Capítulo 18- Preciso ir, docinho

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Olá, Criminals! Tudo bem?  Queria fazer uma pergunta rápida, me respondam nos comentários: vocês gostariam de um grupo no WhatsApp para conversar sobre a fic? Hoje vamos conhecer melhor quem é a ridícula, viada, Vitão, fura olho, vagabunda — comentários feitos por vocês — que beijou Krystian. Preparados? Boa leitura, Mari

15 de Setembro de 2014, Los Angeles, CIA

Narrador

E lá estava Krystian, no auge de seus 18 anos, começando uma nova carreira que mudaria por completo a sua vida.

O garoto trabalhava como estagiário na CIA há alguns meses, seu sonho de criança sempre foi ser um agente secreto. Porém, as coisas precisariam ser uma de cada vez, passo por passo. Seu estágio no departamento de missões duraria até sua chefe Sarah perceber que está pronto para tomar esta responsabilidade.

Wang se dedicava ao máximo para que conseguisse logo ser promovido, e poder sentar numa daquelas cadeiras de couro na cor preta, anotando coisas de missões importantes em seu Mac Book. Mas ainda estava longe, ele sentia isso.

Em sua visão, aquilo era algo que seria muito complicado de conseguir do dia para noite, foi assim que aprendeu a ter paciência — apesar de se estressar facilmente com qualquer pessoa.

— Srta. Barnes?— bateu na porta com delicadeza, segurando uma bandeja com uma xícara de café e adoçante. 

Krystian estava uniformizado, adentrando a porta da sala de sua chefe para servi-la com um belo café, feito por ele mesmo. Em sua mente, a cena parecia estúpida: um adolescente estagiário segurando uma bandeja aguardando a chefe — na qual era apaixonado por suas curvas, tom de voz e jeito— abrir a porta. Não era bem assim que imaginou como era trabalhar na CIA, porém, tinha que se lembrar do próprio discurso de aguardar até o momento certo.

— Sabia que eu amo quando me chama assim?— sorriu Sarah, observando como Wang ficava sexy usando aquele uniforme.

O que ninguém além deles mesmos sabia é que são completamente apaixonados um pelo outro. Desde que entrou na empresa, os dois se deram muito bem. — até demais— Tanto que namoram às escondidas, com medo de julgamentos dos companheiros de trabalho.

A culpa sempre ficaria para ela. A chamariam de vagabunda, vadia, apenas por estar com o amor de sua vida. A idade entre eles era de mais ou menos 6 anos de diferença — até pouco comparado com outros casais — mas o machismo dos funcionários não ligava para isso. Sarah sempre seria chamada de chefe vadia, e Wang, o estagiário interesseiro.

A conexão entre eles era tão surreal, que tinham medo de comentários como esses os machucarem ao ponto de terminarem a relação. Mas mesmo com todos esses problemas que insistiam em derrubar o casal, o amor entre eles era mais puro do que as águas de um rio cristalino.

Sempre estavam juntos, em qualquer ocasião. Em casa, no trabalho, no hospital, num jogo de futebol, em qualquer lugar. Mesmo com o grande segredo, os dois sempre se gostaram muito. 

Apesar do romance nítido, Barnes era a melhor amiga de Krystian. Os dois riam com qualquer besteira, se apoiavam nas decisões difíceis, estavam ali sempre um pelo outro.

Tudo isso em apenas meses, quase um ano.

— Como meu docinho está?— Sarah se levantou e fechou a porta, logo em seguida, fechou as persianas das janelas da sala.

— Melhor agora. — sorriu, a puxando pela cintura e dando um beijo carinhoso em seus lábios, que ele tanto amava.

Os momentos de entregar o café eram, certamente, os favoritos do dia de Wang.

— Eu preciso conversar com você, sugiro se sentar— revelou Barnes, se sentando na cadeira de sua mesa.

Krystian não gostava de conversas, pelo menos não naquele tom de voz. Ele a obedeceu, sentando com um certo nervosismo na frente da namorada.

— Bom, vamos lá...— suspirou— Ontem de tarde, a Srta. Jeong me chamou para uma reunião particular, e me fez uma proposta de emprego incrível para mim— animou-se.

