Sono

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Pov's Irene

Em meio a madrugada,eu estava deitada olhando para o teto enquanto cenas de minutos atrás passavam pela minha mente.

Seulgi já havia ido dormir.E eu?Mal conseguia fechar os olhos.

Eu estava paralisada,uma mistura de felicidade e arrependimento me dominavam.

— Eu beijei a Seulgi.. – Murmurei desacreditada levando minha mão para minha boca sentindo,mesmo que por alguns segundos uma vontade imensa de tê-la encostada nos lábios da mais nova outra vez.

Mas,outra vez um sentimento de culpa me possuiu.

Como vou falar isso para minhas amigas?

Meu pai?Certamente vai saber sobre isso em algum momento.

Eu sentia culpa, porquê em hipótese alguma queria que meu pai se aproximasse dela.

Eu sabia que teria terríveis consequências caso o fizesse,e Seulgi não merecia isso.

— Mas que merda.. – Rosnei — Por quê não consigo parar de pensar por um segundo!? – Perguntei para mim mesma em reprovação — Já está feito,então eu não preciso me culpar de nada! – Falei decidida.

Não é?

(...)

Já de manhã,eu ainda estava na mesma posição,com os olhos abertos e diversas coisas vagando pela minha mente não me deixando dormir.

— Omo,já está acordada? – Me assustei quando ouvi a voz de Seulgi,e logo o barulho da porta sendo fechada.

— A-Ah..Sim. – Dei um sorriso amarelo enquanto me sentava na cama,encostando minhas costas na cabeceira.

— Você..dormiu? – Perguntou e se aproximou hesitante,mas com os olhos vidrados em meu rosto me analisando descaradamente.

— Hm..Se eu disser que sim,vou estar mentindo. – Falei dando um sorriso torto,não conseguiria mentir de qualquer forma.

— Oh,por quê não dormiu? – Perguntou preocupada e se sentou na beirada da cama — Er..Foi por causa..daquilo? – Indagou parecendo triste por alguns segundos.

— De certa forma,sim. – Respondi e ela mordeu o lábio inferior — Quero dizer,não estou literalmente dizendo que foi por causa disso,mas há muitas coisas que temos que nos preocupar caso realmente queiramos continuar.

— Você se arrepende? – Perguntou e me encarou.

— Hm..Sendo sincera,um pouco.Mas não no sentido que você pensa. – Alertei.

— Se q-quiser..não p-precisamos continuar.. – Falou nervosa e eu acabei sorrindo.

— Você entendeu errado,Seulgi..Eu quero continuar,mas acho melhor mantermos em segredo por um tempo. – Falei e ela fez um bico demonstrando confusão.

— Hm,por quê exatamente? – Perguntou.

— Não sei se você lembra,mas tem um bicho que mataria você em questão de segundos,e ainda mais se souber o que aconteceu. – Falei e ela pareceu entender.

— Oh.. – Murmurou — Seria tão mais fácil se ele não fosse tão mente fechada.. – Falou baixo e logo arregalou os olhos — D-Desculpa por falar assim dele.

— Não precisa disso. – Falei dando uma risada da sua cara assustada — Na verdade,concordo com você.

— Você sabe o por quê desse preconceito todo dele?Quero dizer,ele só faltava cuspir fogo quando me viu naquele dia. – Perguntou e eu neguei.

— Nunca soube o por quê..Mas acho que no tempo dele colocaram isso naquela cabeça oca. – Dei de ombros.

— Ah,mas se ele é assim..então por que você não seguiu o exemplo dele? – Perguntou confusa — Quero dizer,ele provavelmente já disse isso à você desde pequena,não? – Perguntou.

— É diferente. – Sorri — Meu pai é completamente preconceituoso e me puxava para um lado onde ele me ensinava..como posso dizer?O lado "certo" na visão da sociedade de atualmente..Mas minha mãe me puxava para o outro lado,onde ela me ensinava que eu deveria ser o que eu quisesse,e não o que me rotulam para me tornar.Bem,em outras palavras minha mãe queria dizer "Dane-se vocês,eu vou ser quem eu sou,sem ter medo do futuro ou do que vão falar de mim".

— Hm..Sua mãe é sábia. – Sorriu.

— Sim. – Falei e respirei fundo — Sendo sincera,Seulgi..Você sentiu algum arrependimento depois do que houve ontem? – Perguntei e ela pareceu pensar,mas apenas negou.

— Não,não me arrependi. – Sorriu.

— Nem por um segundo?

— Nem por um milésimo! – Falou reforçando sua resposta e eu comprimi um sorriso — Eu não devia me arrepender de algo que me deixou feliz,não? – Perguntou.

— Hm..É,acho que você tem razão. – Falei dando um sorriso fraco,e Involuntariamente um bocejo escapou pela minha boca.

— Por quê não tenta dormir? – Deu um sorriso tímido.

— Não estou conseguindo dormir. – Falei e cocei meus olhos.

— Se quiser eu fico com você até dormir. – Voluntariou-se e se sentou ao meu lado,colocando seus pés sobre a cama.

— Obrigada. – Sorri de maneira fraca e me assustei quando senti ela me puxar para perto de si.

Quando ouvi sua respiração calma,presumi que ela estava tão cansada quanto eu e acabei comprimindo uma risada.Relaxei e fechei meus olhos,passando meu braço pela sua barriga de forma hesitante ficando acordada por alguns segundos antes de cair no sono.














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