mesma urgentemente. A médica apressa-se e vai até a sala dele, chegando lá se depara com um casal; um senhor que tinha uma postura inexplicável e uma seriedade extrema, este estava acompanhado de uma mulher negra. O chefe então explica a situação:

— Estes são: Magnus e Charlotte. Eles são médicos médiuns, vieram de longe para ajudar no tratamento dos nossos pacientes. — Rosalie sente que aquele casal iria ser uma pedra no caminho dela desde já.
— Sejam bem vindos a equipe. — Ela diz e eles baixam as suas cabeças delicadamente de forma positiva, isso sem perder a postura e nem a seriedade.

      Ela deixa a diretoria com as pernas trêmulas e suando frio, vai até a sala dela, e lá tenta ligar para a amiga Liliana:

— Amiga? Acho melhor acabar com o plano.
— Está querendo abandonar o barco agora, Rosalie?
— Surgiram dois médicos, e para completar são médiuns. Não posso fazer nada com eles por perto.
— Não me interessa! Faça tudo conforme o combinado. Eu tentarei manter a Rosanne longe do garoto.

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      Rosanne continua maquinando em sua mente, pois ela acredita que Liliana a acha uma completa tola incapaz de perceber que tinha algo a mais escondido naquela estória, e de fato, era isso mesmo, mas a garota não engoliu vírgula alguma daquelas palavras de ontem. E já sabe como vai descobrir o segredo do Michael. Isso é uma loucura completa, mas a curiosidade é maior do que ela própria...
— Não há outra saída! Vou entrar hoje à noite na casa dele, procurarei por pistas, isso quando todos estiverem dormindo, é claro.
      faltava meio dia para anoitecer, Rosanne estuda cautelosamente como entrar sem se arriscar tanto ou fazer barulho. Desce até a cozinha, e vê a tia dormindo no sofá, era o dia de folga dela. A mesma pega uma faca, uma lanterna, uma corda e coloca dentro da mochila. Pela janela dava para ver uma maneira bem fácil de invadir. Não daria para esperar... De repente ela foi interrompida:

—  Vou tomar remédio para dormir. Estou muito cansada! — Liliana disse e saiu.

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