Assim que abri os olhos tive que fechar novamente, pois uma luz forte me atingiu, tentei falar, mas minha garganta estava seca. Forcei meus olhos novamente e vi estar na enfermaria do palácio.
Olhei para os lados e não vi meus irmãos, vi uma agulha no meu braço com o soro na veia. Tentei chamar alguém, mas novamente não consegui. Tive que ficar quieta até uma enfermeira aparecer.
— Senhorita Chermont, que bom que acordou — Ela disse sorrindo para mim. — Como se sente?
Fiz um pouco de força e levei a mão esquerda na garganta, indicando estar com sede.
— Quer um pouco de água — concordei com aceno de cabeça. Ela concordou e levou um copo aos meus lábios.
Me senti muito melhor após molhar a garganta, para então poder falar.
— Meus irmãos? — Perguntei com a voz rouca.
— Vou chamá-los agora mesmo, só um minuto.
Dizendo isso ela sumiu. Depois de um tempo a porta abriu de novo, pensei ser um dos meninos, mas ao virar para o lado vi Maxon com um sorriso tímido no rosto.
— Que bom que acordou. Como se sente?
— Como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. — Respondi, ele riu e se sentou ao meu lado.
— Vim apenas dizer que já escolhi minha elite, já que três garotas morreram.
— Quais foram? — Tive medo de fazer essa pergunta, pois se uma delas fosse Hadassa, sei que não iria aguentar.
— Foram Nair, Jéssica e Helena.
Fiquei um pouco triste por elas, pois nunca me fizeram mal, mas pelo menos não foi a Dassa.
— E quem faz parte da elite?
— Isso não posso te dizer, anunciarei assim que você sair daqui.
— Então vai me deixar curiosa. — Falei levantando uma sobrancelha.
— Vou, tenho que ir, venho te ver mais tarde.
— Tá bom, avisa a Hadassa que acordei, fazendo um favor.
— Aviso, tchau. — Falou me dando um beijo na testa.
Depois que ele saiu fiquei umas duas horas sozinha, na verdade, não tão sozinha já que uma enfermeira vinha aqui a cada trinta minutos, a única coisa que comi foi uma sopa um pouco sem gosto, uma fruta e um suco de laranja natural. Não foi a melhor refeição que já fiz aqui no palácio, mas como estou em recuperação não posso comer nada muito pesado.
— Posso levar seu prato? — A enfermeira que está cuidando de mim, perguntou.
— Pode Halle, a propósito, será que você poderia pegar alguns livros em meu quarto? Estou muito entediada sem fazer nada.
— Claro, volto daqui a pouco.
Não sei em que momento, mas acredito que acabei dormindo com a demora. Abri os olhos e vi que já estava de noite, olhei para o lado e quase caí da cama de susto.
— Hadassa, será que não poderia ter avisado que estava aqui?
— Desculpa, mas você estava dormindo tão profundamente que não quis te acordar.
— Está perdoada então, mas o que veio fazer aqui?
— Uma criada estava trazendo alguns de seus livros e me ofereci, já que queria te ver.
— E onde estão meus livros? — Perguntei já que em nenhuma das escrivaninhas tinha livros. Nem no colo dela.
— Aqui — falou pegando-os do chão onde eu não podia enxergar.
— Obrigada — Falei pegando os livros. — Como estão as coisas com as outras meninas?
— Estamos todas muito assustadas, não sabemos se haverá outro ataque, nem se Maxon já escolheu a elite.
— Já escolheu sim.
— Como você sabe?
— Ele me contou.
— Quando?
— Hoje à tarde, quando veio me visitar.
— Hum.
— Nós só conversamos um pouco, nada de mais.
— E sobre o que vocês conversaram?
— Nada de mais, ele apenas me contou o que aconteceu enquanto eu estava dormindo.
— Ata, então você já ficou sabendo das meninas.
— Já sim, me sinto triste por elas.
— Eu também, mas espero que você se recupere logo. Estou muito sozinha esses dias.
— Fingirei que acredito, até parece que a Ynes não está com você o tempo todo.
— É, mas não é a mesma coisa sem você.
— Tentarei ficar boa logo então.
Ficamos conversando quase a noite toda e eu sei disso porque ela até jantou comigo. Mas infelizmente a enfermeira pediu para ela sair, pois eu tinha que descansar.
— Boa noite então, amanhã venho te ver se der tempo.
— Espera, porque se der tempo?
— Não posso falar, beijos.
Eu ia falar mais sobre isso só que não deu tempo, quando abri a boca ela já tinha saído.
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Seleção - Fanfic
FanfictionBella Chermont é uma garota de casta seis, trabalha em um das empresas mais importantes de Illéa, conhece o príncipe desde de que seus irmãos viraram guardas, nunca pensou em entrar para a seleção, mas com sua madrasta e duas filhas dela, não tem co...