•Call me a coward•

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No caminho para a escola Amity foi pensando na conversa que teve no café da manhã.

Toda a refeição foi desconfortável, seus irmãos pretendiam chamar a garota que ela gostava para o baile e sua mãe disse-lhe que não poderia ir acompanhada.

Para uma adolescente de 14 anos é até compreensível, a preocupação dos pais nessa idade está nas alturas. Mas o problema é que Amity, desde pequena sentiu um favoritismo por parte de seus pais nos gêmeos, e nesse último ano se tornou mais que notável.

Por que não namorar? Se apaixonar? É uma sensação tão boa. É perigosa e faz-nos cometer loucuras, é parte da juventude. Na adolescência o amor é diferente, é mais intenso, é o amor de um jovem. Amity entendia isso, mas seus pais não.

Seria ridículo ela estar apaixonada por Luz Noceda, mas ela quer que esteja tudo bem se estiver. Namorar-la seria um amor proíbido. Primeiro que seus pais não a deixam namorar e segundo que Luz é humana.

Seria como Romeu e Julieta, intenso, inesperado, desaprovado e mortal.

Os pensamentos a estavam consumindo, tirando sua última gota de sanidade, a deixando cansada, e não se fazia 2 horas que estava de pé. Para quebrar o gelo e tentar esquecer os pensamentos ruins resolveu conversar com seus irmãos traidores.

— Vocês vão mesmo chamar a Luz para o baile?

— Eu pretendo.

— Ok, primeiro, eu sei que isso é para me fazer ciúmes, Emira. Segundo, ela não aceitaria. E terceiro, você tem mais chances com a tal de Vitória... Vanessa... aquela nova amiga da Luz e que é das Rotas de Cura e Veterinária.

— O que?! Não, puts, nada haver, a gente só se falou uma vez. E parece que ela não gosta de garotas...

— Sei não visse maninha, eu sinto que aquele lá curte os dois, mas vai que. Investe nela, quando você tenta geralmente consegue.

— Obrigada Ed.

— E você Edric? Vai mesmo chamar a Luz?

— Claro, ela é super divertida, e humanos são interessantes.

— Você vai tomar um "não", bem no meio da cara, sem dó nem piedade, ríspido, seco, direto, doloroso. Se eu fosse você não perguntaria.

— Se você fosse eu iria tomar um lindo "sim" e um beijo na boca.

— Ai, pela fé, quando vocês vão parar?

— Quando você chamar ela ao baile.

— Eu não vou chamar, mesmo que eu vá querer, o que não irei. - Amity soltou um suspiro, falar, lembrar ou mencionar aquilo doía - Você ouviu o que a mamãe disse.

— E o que quê tem?

— E o que quê tem Ed? Bem, diferente de vocês eu obedeço as regras, principalmente as dadas por nossos pais.

Minha cara maninha, não é errado se ninguém ver você fazendo. E se você não souber como fazer, saiba que tem disponível ótimos professores.

— Vocês se ferram em cinquenta por cento das vezes.

Quem dedura a gente é você, que parece que fica na nossa cola o tempo todo. E tu não vê nem metade do que a gente faz.

— Vocês que não sabem fazer o negócio direito. Nem para fazer o errado da forma certa — Amity já estava vendo a fachada da Hexside, então resolveu finalizar a conversa. — Não chamem a Luz para o baile, por favor.

Call me to the danceOnde histórias criam vida. Descubra agora