Capítulo 21

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Finalmente recebi alta, depois é uma semana deitada na enfermaria, minhas pernas não estão muito bem. Aurora me levou um vestido tomara que caia verde-claro com strass e um salto bege. Peguei meus livros e sai em direção ao meu quarto, quase na metade do caminho ouvi o barulho das sirenes do palácio.

— Merda não acredito, nisso. — Falei já saindo correndo para meu quarto.

Com mais da metade do caminho percorrido acabei tombando com alguém, caindo de banda no chão, recolhi meus livros e me levantei, para só então ver que me atrapalhou.

— América! — Falei olhando para ela com surpresa, não esperava encontrar nenhuma selecionada nos corredores.

— Eu estava indo procurar uma passagem para esconderijo.

— Certo vamos juntas então — peguei sua mão e sai correndo, o que não foi fácil com os saltos.

Quando chegamos ao meu quarto ouvimos barulhos de alguém jogando as coisas no chão. Olhei assustada para América, pois eu não podia fazer nada, já que minha mão estava em uma tipóia. Comecei a dar passos para trás, quando virei para voltar a correr, a porta foi aberta e dois homens saíram de dentro do quarto.

— Olha o que temos aqui, acho que levamos a sorte grande — o mais alto deles falou, depois sorriu mostrando seus dentes amarelos.

— Aquela ali não fez com que matassem seu irmão — o outro falou apontando para mim.

— Pelo menos ela saiu machucada disso.

Fiquei com medo do que eles podem fazer, não só comigo, mas também com América. Olhei para ela e vi que está com tanto medo quanto eu, quando ela olhou para mim entendi na hora que o certo era sairmos correndo. Mas não sei se dará certo.

— Acredito que será bom se levarmos elas, assim podemos discutir com o rei o queremos para ele tê-las de volta. — O mais alto falou.

— O idiota é o príncipe com interesse nelas não o rei.

O som de luta no andar de baixo estava cada vez mais alto, e vi quando os dois se viraram um para o outro, nossa chance de fugir, puxei a mão de América e apontei para o corredor, ela concordou e saímos correndo.

Nossos altos não facilitava em nada, tropecei umas duas vezes, se não fosse América eu teria ido para no chão. Em menos de dois minutos os homens estavam atrás de nós, virei em um corredor e nos deparamos com mais um rebelde, pela sua cara já sabia do plano de seus companheiros, e mostrou seus dentes amarelo e piores que o do outro em um sorriso horroroso.

— Não tem como escapar princesinhas, vocês duas vão conosco é não adianta fazer escândalo.

Sua voz me causou arrepios, já ouvi ela uma vez na minha casa, ele estava conversando com Charlotte.

— Você vem comigo, paguei um bom dinheiro por você e não recebi minha mercadoria.

Então eu estava certa, ele esteve com minha madrasta.

— Então foi você que ouvi conversando com Charlotte.

— Isso mesmo, e você pertence a mim, por isso nós iremos embora agora, e você — falou apontando para América — é bem provável que nosso líder queira você para ele.

— Não vamos com vocês — América falou.

— Há vocês vão sim — assim que ele terminou de falar os outros dois nos agarram por trás.

Acabei derrubando meus livros no chão e sentindo uma dor terrível no meu braço esquerdo, não só pela minha mão, mas também pelo machucado que uma bala de raspão fez em meu braço.

— ME SOLTA, NÃO QUERO IR COM VOCÊS — América gritava sem parar.

Eu sabia que gritar não iria resolver em nada, pois senti isso na pele da última vez, fiquei quieta nem me mexi, se meu braço já estava doendo imagina se eu me mexesse.

Eles nos levaram para a saída e como todos os guardas estavam ocupados não nos viram, América só parou de gritar porque levou uma pancada na cabeça. Olhei em volta e vi meus irmãos não muito longe de nós — "será que se eu gritar um dos dois vai ouvir" — pensei — "não custa nada tentar".

— VINICIUS, ROBERTO SOCORRO — Gritei sem nem respirar, pois na mesma hora que gritei tapou minha boca.

Como os dois estavam juntos olharam-me ao mesmo tempo, Vinicius derrubou dois dos três homens com quem eles estavam lutando e veio correndo em nossa direção, Beto terminou com o outro e atirou no homem que estava me segurando, acertou o braço dele que afrouxou o aperto em mim, mas não me soltou.

Mais um tiro e cai no chão, vi o idiota que estava me segurando caído no chão com a mão na perna. Me levantei correndo para perto de Vinicius, já que Beto estava correndo atrás do outro com América, mas não consegui chegar nele, o rebelde que disse ser meu dono agora, me agarrou pela cintura e saiu correndo comigo direto para a floresta, meu irmão só não atirou para não me atingir, mas saiu correndo atrás de nós.

— ME SOLTA seu desgraçado, eu não sou sua propriedade.

Ele não disse nada, apenas foi para trás de uma árvore e tapou minha boca com a mão. Vinicius passou direto por nós e não ouviu meus gritos abalados.

— Você não ficará quieta, não é? — Balancei a cabeça em negativo. — Ótimo foi você quem pediu.

Vi ele sacar uma arma e imaginei o pior, mas apenas senti uma dor forte na nuca e apaguei.

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