Norte, residência do líder.
Pezinhos se mexiam adoravelmente sobre as cobertas aquecidas, algumas feridinhas batiam contra o tecido e gemidos incômodos resoavam pelo quarto. Os pequenos pãozinhos de pele delicada estavam repletos de calos e bolhas abertas, mas não despertavam por nada o sono do ômega.
O pobrezinho se sentia tão acolhido e protegido na cama que deixou-se a ressonar como um belo bebê recém nascido.
— Ômega.
Chamados fraquinhos faziam suas orelhas vibrarem, eram doces. Carregados de carinho que só sua mãe tinha consigo.
— Mamãe? — Jimin ainda tinha os olhos espremidos, implorando que tudo que tivesse vivenciado fosse só um sonho.
Um breve silêncio foi feito e um rosnado baixo foi o suficiente para deixá-lo em pânico, tinha tanto medo de alfas. Eles iam o machucar como faziam com sua mamãe? O grande lobo negro passou por sua mente, se tremeu todinho só em pensar naquele homem o machucando. Mas ele era bom. Aquele alfa o protegeu quando nem sua própria alcatéia fazia questão disso, a sensação do pelo quentinho trouxe ronronares para sua garganta.
Tomou coragem ao abrir os olhos, um enorme macho o olhava da porta. Ele não era como os do sul, mostrava-se bem mais corpulento e bruto. Jimin tinha certeza de que um braço daquele homem o cobriria por inteiro.
O que lhe trouxe curiosidade é que ele não olhava pros seus olhos, muito menos para seu corpo. Tinha a cabeça baixa, como se o respeitasse e não o quisesse de forma alguma o intimidar. Era honesto, como se ele não fosse mais do que si. Nunca havia visto um alfa tratar um ômega assim.
— Perdoe-me assustar, eu apenas fiquei irritado. Te tiraram de sua mãe, não é? — O olhar finalmente encontrou com o seu, Jimin o achou lindo. Ele aparentava ser mais velho e era adorável a forma como os fios loiros caíam por seus olhos castanhos.
— Sim... — Falava baixinho, não conseguia ter outro tom de qualquer forma. Foi ensinado a se portar assim.
— Pobre filhote. — Seus olhos mostravam compreenssão, como se também tivesse vivenciado aquilo. — Iremos cuidar de você, o norte aparenta alfas fortes e brutos mas todos aqui são carinhosos e acolhedores.
— Quem é Jeongguk, alfa? — O ômega ainda mântia a cordialidade, com medo de que o homem o repreendesse caso o desrespeitasse.
— Oh, esse é o líder. Todos amamos ele, é um ótimo macho e cuida bem da nossa família. — Demonstrava carinho no olhar.
— Jungkook... — Depois daqueles dias torturosos, Jimin sorriu. O nome novamente o trazia conforto, fazia cócegas em sua língua.
— Eu sou Seokjin e você pequeno?
— Meu... Nome? — Normalmente, no sul, ômegas não tinham locais de fala muito menos um tratamento a se zelar, eram chamados de acordo com a casta de sua família, o marido tinha que escolher o nome que mais o agradasse.
Mas sua mãe sempre fora diferente.
— Jimin, Park Jimin.
Tinha orgulho daquela coisa tão pequena. Ser um cidadão como os outros.
— Certo, Jimin! Deve estar com fome. — O homem recebeu sua confirmação quando um ronquinho fraco saiu de sua barriga. — Fiz uma sopa nutriente pra você, fique forte, sim?
O ômega apenas concordou tímido, estava tão deslocado. No norte alfas cozinhavam, eram carinhosos, não o davam medo e não o controlavam como um verdadeiro servo. Tanta informação para sua cabecinha, Jimin já era acostumado com o abuso diário ao seus olhos esse era o correto, como o haviam forçado entender. Então por que se sentia mais confortável daquele jeito?
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Matilha.
RomanceJeon Jungkook, o líder lúpus da alcatéia do norte donde só viviam alfas, era visto como forte e destemido, mas possuía um coração frágil batendo em seu peito, um alfa com o corpo bruto que aguardava ansiosamente por alguém que pudesse o dar a benção...