Capítulo 8

172 11 0
                                    

Desci uns dez minutos depois da minha família, como falarei com as meninas primeiro não posso descer cedo. Ao chegar na porta da sala que servirá para dar aulas a elas vi todas, as trinta e cinco de costas para mim sentadas em cadeiras com mesa e ouvindo atentamente tudo o que Sílvia diz.

— E como funcionará os encontros com o príncipe? — Uma delas perguntou, isso que Sílvia está explicando como as coisas irão funcionar por aqui.

Acho melhor intervir, a mulher já estava ficando vermelha de raiva.

— Os encontros irão acontecer quando eu puder e com quem eu quiser, mas não se preocupem darei um jeito de conhecer todas vocês. — Falei entrando e recebendo uma reverência de Sílvia seguida das outras.

— Bom dia vossa alteza.

— Bom dia, Sílvia, eu posso te atrapalhar um pouco, gostaria de conversar com as meninas por alguns minutos — falei para ela que concordou e me virei de frente para elas, algumas estavam me comendo com os olhos — Não tomarei muito tempo de vocês, afinal temos que ir tomar café.

Elas concordaram e eu fui em direção da primeira da esquerda para a direita. Ela tem olhos azul-claro e o cabelo castanho com fios loiros. A levei até um canto com alguns sofás onde esperei que ela se sentasse antes de me sentar.

Olhei-lhe e vi que estava bastante nervosa.

— Rosella não é? — Perguntei me lembrando de seu nome, esta continua aqui.

— Sim, alteza.

— Pode me chamar de Kayque — ela apenas acenou — Bem me conte um pouco sobre você?

— Bem, não tem muito o que contar, moro com meus pais, não tenho irmãos, amo tocar guitarra — levantei uma sobrancelha — Você julga que estou com um vestido preto porquê?

Dei de ombros.

— Nunca imaginei que conheceria uma roqueira em minha seleção.

— Aconteceu, eu acho.

Concordei com ela e agradeci pelo seu tempo, pedindo para chamar a moça do lado.

A próxima é ruiva, de cabelo cacheado e olhos escuros e está mais nervosa que Rosella.

— Merida, certo? — ela concordou em silêncio — Por favor me fale sobre você.

— Ajudante de cozinha — ela abaixou a cabeça como se tivesse vergonha de dizer sua profissão.

— E porque você tem vergonha disso?

— Não acredito que seja o que uma rainha precisará.

— Muito pelo contrário, muitas vezes minha mãe cozinha com minhas irmãs — ela levantou a cabeça e eu abri um sorriso tentando tranquiliza-lá — do que você gosta?

— Rosas azuis, o cheiro da chuva molhando a terra, amo comer coisas salgadas, não tem muito o que dizer sobre mim.

Acredito que ela não falará com as outras por perto.

— Está bem, pode chamar a próxima por favor — ela concordou e se levantou.

A próxima se chama Cerise, lembrei dela assim que se levantou, seu cabelo liso preto na altura dos ombros é um dos mais bonitos que já vi, ela me contou sobre sua vida e que ama ajudar os necessitados sempre que pode. Depois veio uma das duas descendentes de japonês ela disse que se chama Lonnie, veio de Dakota, gosta de comida japonesa, animais crianças, e mais umas duas coisas que não ouvi, e lá será uma das que vão embora, não faz sentido eu dar muita atenção.

Em seguida veio Kristyn, lembrei de seu nome porque ela encheu a ficha, modelo, bailarina, pintora, uma das coisas que temos em comum é o amor por livros. Depois veio Raven ela teve que me dizer seu nome, personal trainer, só come salada, não gosta de quem é esnobe e preconceituosa, mas já vi que detesta minha família só por sermos ricos e praticamente donos do país.

— Rosabella Swan, trabalho como modelo, tenho vinte e dois anos, não como doces, gosto de animais quando estão longe, e tenho alergia a flores.

Porque não a escolhi para ir embora hoje!

— Tá ok, muito obrigado, pode chamar a próxima por favor.

Assim que se levantou e olhou para mim, lembrei seu nome Ella, loira, olhos verdes, me parece mais jovem do realmente é, e só pelo jeito que me olha sei ser apaixonada desde sempre por mim.

— Bom dia alteza.

— Bom dia Ella.

— Você lembra do meu nome.

— É um dos poucos que lembro, por favor me fale sobre você.

— Bem moro no campo, no sul de Hudson, tenho dois irmãos mais velhos, minha mãe morreu quando eu tinha três anos e meu pai quando eu tinha seis, moto com meus avós, e é isso, não tem muito o que dizer.

— Sinto muito por seus pais, seus avós, eles são importantes para você?

— Muito, não consigo me ver sem eles ou sem os meus irmãos.

Como vi lágrimas se formando em seus olhos, agradeci e pedi para chamar a seguinte.

Fiquei nisso o tempo todo, os nomes que eu mais lembrava era de quem vou eliminar, mas teve uma delas que me lembrou alguém, ela se chama Elsa, tem o cabelo curto, loiro quase branco e os olhos de um azul profundo.

Ao final levei Madeline, bonita, mas não senti nada por ela, até sua cadeira e fui para a frente delas.

— Agradeço pelo tempo de vocês, eu gostaria que aquelas que pedi para ficar continuem sentadas e o restante acompanhe Sílvia por favor.

Vi as vinte garotas se levantando e as outras com um sorriso no rosto, como se eu estivesse perto da minha elite.

— Bem, eu sei que muitas de vocês gostam de mim mesmo nunca tendo nos visto, e outras querem se casar comigo devido à posição, mas receio que não será possível, durante esses minutos que tive com cada uma eu não senti nada, nenhum resquício de algo que poderia se tornar maior, por isso sinto muito, mas vocês podem ir para casa.

— Como assim podemos ir para casa, você nem nos conhece direito e está nos chutando — Audrey se não me engano, ela é a pior de todas, disse detestar quem tem preconceito, mas falou-me que uma das meninas parecia uma vaca, outra uma puta, isso que deveria falar sobre ela mesma.

— Esta é minha decisão Audrey, eu sinto muito mesmo.

Ela saiu pela sala batendo a porta, as outras fizeram uma reverência antes de saírem. Tenho que ter mais cuidado quando for falar com elas sobre isso.

Ouvi meu estômago e soube que já fiquei tempo demais ali, melhor ir tomar café.

A Nova SeleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora