Capítulo 10- Fechado, Norinha

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Hey gente! Mais um episódio publicado. Espero que gostem, esse capítulo teve um clima meio pesado, mas o próximo será mais leve, prometo. Continuem comentando, isso me motiva muito a continuar a história! Assim consigo saber também sobre quais partes que vocês acharam legais e poderei fazer mais. Boa leitura, aproveitem! Beijinhos, Mari.

Pov. Heyoon

— E ele disse — ria Sofya — "O que vocês têm comigo e a Heyoon? Acham que somos o que, um casal?".

Esta tarde, resolvi ficar na casa de minha amiga e colega de trabalho Sofya para esfriar a cabeça. Esses dias têm sido muito corridos para mim, minha mente estava para explodir.

Conversávamos sobre Lamar. Ela e eu sempre zoamos o fato de Morris ser muito desconectado, ou melhor, lerdo pra caralho. Já faz quase um ano — ou dois— que estou apaixonada por ele, sempre venho dando pistas, mas como dá para ver, ele nunca as pega.

Essa virou a piada interna do grupo.

— E alguns dias atrás — tento recuperar o ar perdido das risadas — eu disse que o amava, e ele respondeu: "eu também, best"— o imito, fazendo ambas caírem na gargalhada.

Isso nem graça tinha direito, mas já tínhamos rido tanto que nem sabemos sobre o quê mais estamos gargalhando. Isso é, na verdade, muito triste: estamos rindo da minha própria desgraça. Depois de alguns segundos recuperando o fôlego, Sofya se ajeita no sofá em minha frente e me olha fixamente.

— Não pretende contar à ele diretamente, não é?— assinto — tudo bem, tome o tempo que precisar. Aliás, quanto mais tempo, mais risadas e momentos engraçados vão surgir — ela sorri de forma fofa.

A retribui com um sorriso de lado, Plotnikova sempre tentava olhar o lado bom das coisas. Acho que esse é o motivo dela ter conseguido lidas com os anos que passou na cadeia, sempre tinha alguma coisa boa que ela ressaltasse para tentar alegrar os outros, e até si mesma. 

O momento é interrompido com a vibração do meu celular. Quem me ligava era Morris, registrado nos meus contatos como "Ursinho🐻".

— Falando nele... preciso atender, So, um segundo— levo o aparelho ao ouvido e caminho até a cozinha.

Lamar estava com a voz tremula, e revelou que Krystian já havia se decidido e que queria nos encontrar na garagem da padaria novamente. Não esperava uma resposta tão cedo, confesso. Mas mesmo assim fiquei ansiosa, desliguei o telefone e menti sobre o que eu iria fazer à Sofya.

Morris e eu não pretendíamos contar aos nossos amigos essa surpresa tão cedo, pois se alguns soubessem, seria provável que contassem a Hina, o que a magoaria muito.

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— Heyoon! Heyoon!— Lamar murmurava atrás de um poste dentro da garagem.

Lamar usava roupas pretas para não chamar atenção, enquanto eu apenas usava um óculos escuro totalmente chamativo. Stonks.

— Ele já chegou?— me aproximo.

— Ainda não... espere, aquele é ele?— aponta para um homem com uma jaqueta preta que ia até os joelhos, usava também uma boina preta e um óculos escuros pequeno.

— É sim, vamos, vamos!— cochicho caminhando agaixada.

Wang caminha até a entrada da padaria, e ao passar ao lado do meu carro, tapo sua boca e o jogo no banco de trás com força. Lamar senta no banco passageiro da frente, e eu no volante. Viro para trás e dou um sorriso sínico o encarando.

— Sentiu nossa falta, agente? Nos chamou tão rápido— seguro na arma em que escondia dentre minhas pernas.

— Podia ser menos agressiva? Eu já sei que são vocês, eu entraria no carro normalmente— resmunga.

Ó, princesa, me desculpe a inconveniência— Lamar coloca a mão no peito fingindo culpa.

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— Vamos, Sr. Wang, responda qual é sua decisão— estralo os dedos e me inclino na cadeira da sala branca, em frente ao agente.

