IX - Amigos, negócios à parte

13 2 11
                                    


"Tudo o que vai e volta, tem um preço em troca."


Narrador: Jorden

- Volta aqui, seu bastardo! - oiço Munin berrar ao longe.

Corro o mais rápido que consigo e o mais longe que posso, até finalmente parar e acalmar a respiração. Escondo me num beco qualquer de uma rua a uns quarteirões abaixo da minha e fico ali algum tempo mas passado duas horas a fome aperta. Depois de verificar se a área está segura, saio do beco mais escuro que a noite e vou até uma mercearia pequena que há no fim da rua.

Entro, pego uns bolinhos, pago os e saio comendo os devagar. Minutos a seguir, ouve-se outro estrondo enorme e pessoas a gritar por socorro. Meus olhos arregalam-se automaticamente.

São eles. Só podem ser. E de repente começa a soar uma voz quase robótica pelas ruas a dizer: - "Por cada minuto que passar, é uma bomba a explodir até tudo o que conheces ficar totalmente destruído."

Não quero ceder, mas não posso deixar as pessoas morrer indiretamente por minha causa. E eles querem algo de mim, eu tenho de descobrir o quê.

Acabo de comer à pressa, preciso de energia para o que aí vem, e corro pelas ruas tentando encontrar a origem da ameaça. Ao encontrar, fico de frente com a carrinha preta.

- Nem que eu te leve sem membros, mas tu vens connosco. - o condutor ameaça acelerar então eu apronto-me.

- Por favor, não deixes mais ninguém morrer pela tua teimosia. - o rapaz no lado do pendura grita para se fazer no meio do barulho todo.

- O problema não é a minha teimosia mas sim a vossa loucura. - eu aproximo-me da carrinha.

- Não é loucura, é amor. - ele responde rapidamente.

Eu fico estático e sem saber o que dizer de tão confuso que estou.

Amor? Eles chamam a isto amor? Eles matam por amor? Amor ao quê ou a quem? Deve ser alguém tão louco quanto eles. Eles são loucos e assassinos.

- Chega de conversa! - Munin acelera.

Eu, á primeira, assusto-me e arregalo os olhos. Ele apanhou me desprevenido. Mas não leva a melhor, ele não sabe quem eu sou.
Seguro a carrinha assim que ela vem contra mim, acabo por escorregar e ser empurrado para trás uns centímetros.

Eu juro que não quero mostrar o meu verdadeiro eu, mas se tiver de ser, eu faço-o.
À minha volta está já tudo destruído e deserto. Não tenho mais nada a perder. E eu não lhes vou perdoar pelo que fizeram.

Munin carrega ainda mais no acelerador e eu grito de raiva empurrando a carrinha fazendo com que ela se desloque uns centímetros para trás também. Até que a mesma desliga-se e eu recupero o fôlego e a postura. Eles saem da carrinha e direcionam-se a mim.

- Chega de te fazeres de forte. Entra agora!

O de cabelos escuros aproxima-se de mim, então eu adoto uma posição de ataque.
Ofereço um soco forte à cara do assassino e ele responde da mesma forma logo de seguida.

- Cuidado, Munin! - o irmão grita.

- Diz lá a verdade, o que queres de mim? - eu pergunto sério numa última tentativa de perceber o que eles querem de mim.

- Vais me ajudar a recuperar algo precioso. - ele tenta me acertar com um soco mas eu desvio-me.

- Eu não ajudo assassinos.

Bring Me To LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora