VII - Professorzinho

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"Por vezes há que perder para ganhar."


Narrador: Munin

- Hugin, encontrei! - dou um salto enorme de alegria e quase corro até ao meu irmão mostrando lhe o livro.

- Calma.. Acalma-te. Encontraste o quê? - ele demonstra-se confuso mas olha para o livro e sorri.

- Encontrei a forma de completar o livro. Funcionou. O feitiço está completo agora.

- Como é que conseguiste?

- Cada capítulo do livro é ativado com uma coisa diferente. Este capítulo foi ativado com uma gota do sangue dela.

- O quê? Onde foste buscar o sangue dela? - ele responde talvez um pouco assustado e indignado.

- Antes de morrer, ela pediu-me para eu retirar uma amostra do sangue dela. Mas não disse o porquê. E quando ela estava prestes a morrer, ela falou para mim, não sei se te lembras, algo como "só se ganha quando se perde". Foi qualquer coisa assim. - eu encolho os ombros.

- O que ela disse foi "por vezes há que perder para ganhar". - ele corrige-me e eu reviro os olhos.

- Pronto, e eu lembrei me disso e lembrei me do sangue que recolhi, e juntei um mais um.

- Que bizarro. Quer dizer que ela já tinha isto planeado? - os seus olhos se arregalam.

- É possível. Bom, o que importa agora é que eu consegui ativar isto e podemos agora ler.

Nunca pensei dizer isto mas eu e o meu irmão sentamo-nos no sofá a ler o capítulo que nos interessa.

Depois de uns longos minutos a ler o livro, Hugin e eu entreolhamo-nos.

- Eu não entendi nada. - meu irmão fica confuso e eu suspiro de aborrecimento.

- Tu realmente não percebes nada destas coisas. - reviro os olhos. - Este feitiço apenas pode ser realizado por umas determinadas criaturas: os detentores dos elementos da natureza.

- E quem são essas criaturas?

- Ar, Água, Terra e Fogo. São quatro pessoas que detêm poderes dos respetivos elementos. - eu aponto para o livro para as respetivas imagens dos símbolos dos elementos.

- Mas eles aí dizem que existem um quinto elemento. - Hugin aponta para a última frase no capítulo.

- Sim, deve ser a ligação entre humanidade e natureza. Mas não dizem quem é ou o que é nem fala nos seus poderes nem nenhuma pista. - encolho os ombros.

- Então não deve ser importante para o feitiço.

- Calculo que não. Mas temos de encontrar essas pessoas e obrigá-las a fazer o feitiço para nós. - eu dou um murro na minha mão.

- Ou então, encontramos as pessoas e conversamos com elas e pedimos lhes educadamente para nos ajudarem. - ele fala com toda a calma do mundo.

- Ugh, acorda, estúpido! - dou lhe uma chapada na nuca e ele resmunga. - Eles são defensores da natureza, não vão querer mexer com a natureza. Nunca iriam aceitar trazer alguém de volta á vida.

- Não sabes. Podemos sempre tentar.

- Certo, tentamos das duas maneiras então. Eu vou começar a procurar. - e levanto-me do sofá voltando para o quarto.


Narrador: 

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