—Fazem oito anos que meus pais faleceram. — ele dá uma breve pausa — Desde então, não tenho família. Nenhum tio, tia, avô ou avó sequer. Mas aí surgiu Hina.

Krystian sabia exatamente como sensibilizar as pessoas com suas palavrinhas. Em praticamente sua fala toda, seu rosto era tomado por uma expressão tristonha, decepcionada. Mas parece que ao falar de Hina, um jardim cheio de flores e árvores bonitas se abre em sua mente, e o deixa alegre e cheio de paixão

— Ela é a única pessoa entre sete bilhões no mundo inteiro que eu amo. E não é amorzinho que nem você e ele não— aponta para mim e Lamar debochando— é uma coisa surreal. Nunca, repito, nunca na minha vida eu acreditei que amaria tanto alguém na minha vida. 

Ao meu lado, Lamar provavelmente estava segurando suas lágrimas. Apesar de tudo, ele é uma princesinha e ursinho chorão, e eu amo isso.

— E sabe porque eu a amo? Porque é a única que está lá comigo, a única da minha família, a única em que sei que posso contar... — derruba uma lágrima entre as milhões que surfavam pelos seus olhos — e depois do que ela me disse, sobre o medo que ela tem com agentes... eu nunca vou deixar ninguém encostar um dedo nela, seja meu colega ou não.

No meio daquele discursinho brega, uma luz de esperança se realçou em mim e em Lamar. "Eu nunca vou deixar ninguém encostar um dedo nela, seja meu colega ou não" — essa frase, essa fez nossos olhinhos brilharem no fundo do poço.

— Mas não posso abandonar a missão assim tão rápido.

Merda. Comemoramos cedo demais.

— Mas proponho ser como um... como posso dizer...— olha para cima pensando — um infiltrado de vocês no escritório da CIA

Krystian dá um breve sorriso para tentar nos convencer, como esse filho da puta sempre consegue o que quer? Olhei para Lamar para tentar desvendar sua opinião pelo olhar, e o mesmo assente, dando a entender que nossas mentes pensavam a mesma coisa.

— Tudo bem. Nos conte mais, Sr. Wang — cruzo os braços e o fito.

— Tinha certeza que iria topar, senhorita Jeong. Como eu estava dizendo... continuarei meu trabalho, mas não permitirei que ninguém a machuque. 

Parecia uma boa ideia. Mas o problema seria o fato de que Wang continuaria pescando informações sobre a MASNU. Precisarei conversar futuramente com Lamar sobre isso, mas já tenho algo em mente: a segurança de Hina é a coisa mais importante aqui, se preciso, construímos uma outra máfia, mas minha irmã necessita estar segura.

— Sou profissional em manipulações, então posso impedi-los de fazer coisas arriscadas para Yoshihara — explica— espere, pode me desamarrar? Eu nem consigo me expressar direito com as mãos para trás!—resmunga balançando as mãos.

Bufo caminhando até a cadeira e desamarro suas mãos, nem tinha como Krystian escapar de alguma forma, esta sala tem uma segurança esplendida, e eu e Lamar estamos armados.

— Viu? Consegui te manipular para fazer o que quero em um passe de mágica— Wang sorri estralando os dedos.

Fiquei muito irritada, quase puxei o gatilho da minha arma, mas Lamar já previa esse ataque, então me impediu. 

— Se acha o espertão, não?— o olho nos olhos, ainda puta da vida— toma cuidado, Krystian... eu sou bem atacadinha, para a sua informação.

— Então, negócio fechado, agente Wang. — interrompe Lamar— Não conte nada para Hina ainda, não queremos que ela saiba, ela se magoará muito se souber.

— Muito obrigado, Sr. Morris— se levanta— foi um prazer encontrá-la novamente, nora— sorri estendendo a mão para me cumprimentar, mas não retribuo. Não gostei nada da ideia de usar este apelido ridículo.


𝐓𝐡𝐞 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐜𝐚𝐬𝐞 - 𝐊𝐫𝐲𝐬𝐡𝐢𝐧𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora