Capítulo 27

90 10 0
                                    

Em vez de almoçar, convidei Elsa para uma cavalgada. Que foi muito agradável, ela me falou um pouco mais sobre a família e também sobre ela mesma. No final ainda conseguiu me roubar um beijo, de início fiquei em choque, mas depois retribui.

Com a Cerise fiz um piquenique na beira do lago, ela me fez rir tanto que eu quis ficar ali para sempre, mas tudo tem um fim e infelizmente tive que ir dormir já que teria uma reunião na manhã seguinte. Suponho que já tenho minhas três finalistas, o ruim é que não posso terminar com tudo isso agora.

Estava me preparando para dormir quando ouço batidas na porta. Quando abri me deparei com um dos guardas responsáveis pelas meninas.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Mais uma das selecionadas foi assassinada, senhor.

— Como assim? — Se mais uma delas morrer, terei que terminar com a seleção.

— Não sei como aconteceu senhor, eu ouvi gritos, mas quando consegui chegar ao quarto ela e a criada já estavam mortas.

Tirei ele da minha frente e fui para o segundo andar.

— Qual delas?

— Ramona Badwolf.

Sei exatamente quem é. Mesmo não gostando dela não é justo isso acontecer, cheguei no quarto dela e os guardas abriram as portas e o que vi lá dentro quase me fez botar o jantar para fora, ela e a empregada estavam totalmente espalhadas pelo quarto, tinha tripas, pedaços de ser humano por todo lado, o quarto estava uma carnificina só, sai de lá e vi a cara dos guardas.

— Limpem tudo e não deixem ninguém entrar.

— Sim, senhor.

— Quero que procurem algo que diga quem foi que fez isso.

Sem esperar resposta, saí dali e fui para o escritório onde meu pai já me esperava.

— Já sei que tenho que acabar com a seleção — Falei entrando.

— Você continuará até o final.

— Posso saber porquê?

— Porque eu já descobri quem é o assassino, ou melhor, assassina.

Ele apontou para o sofá perto da porta onde vi Elsa chorando.

— Como o senhor pode ter tanta certeza disso?

— Ela confessou, mas não foi ela quem matou a senhorita Badwolf.

— Foi quem então?

— Meu pai, o lorde Bruno Alagan.

Me virei novamente e a vi de pé, ainda chorando, mas muito determinada.

— Porque não conta sua história direito, Elsa — meu pai pediu.

— Sou órfã desde os cinco anos, não sei quem são meus pais, nem se estão vivos. Um homem rico da região Belcourt me abrigou e treinou para não ser uma assassina, mas sim uma ladra, pelo menos era o que eu achava até fazer dezesseis anos.

Ela seguiu contando que depois dos dezesseis foi obrigada a matar, até ele ser morto e ela ter que fugir por conta do filho dele que queria mata-lá. No resto eu não prestei atenção, mas quando ela disse que Bruno iria abriga-lá somente se ela matasse todos os conselheiros e lordes ao lado do meu pai, e também minha família, fiquei com ódio dele, mas muito ódio mesmo.

— E às duas selecionadas? — Perguntei.

— Se eu não as matasse, ele contaria a vossa alteza que matei os lordes.

— E a Senhorita Badwolf? — Meu pai perguntou.

— Me recusei a mata-lá.

— Por? — olhei bem para ela pedindo que fosse sincera.

— Porque gosto do príncipe, e Ramona era minha amiga.

Ouvimos batidas na porta e meu pai permitiu que entrasse.

— Alteza aqui esta a ficha da assassina, consegui fazer em pouco tempo, ela planejou tudo......

Ele parou de falar quando viu ter mais gente na sala.

— Vejo que veio se entregar — ele falou com um sorriso na cara.

— Sim e não, falei tudo para eles, você não pode me acusar mais.

Os dois pareciam que iam entrar em uma briga ali mesmo, quando Alagan abriu a boca para falar algo, a porta foi aberta e meu tio Vinícius entrou com uma pasta na mão e me entregou.

Abri a pasta e vi algumas coisas referentes aos antigos assassinatos, inclusive fotos do pé da pessoa.

— Somente o calçado do assassinato de hoje e maior que os antigos, e eu encontrei fotos que mostram um dos lordes vigiando as casas das vítimas.

Olhei instantaneamente para Bruno que ficara branco, o único lorde que não foi morto é ele, e as fotos batem com seu físico, assim como o pé do assassino de hoje.

Entreguei a pasta para meu pai que ao ler tudo o que havia ali ficou vermelho de raiva.

— GUARDAS! — Ele gritou, no mesmo instante, Bruno se digeriu até a janela e pulou, fui até lá e o vi descendo as trepadeiras.

— Não podemos deixar ele fugir — falei indo até a porta.

— Se depender de mim ele não vai Kayque — Elsa disse passando por mim e depois começando a correr em direção a janela.

Ela fez o mesmo que ele porém mais graciosamente, quando ela pousou no chão após rolar um pouco e se levantar aparentemente sem nada quebrado, eu reparei em sua roupa. Toda preta e justa o tipo de roupa que minha mãe usa para treinar conosco.

Olhei para a floresta e vi Bruno desaparecendo lá dentro, vários guardas estavam indo atrás dele, mas eles não estavam perto, nem Elsa estava, vão perdê-lo de vista.

A Nova SeleçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora