Pov's Seulgi
Saía de casa em uma velocidade extraordinária,Wendy havia me chamado para ir na sorveteria junto com as meninas de última hora.
— Vai aonde,maninha? – Jisoo perguntou indo até a porta antes que eu me movesse.
— Sorveteria.. – Dei um sorriso fraco.
— Certo..Então trate de me trazer um sorvete quando voltar,caso contrário você não entra mais nessa casa. – Deu um sorriso sacana e assim que eu ia respondê-la a porta foi fechado.
— Está bem então.. – Dei de ombros e comecei a correr deixando literalmente todas as minhas forças em minhas pernas.
Enquanto corria,aproveitava para observar os locais.Nunca me cansaria de dizer o quão perfeito era aquele lugar,em questões de beleza.
Via também diversos casais andando nas calçadas,talvez fosse algo comum que eles saíssem com frequência todos os dias da semana,pois sempre que eu andava pelas ruas era quase impossível não ter a presença deles.
Tinha que admitir,era algo que eu ansiava em ter.Alguém que eu pudesse amar e que eu saberia que me amaria também.
O amor.
Uma palavra com tantos significados de certa forma bons,e ao mesmo tempo tão..assustadores.
Lembro-me perfeitamente do dia em que me assumi ser bissexual para meus pais,minha avó e minha irmã,aquele dia foi bastante tenso para mim achando que eu seria rejeitada ou algo do tipo,mas não,foi bastante diferente do que eu pensei, eles apenas me acolheram de braços abertos e afirmaram que nada iria mudar.
Antes de contar sobre minha sexualidade para minha família,lembro que eu chorava quase que diariamente me sentindo como uma pessoa abominável e suja.Infelizmente haviam pessoas que sempre me diziam que pessoas do mesmo gênero jamais deveriam se apaixonar,e no dia em que eu me apaixonei por uma garota foi como enfrentar um pesadelo do qual eu era o monstro.
Foi uma fase difícil da qual eu só consegui passar quando consegui me abrir para aqueles que eu mais confiava.
Foi como abrir meus olhos pela primeira vez quando ouvi meu pai dizer: "Não é errado amar,são as pessoas que interpretam esse sentimento de forma errada pelas pessoas que o sentem..Sexualidade não é algo que é o mais importante em uma pessoa,mas há gente que insiste em focar apenas nisso talvez por ser da "família tradicional" ou por quesitos religiosos..Mas jamais se abale,isso não vai fazer você deixar de ser minha filha ou algo do tipo,porém tome cuidado com certas pessoas que vão querer machucar você no futuro porque acredite,há pessoas perversas nesse mundo que fazem de tudo para acabar com a "doença" que eles tanto abominam."
Mal consigo me recordar da felicidade que eu senti quando,de certa forma minha sexualidade foi aceita e os pensamentos mútuos de diversos acontecimentos negativos foram cortados da minha mente assim que ouvi o discurso de que..Amor é apenas amor.
Um sentimento tão lindo,mas que poucos podem ter sem que sejam violentados com palavras ou fisicamente.
Aqueles que dizem que amor entre gêneros iguais é algo inaceitável e nojento estão cometendo um ato tão abominável quanto,quando não deixam que as pessoas usufruam de tal sentimento apenas vivendo sua vida sem machucar ninguém.
Mas,sei que o mundo nunca vai ser um poço de alegria que tantos anseiam que ele seja.
Pessoas podem sonhar,mas o nosso destino é algo inevitável e desconhecido.
— Alô?Terra chamando Seulgi! – Me assustei quando Wendy sacudiu sua mão em frente ao meu rosto.
— U-Uh,sim? – Perguntei aérea.
— Você ficou tipo, uns cinco minutos paradora aqui. – Falou como se fosse óbvio e quando olhei para os lados percebi que já estava em frente à sorveteria.
— Ah,desculpe.. – Dei um sorriso envergonhado e então ela segurou minha mão.
— Vamos entrar,tô com fome. – Falou e eu dei de ombros enquanto nos aproximávamos da mesa onde curiosamente só haviam duas pessoas.
Onde estava Irene?
Assim que nos sentamos fiquei um pouco surpresa sem a presença da mais velha ali,Wendy havia dito com todas as letras que todas estariam ali.
— Antes que pergunte.Sim,Irene não está aqui. – Yeri falou fazendo um bico com os lábios parecendo chateada.
— Eu não sei o que deu,havíamos combinado de vir aqui há uns três dias atrás. – Joy continuou bufando logo em seguida.
— Coisas planejadas demais tendem à ter altas probabilidades de ter algum imprevisto no dia marcado. – Falei sem pensar e logo corei quando todas olharam para mim.
— Como é?Fala uma língua que eu entenda,por favor. – Wendy falou.
— O que ela quis dizer é que como planejamos isso antes,tinha muitas chances de alguma de nós não podermos vir hoje por alguma merda. – Joy falou e Wendy suspirou.
— Irene disse que ficou doente,mas eu tô achando que não é ela. – Wendy falou olhando para a tela do seu celular e eu franzi o cenho.
— Por quê não seria ela? – Perguntei.
— Olha. – Apontou a tela para mim e então eu li a mensagem.
"Oi,Wendy não vou poder ir na sorveteria com vocês hoje porque fiquei doente esses dias.Mas espero que se divirtam :)."
Antes da mensagem de JooHyun consegui ver a que Wendy havia mandado.
"Cadê tu,sua viada? A gente combinou de vir na sorveteria há TREIX dias atrás,Joo!TREIX!!E CADÊ VOCÊ!!???"
Dei uma risada baixa,mas logo olhei para a loira.
— Ainda não entendi,por quê não seria ela?Não tem nada de anormal. – Perguntei confusa.
— Primeiro:Depois do que eu mandei,ela provavelmente me mandaria tomar no cu;Segundo:Irene não é de desejar que eu me divirta,ainda mais quando ela não vai estar presente;e Terceiro:Que tipo de pessoa coloca ponto no final de uma conversa entre amigas?Eu sou a irmã do coração dela e não a porra de uma chefe. – Falou cruzando os braços.
— E aqui podemos perceber que Son SeungWan consegue ver se uma pessoa é um farsante só por uma mensagem! – Yeri falou com um tom zombeteiro e a loira apenas lhe mandou o dedo do meio.
— Cala a boca aí, recém-nascida.Não devia nem estar falando ainda. – Retrucou — Mas bem,você não acha isso estranho,Seul?
— Hm..Não sei dizer. – Dei de ombros.
— Eu ainda acho que não é ela aqui. – Suspirou.
— E se formos na casa dela? – Joy sugeriu — Vamos fazer uma visita já que ela está doente,não? – Perguntou.
— Acho uma boa ideia. – Sorri.
— Então é assim? – Wendy indagou e nós três assentimos — Ok então,assim que sairmos daqui vamos levar um sorvete para alegrar o dia daquela idosa leprosa. – Sorriu.
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Monster
FanfictionBae Joohyun, ou Irene era filha de um pastor bastante reconhecido em sua cidade, junto de sua mãe eles eram a "família perfeita" aos olhos dos outros.. O que você acha que constrói uma família perfeita? A compreensão, aceitação, o amor.. Ou simplesm...