Capítulo 17

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Assim que terminei subi até meu quarto e escrevi um bilhete para Alexa, depois que Oliver saiu para entregar fui tomar um banho. Segui para o closet e peguei uma roupa informal, um jeans e uma camiseta de mangas compridas que arregacei até os cotovelos. Sequei um pouco meus cabelos e os deixei despenteados mesmo.

— Alteza ela disse que estará lá embaixo em alguns minutos.

Sai do closet e vi sua cara de incredulidade quando viu minha aparência.

— Kayque você não pensa em ir assim, não é? — Ele só diz meu nome quando está bravo.

— O que tem minha roupa, elas têm que me ver além do príncipe, tem que ver o Kayque.

— Eu sei, mas uma roupa assim não é usada em um encontro.

— Não enche Oliver, irei assim e pronto.

Sai sem dizer nada, não estou a fim de ouvir o sermão dele. Desci as escadas o mais rápido que pude, já que essa pequena discussão me custou uns cinco minutos.

Alexa estava me esperando no hall, com um vestido em degradê do verde-escuro até o branco, uma sapatilha branca nos pés, cabelos presos em rabo de cavalo frouxo, revelando orelhas levemente pontudas e brincos pequenos, acredito que nenhuma com quem sai até agora estava tão simples e tão bonita ao mesmo tempo.

— Boa noite alteza — disse assim que parei na sua frente e fez uma leve reverência.

— Boa noite Alexa, posso pedir uma coisa? — Ela fez que sim com a cabeça — Não se curve mais para mim.

— Por quê? Você é o príncipe devemos respeitá-lo em sua casa e também fora dela.

— Eu sei, mas quero uma esposa e não uma súdita.

— Concordo, na verdade, detesto toda essa coisa de reverência e ser toda pomposa.

Eu ri e lhe ofereci meu braço, depois que ela aceitou nos guiei até a parte de trás do jardim um lugar diferente de onde tomei café com Apple.

Dessa vez, escolhi uma parte onde o muro é cheio de rosas e tem um lago com uma ponte.

— É lindo alteza.

— Pode me chamar de Kayque.

— Tem certeza?

— Tenho sim, prefiro meu próprio nome ao meu título.

Ela concordou, quando estávamos atravessando a ponte ela olhou para baixo encontrando os diversos peixes que tem ali, de todos os tipos e tamanhos.

— Acredito que esse é meu lugar preferido do palácio agora — ela comentou.

— Também é o meu, quando não estou trabalhando com meu pai venho aqui, me ajuda a pensar.

Voltei a andar e ela me seguiu, quando viu o pano xadrez e o tanto de comida seus olhos se arregalaram.

— Um piquenique noturno?

— Pensei que fazer algo diferente às vezes seria bom.

— Isso é perfeito, bem melhor do que comer com garfos.

Ela se sentou em um canto e eu em outro, lhe disse tudo o que tinha ali.

— Fiz bolo de cenoura, torta de morango, torta de frango, cachorro-quente, sanduíche de atum e suco de laranja natural.

— Você fez? — Perguntou com uma sobrancelha erguida.

— Sim, porque a surpresa?

— Não pensei que você soubesse cozinhar.

— Bom, faz um tempo que não cozinho, mas aprendi aos sete anos com minha mãe, sabe que algumas coisas que comemos nas refeições é ela quem faz?

— Isso é incrível, me lembre de elogiá-la depois.

— Pode deixar, mas vamos só falar ou vamos comer também.

— Acha mesmo que desperdiçarei toda essa comida?

Ela pegou um pedaço da torta de morangos e mordeu, sua cara de satisfação foi o suficiente para me fazer pegar um pedaço também.

— O que você faz na sua casa? — Perguntei.

— Moro em uma fazenda, então sempre depois da aula vou ajudar meus pais na colheita de maçãs.

— Filha única?

— Não, tenho dois irmãos mais velhos e uma irmã mais nova.

— Quanto mais nova?

— Dois anos.

— Espero que ela não queira entrar para a seleção do Brendon.

— Ela disse que se você não me escolher ela entra na do seu irmão.

— Darei um jeito de você ficar até o final então, quem sabe assim ela desiste.

— Ela só irá desistir se encontrar alguém que goste dela.

— Imagino.

Continuamos conversando e comendo até não ter mais comida nem bebida, então ela me ajudou a arrumar as coisas na cesta e deitamos de barriga para cima olhando as estrelas.

— Lá em casa dá para ver muito mais estrelas.

— As luzes estão ligadas, por isso não dá para ver todas, mas quando eu era menor meus pais mandaram desligar quase todas as luzes do jardim e vínhamos deitar na grama olhar as estrelas.

— E porque não fazem mais isso?

— Acho que é por falta de tempo, principalmente da parte minha e do meu pai.

— Entendo.

— Sabe Alexa, acho que esse foi o primeiro encontro que tive de verdade, tirando o com a Cerise.

— Porquê?

Olhei-lhe e vi aqueles olhos castanhos com as bordas verdes, os olhos mais lindos que já vi, me observando.

— Porque apenas com vocês duas me senti realmente à vontade, me senti eu mesmo.

Apoiei-me no cotovelo para observá-la melhor, sei que estou me apaixonando por ela, o que deveria ser impossível, já que conversei poucas vezes com ela e só agora tivemos um encontro de verdade.

Não sei direito o que deu em mim quando percebi já estava me aproximando e lhe dando um selinho, que deveria ser apenas isso, mas se tornou um beijo de verdade.

Seu cheiro de lavanda e maçã me atingiu em cheio, acho que nunca cheirei algo tão bom, sua boca se encaixou perfeitamente na minha e nossas línguas dançavam uma dança tranquila sem pressa.

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