"Para todas as coisas existem dois lado. Quando se vê a frente, não se pode ver as costas. Entretanto, pode-se escolher para qual face se olha..."...
"Fim da esperança ou noção da realidade?", esta foi a manchete que estampou o mundo depois que o caso de Oh Soohyuck chegou as mídias especulativas e deformistas da realidade. Uma onda de sensacionalismo tomou os jornais. E, então os detetives do achismo circularam as hipoteses da ignorância.
Mesmo que a polícia envolvida no caso não tivesse respostas concretas, as más línguas a tinham. Cada uma a sua versão, e vinham como se fossem as suas únicas verdades. Algumas eram tão crentes, que pareciam ser testemunhas e assistir cada parte da ação.
Se a polícia resolvesse colocar cada um desses como suspeitos por tantas informações, então teríamos uma longa investigação. A mídia distorce a realidade e a sociedade a corrempe. Não há mais respeito com a história alheia, não existe o direito de ser individual e ter seu fim escrito por si mesmo. As línguas queimam para fazê-lo como bem entendem.
O mundo que cria guerras acredita estar na razão da verdade. Quando na realidade, perdemos qualquer razão no primeiro disparo de arma. Já não existe mais seres humanos de valores intrínsecos, somos discos corrompidos, condenados a não ter a nossa versão. É isso que o mundo faz, nos transforma em veículos de mentiras para agradar suas mentes vazias.
Então vemos como nos tornarmos frios, quando a oposição política se agracia da morte de Oh Soohyuck, aproveitando o acontecido para prestar falsas condolências, enquanto em meio do discurso penoso disseminam suas campanhas. Isso apenas comprova, que somos como abutres, prontos para comer a carcaça daquilo que nos beneficia, mesmo que para nos sassear alguém tenha que morrer. Somos egoístas o suficiente para não nos importarmos.
Depois que terminei tudo o que havia para anotar, voltei para a redação, e tentei construir a notícia mais pura possível. Deixando oculto fatos que apenas aumentariam as especulações e atrapalharia as investigações. Minutos depois de torná-la pública, choveram novas notícias, cada uma escrita com a interferência do seu autor.
Geralmente, costumo encerrar meus ligamentos com aquele fato depois que o torno público. Entretanto, eu não conseguia tirar da minha cabeça as coisas que vi e sabia, além de toda curiosidade que me cercava. Era peculiar o suficiente para ser esquecido.
Uma semana havia se passado, eu consegui vaguear com minha mente entre outras coisas, porém isto estava se tornando mais forte na minha mente a cada dia. A maneira que o corpo foi encontrado, praticamente congelado na neve, as coisas peculiares que haviam em seu carro, a perícia que não conseguia encontrar nenhuma nova pista. A única coisa que tínhamos, era o que vimos, existe a possibilidade de Oh ser o único a ver o que aconteceu, talvez tudo que aconteceu tenha morrido consigo.
— Então, o que acha deste projeto Senhorita Choi? - saio dos meus devaneios quando o diretor chama meu nome, todos os olhos caem em mim, infelizmente eu estava distraída o suficiente para opinar.
— Acho que pode ter grandes resultados. - disfarço concordando.
— Tem certeza? Sempre encontra algo que a contrária...
Respiro fundo, correndo com meus olhos sobre o slide exposto. Não havia muita coisa alí. Puxo minhas anotações, os papéis estavam completamente brancos. Ao meu lado, uma mão escorrega o papel, com uma anotação em evidência, apontada pela única unha colorida na cor preta. Meus olhos correm repetindo em voz alta.
— Acho que a participação do público poderia ser mais efetiva... Se trabalharmos com fatos, devíamos deixar que trouxessem suas realidades, a final nenhuma pessoa do mesmo grupo que se insere, tem a mesma vida. Todos aqui trabalhamos com o jornal, mas a realidade de cada um é completamente diferente...

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Pandora | Kim Hongjoong
FanfictionO que parecia ser um simples sonho, era apenas a memória do passado, das vidas ao qual vivera e se esquecera. Após o presente dos deuses falhar no primeiro plano, ele chega até as mãos do destino, fazendo com que nove pessoas estejam fadadas à uma...