Agora, ele havia ficado bem mais aliviado. Conversas sérias com Sarah — na maioria das vezes —  não foram muito boas. Mas ao ver sua expressão de animação e orgulho de si mesma, Krystian automaticamente se animou também, já que era uma das melhores sensações para ele: vê-la feliz.

— Porém, não será aqui em Los Angeles. — Barnes o olhou nos olhos, preocupada com sua reação— Eu vou morar em Paris, Krys, na França! É um cargo mais alto do que o meu atual, e o salário de lá é ótimo.

Se sentia desolado. Sua cabeça pulsava apenas de imaginar a possibilidade de nunca mais vê-la, e ela encontrar um francês rico e da sua idade que seja bem mais interessante do que ele. Mas seus olhinhos brilhavam de alegria, não tinha como impedi-la disso. Afinal, ele não manda e nunca mandaria em suas decisões. 

Mas Wang não podia mentir que estava completamente abalado, tanto emocionalmente, quanto fisicamente.

Sarah era sua única fonte de esperança e persistência atualmente. Não tinha um membro sequer na família, — pelo menos ninguém que o amasse de verdade — restava apenas ela. Sempre foi ela. 

Novamente, seu lado como bom namorado insistia em apoiá-la, e comemorar junto. Krystian forçou um sorriso e a parabenizou, se esforçando bravamente para não escapar alguma lágrima.

Mas ela conhecia Krystian Wang, ah, como conhecia. Sarah previa que não ficaria nada bem, e é por isso que o abraçou como nunca. Os dois acariciaram a ponta de seus narizes, sentindo a respiração dolorosa e fraca de ambos naquele momento tão difícil.

— Eu nunca vou te esquecer, Wang. Eu prometo que voltarei para te visitar.— murmurou em seus lábios, dando um beijo final.

E não foi o que aconteceu. Anos se passaram, e os pensamentos de Krystian estavam certos sobre nunca mais vê-la na vida. A promessa de Barnes foi quebrada.

O agora agente secreto, — que teve seu sonho realizado — se tornou depressivo e ansioso, dependente de remédios. Visitava uma psicóloga já idosa todas as quartas-feiras, para desabafar sobre o trabalho e o antigo relacionamento ainda não superado. 

E em uma dessas quartas-feiras, Wang tinha uma pauta já anotada em sua mente sobre o que iriam conversar. Estava esgotado mentalmente, queria acabar com isso de uma vez. Ele se deitou no sofá vermelho da sala da doutora, e começou:

— Sabe de uma coisa, senhora Lourdes? — desabafou— Eu estou cansado de ficar aqui me desgastando todos os dias, fudendo com a minha saúde mental para uma mulher que já me esqueceu há anos. Parece que estou aguardando um momento que nunca vai chegar.

Ele estava certo. Lourdes também já sabia disso há meses, mas não havia falado sobre ainda. Por isso, complementou:

— Isso é verdade, Krystian. Você não pode se prender a um relacionamento antigo, dentre 80 por cento de meus pacientes, 40 são pessoas não-superadas-de-um-término, sendo que a outra pessoa da antiga relação nem faz mais ideia de quem ela é!— argumentou— Por isso, o aconselho viver a sua vida, você é muito jovem para sofrer tanto por amor.

Depois daquela consulta, pareceu que uma chavinha virou dentro de seu cérebro. Wang seria um homem mudado dali para frente— só não para melhor. A única coisa que ele jamais conseguiu superar, foi seu apelido carinhoso: docinho.

Krystian virou um homem mulherengo, — nunca para relacionamentos, apenas por diversão — mandão, e acha que sempre é o certo. Não acreditava mais no amor, pois imaginava que sua única chance de ter uma vida amorosa se foi no momento que o amor de sua vida se foi também.

Sua nova chefe, Shivani Paliwal, foi alvo de seus flertes algumas vezes, mas nada comparado às funcionárias de departamentos vizinhos. Cada dia, uma delas voltava da casa de Sr. Wang no dia seguinte — porém dali para frente, ele nem sequer sabia o nome de cada uma.

Até um certo dia, Srta. Paliwal e o diretor de T.I. Noah Urrea, os ofereceram uma proposta de missão imperdível: capturar a chefe da maior máfia do Japão.

Foi ali que sua vida mudou completamente.

𝐓𝐡𝐞 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐜𝐚𝐬𝐞 - 𝐊𝐫𝐲𝐬𝐡𝐢𝐧𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora