Capítulo 10

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Harry

       Quando acordei, senti uma dor de cabeça terrível, devido a ressaca da noite anterior.
       Espreguiçei-me, e foi nesse momento que percebi que não era o único a estar em minha cama.
Senti um corpo ao lado do meu, e rapidamente virei o rosto, para descobrir de quem se tratava.
       — Bom dia... — disse Amanda, com a voz manhosa.
Ah... Droga...
Franzi o cenho.
      — O que você está fazendo?
Ela riu.
      — Agora, estou acordando...
Bufei.
      — Sem piadas, Amanda. Estou falando sério. — apontei para ela e depois para mim —, Nós...?
Ela assentiu, com um sorriso no rosto.
Soltei um longo suspiro.
Ah... Meu Deus...!
Levantei-me, e tratei de abotoar minha camisa.
Era estranho, porque eu não me lembrava de nada da noite anterior após minha conversa com Frederick.
Frederick e Annabeth...
Argh.
Virei-me para Amanda.
        — Você poderia por gentileza, me dar um pouco de privacidade?
Ela piscou.
       — Estás expulsando-me?
Suspirei.
       — Não. Estou apenas pedindo um pouco de privacidade.
Ela bufou, levantando-se da cama e ajustando o vestido.
        — Você ainda irá arrepender-se por seu tão grosseiro comigo. — advertiu ela.
Depois de ajustar o vestido e o cabelo, Amanda rumou até a porta, fitando-me com uma careta e depois fechando a porta, fazendo um barulho estrondoso ao fazê-lo.
Eu sabia que estava portando-me como um canalha com ela. Mas não era eu quem a procurava.
Por Deus, eu nem lembrava de ter dormido com ela na noite anterior!
Além do que, estava confuso.
       Minha cabeça latejava, enquanto eu tentava encontrar meus sapatos.
Meu cheiro exalava uísque, e por isso, lavei-me, esvaindo- me de tal odor desagradável.
Passei cerca de 10 minutos, apenas fitando o jardim lá fora, pela janela de meu aposento.
Talvez fosse hora de voltar à Londres.
Seria a hora de dizer á meu pai que não iria casar-me. Sempre senti-me inapto para casamento, e agora, mais do que nunca.
Agora, diferentemente de antes, havia Annabeth Riggs, a mulher que eu amava.
Seria a melhor decisão possível.
Eu queria o título, mas a preço de quê? Da infelicidade de minha futura esposa? Não. Eu só queria uma mulher na vida, e era ela.
Recusava-me à casar com outra mulher, sabendo que meu coração pulsava por outra.
Fiz uma careta.
Meu Deus... Quando foi que tornei-me romântico?
      Suspirei e tratei de sair de meu quarto, indo até às escadas com o intuito de seguir até a sala de jantar, onde todos os demais encontravam-se.
       Quando desci o último degrau, dei de cara com Annabeth e Frederick. Ambos vinham do jardim, e estavam  tendo provavelmente, uma conversa em particular.
Soltei um suspiro e segui até a sala de jantar.
       Antes que pudesse chegar á meu destino, senti uma mão por sob  meu ombro, e ao virar-me, notei Amanda com um sorriso no rosto.
Neste mesmo momento, Frederick e Annabeth nos alcançaram, e observaram-nos intrigados.
      — Bom dia, meus caros. — disse Frederick.
Desviei os olhos dele para Annabeth, e notei seu olhar fixo em meu ombro, onde a mão de Amanda ainda estava pousada.
Arqueei uma sobrancelha e os olhos dela rapidamente desviaram-se para o chão.
     — Bom dia, Frederick. — disse Amanda, fazendo uma careta ao notar  Annabeth.
     — Tenham todos um bom dia.
Se derem-me licença, preciso retirar-me. — eu disse, já caminhando na direção da sala de jantar.
Era um absurdo ter de aturar aqueles dois juntos.
Sentia-me furioso e decepcionado. Não comigo mesmo, mas com ela
Annabeth Riggs, no final das contas, era apenas uma mulher ambiciosa e interesseira.
Ela não o amava. Eu sabia disso; Mas parecia amar o título e a fortuna que ele possuía. Era desagradável...
      Quando dei por mim, já estava na sala de estar, onde Edward e seus familiares encontravam-se.
      — Bom dia! — disse-me Elizabeth, quando ocupei a cadeira ao seu lado.
Sorri.
     — Bom dia.
Edward e Lilianna pareceram nem notar a minha presença, tendo em vista que tinham a atenção focada na filha Beth, que por sua vez, estava sob o colo da mãe.
       Os próximos a chegar foram Annabeth, Frederick e Amanda. Assim que a filha chegou, os olhos de Laura arregalaram-se e um sorriso percorreu seu rosto, ao notar que sua filha estava acompanhada de Frederick.
      Enquanto tentava lutar contra a vontade de revirar os olhos, a garota ao meu lado literalmente o fez.
Era um tanto divertido ver Elizabeth fazer tais coisas, tendo em vista sua aparência.
Com seus 13 anos, ela estava quase sempre com duas fitas verdes ao cabelo, que por sua vez, estava sempre preso em tranças.
       Assim que todos já estavam presentes à mesa, iniciamos a refeição. Uma subordinada, (Alice, se  recordo-me bem,) entrou com a comida. Observei atento, ao momento em que ela e Frederick trocaram olhares sugestivos.
      No entanto, pareceu-me que não fui o único a notar, pois arriscando um olhar para Annabeth, vi que ela também observava a cena.
      Isto era apenas um indício do quão desagradável seria a vida dela, ao casar-se com Frederick.
      Eu via nela, uma cópia fiel de minha mãe. Uma mulher qu importava-se demais com as aparências, e consequentemente, acabava tornando-se infeliz.
Se bem que... Talvez ela não fosse tão parecida com minha mãe, afinal.
Annabeth apesar de sempre tentar  ocultar, era possuidora de uma personalidade forte e destemida. Eu já havia visto de perto, tais traços transparecerem.
Era muito interessante.

Tinha que ser você - Irmãs Riggs 02Onde histórias criam vida. Descubra agora