Pov's Seulgi
Em meu quarto,um silêncio até agradável havia se instalado,eu tentava fechar meus olhos e dormir porém minha mente sempre ia divagando pelas minhas memórias me lembrando da mulher da qual eu havia dado o guarda-chuva.
Ainda era um mistério para mim o por quê de eu ter lhe dado o mesmo.
Mas de qualquer forma,eu não me arrependia.
Mas tinha remorso,um remorso enorme de não poder vê-la outra vez,mesmo que eu não tenha ficado nem vinte minutos com ela.
Algo em mim gritava que eu devia conhecê-la,me aproximar e ser sua amiga,um sentimento estranho,mas bem confortante ao mesmo tempo.
Lembro-me do momento que ela havia me olhado,assustada e surpresa,mas seus olhos demonstravam um cansaço enorme e uma tristeza da qual ela tentava inutilmente disfarçar.
Eu realmente havia ficado preocupada,por algum motivo eu não a queria doente,mesmo que eu nem ao menos a conhecesse,mas assim que eu olhei em seus olhos,minha preocupação havia mudado totalmente.
Ela estava com medo de mim,e eu não tirava esse direito dela,de qualquer forma eu era uma completa estranha.Mas eu queria convencê-la de que eu não iria machucá-la, e que apenas queria ajudar,o que realmente era minha intenção.
Por algum motivo,eu havia ficado bastante feliz quando ela aceitou o "presente",se é que posso chamar assim.
Mas,de qualquer forma,era só um objeto e eu apenas quis ser gentil.
Ou talvez não..
Não sei,muitas coisas estão rondando em minha cabeça me deixando bastante confusa,mas eu acho que é apenas uma preocupação boba.
Sim,eu estou preocupada..Porque amanhã minha mãe havia dito que ela levaria eu e minha irmã mais velha em uma igreja famosinha por aqui.
Havíamos chegado de uma viagem de negócios ante ontem,e meus pais decidiram vir morar por aqui,então ainda é tudo novo para mim.
E,a tal da igreja era minha última esperança de ver aquela mulher outra vez.
Mas algo em mim dizia que nosso encontro estava cada vez mais perto,e eu decidi me forçar à acreditar naquilo.
E,durante meus pensamentos mútuos,não havia percebido que meus olhos já se encontravam fechados há todo o momento..quando menos percebi,eles foram interrompidos pelo sono.
Pov's Irene
Quando entrei em casa, dei de cara com os mais velhos,eles estavam sentados no sofá da sala.Meu pai parecia estar se divertindo,mas no rosto da minha mãe não demonstrava nenhum pingo de diversão,então constatei que o mais velho havia forçado-a a ficar ao seu lado.
— Onde estava? – Meu pai perguntou sério quando me ouviu fechar a porta.
— Por aí. – Respondi simples.
— De quem é esse guarda-chuva?Que eu me lembre você não havia levado nada. – Falou olhando para o objeto em uma fúria até então,desconhecida por mim.
— Uma..amiga me emprestou. – Falei hesitante.
— Uma amiga? – Perguntou ele.
— Sim, nós nos encontramos por acaso na rua,e como estava chovendo..ela me deu o guarda-chuva.
Eu particularmente odiava mentiras,e muito menos mentir,mas nessa situação era melhor eu cobrir a verdade se não o mais velho surtaria.
— Certo.. – Falou desconfiado.
Era completamente horrível ter que dar satisfações à ele,quero dizer,eu já sou praticamente uma adulta!Não preciso ter que estar sempre dizendo à ele com quem ando ou onde vou.
Eu me sentia um lixo quando ele dizia "Você jamais deve ter relações sexuais antes do casamento,você deve se guardar para o homem da sua vida",como se eu tivesse a obrigação de fazer o que ele bem quer.
Tinha vezes que eu tinha vontade de gritar,só para provocar mesmo "E se o homem que você tanto diz,for na verdade uma mulher!?".
É uma frase que ficou guardada em minha mente durante anos,mas nunca tive realmente a coragem de falar para ele,mesmo que fosse uma brincadeirinha,que para ele facilmente poderia ser considerada um absurdo.
Quer saber mais?Apesar de ele sempre dizer "Você vai achar o homem da sua vida,no momento certo" mas ele está sempre me apresentando para milhares de homens,até mesmo alguns perto dos seus quarenta anos.
Quando eu nasci eles tinham vinte e dois anos!já deveriam até mesmo ter se casado quando eu completei dez anos,ficar com homens mais velhos estava completamente fora de cogitação para mim.
Mas,tinha um que ele fazia questão de tentar me aproximar,seu nome era Park Bogum,um dos que mais frequentava a igreja.
Tinha vinte e um anos,e tinha uma beleza inegável.
Mas era uma beleza que não me atraía,na verdade,em meu colegial nunca fui daquelas que tinham seus respectivos "crushs",preferia ficar na minha estudando enquanto outras garotas iam matar aula apenas para ter um momento com os "garoto dos seus sonhos" apenas para se gabar de que havia ficado com ele para suas amigas.
Uma completa perda de tempo,pelo menos para mim.
Eu nunca tive vontade de me relacionar com quem quer que fosse, e duvido muito que ficarei tão cedo.Mas,não irei subestimar o destino,pode ser que eu me surpreenda.
Mas,caso algum "homem" ganhe meu interesse,deveria aprender que eu sou diferente.
E que jamais deveria tentar "montar" em mim,achando que eu sou uma pobre garota sem planejamentos.
Meu pai é o exemplo de homem que eu nunca gostaria de ficar ao lado,por isso,quero que conheçam meu lado e que vejam que a "filhinha do pastor" não é apenas uma garotinha indefesa e inocente.
Pois isso é algo que eu definitivamente não sou,e jamais serei.
— Eu vou para o meu quarto,se não se importam. – Dei um sorrisinho cínico antes de andar em passos firmes até o respectivo cômodo.
Coloquei o guarda-chuva na escrivaninha do meu quarto e então me sentei na cama,encarando o objeto que havia ganhado.
Queria sorrir,mas mordi meus lábios tentando disfarçar mesmo que ninguém fosse ver.
Duvido muito que fosse esquecer o ato generoso daquela mulher,mesmo que fosse algo pequeno,foi bastante importante para mim.
Mesmo com o susto do momento,quando olhei para ela vi que segundas intenções,era o que ela definitivamente não tinha comigo.
Ainda me perguntava o por quê de ela ter me dado o guarda-chuva,mas duvidava muito que fosse ter a resposta tão cedo.
Então,decidi parar de olhar para o dito cujo e parar de criar paranóias.
E quando me dei conta,um sorriso singelo havia se formado em meus lábios sem eu ter percebido.
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Monster
FanfictionBae Joohyun, ou Irene era filha de um pastor bastante reconhecido em sua cidade, junto de sua mãe eles eram a "família perfeita" aos olhos dos outros.. O que você acha que constrói uma família perfeita? A compreensão, aceitação, o amor.. Ou simplesm...