— Não, você não pode estar vivo — Falei olhando para meu pai como se estivesse vendo um fantasma.
— É bom te ver novamente, minha filha — ele falou se aproximando de mim.
Conforme ele avançava eu ia para trás, acabei batendo minhas costas na parede e vi que não tinha mais como fugir.
— Filha, eu posso te explicar tudo, mas você precisa estar disposta a me ouvir.
— Não quero ouvir nada do que você tem a me dizer, você não sabe como foi difícil para mim todos esses anos com você longe, eu sonhava com o dia em que recebi a notícia de que você morreu, sonhava com seus carinhos, as músicas que você cantava para eu dormir. E a Charlotte me fez de escrava, eu trabalhava para ela sem receber nada em troca. Fui humilhada, desprezada e mais um monte de coisas.
— Sinto muito, muito mesmo, mas entenda que tive que fazer isso, sua mãe estava doente e sua irmã não podia ficar sozinha.
— Espera, está querendo me dizer que minha mãe está viva? — Falei com espanto não é possível que minha mãe estava viva.
— Sim, está e chega daqui a pouco para te ver.
— E essa garota aí é minha irmã?
— Sim, na verdade, sua irmã gêmea.
— Mas isso não é possível, você nunca falou dela, nem da minha mãe.
— Porque seu avô, meu pai, não quis, ele preferiu que seria melhor separar vocês duas e uma de vocês não ter a mãe por perto, decidimos que seria você, e não a Alana.
Olhei atônito para ele, quer dizer então que minha mãe e meu pai estão vivos e eu ainda por cima tenho uma irmã gêmea, e pior meu pai é o líder dos rebeldes sulistas.
— Meu avô era o líder sulista antes de você?
— Sim, eu tive que fingir minha morte quando você tinha dez anos porque seu avô morreu naquela mesma semana, como eu tinha que assumir o controle não podia ficar com você.
— Porque você se casou com Charlotte quando eu tinha cinco anos?
— Por que você precisava de uma figura materna, eu não tinha outra escolha a não ser escolher outra esposa.
— Minha mãe concordou com isso?
— No início não, assim como ela não queria se separar de você e seus irmãos. Mas meu pai não deu outra escolha.
— E meus irmãos? Eles sabem disso?
— Não é não podem saber de jeito algum.
— Porque você me sequestrou?
— Não tive outra escolha, sua mãe queria te ver e se eu não fizesse isso ela iria me entregar para o rei.
— Porque você quer derrubar a monarquia?
— Porque o que eles fazem não é justo, eu cresci no Sul e lá passamos muitas dificuldades.
— Mas isso não importa. O que custa querer conversar com eles ao invés de querer matá-los, não faz sentido algum matar eles.
— Entenda minha filha, nós precisamos fazer isso, eles nunca quiseram nos escutar.
— Você já tentou?
— Ele nunca conversou com a família real, nem seu avô.
Me virei na mesma hora em que ouvi sua voz que é idêntica à minha, vê lá na minha frente e não em fotos foi como num sonho. Corri até ela a abracei, por mim nunca mais a soltaria.
— Mamãe! — Falei com a voz embargada de choro.
— Minha filha, você não sabe como senti sua falta.
Me afastei dela para poder olhá-la melhor. Vi seus olhos idênticos aos meus brilhando por conta das lágrimas, seu sorriso enorme por me ver, eu não estava acreditando no que estava vendo.
— Sempre sonhei com você mamãe, querendo ter você comigo, ao meu lado, poder te dizer te amo.
— Eu também meu amor, mas agora estou aqui com você, e nunca mais vamos nos separar.
Abracei ela novamente, sentindo o cheiro de seu perfume, sentindo seus batimentos, percebi que realmente não era um sonho, que eu tinha minha mãe comigo.
— Tá já chega, preciso conversar com ela, Diana. — Meu pai falou.
— Conversar o que Henrique, você e seu pai me separaram dela por dezessete anos, e agora você quer que eu saia desta sala.
— Quero falar somente com ela saia, você e a Alana.
Minha mãe olhou com raiva para o marido, me deu um beijo na testa e saiu pisando duro, minha irmã nem sequer olhou na minha cara.
— Pode falar, estou ouvindo — falei.
— Sério mesmo, sem reclamações nem nada do tipo?
— Sim, pai fala logo antes que eu perca a paciência.
— Está bem, tem a ver com a seleção. — Fiquei alerta, como assim com a seleção? O que ele pretende fazer? — Você forçará o príncipe a se casar com você, mas após o casamento quem irá mandar no país serei eu.
— Você tá maluco não é, eu nunca faria nada assim, eu gosto do Maxon de verdade, não sou um monstro como você e a Charlotte.
— Como assim Charlotte?
— Ela está tentando me obrigar a me casar com Maxon apenas pelo dinheiro.
— Ela sempre jogou sujo mesmo. Mas isso não importa, ou você faz o mandei, ou acabo com a família real, você que escolhe.
Eu não tinha opção, ou magoou Maxon, ou mato ele, mas posso também contar-lhe o que está acontecendo, assim como aos meus irmãos.
— Está bem, eu faço — respondi.
— Ótimo, mandarei alguém deixar você e a outra garota na floresta perto do palácio e tem mais tenho espiões no palácio, por tanto — ele se aproximou de mim e agarrou minha garganta — se você contar para alguém precisarei matar seu namoradinho, entendeu? — Apenas balancei a cabeça, pois não estava conseguindo respirar direito.
Assim que ele me soltou e saiu da sala e desabei no chão, não estava conseguindo acreditar no que estava acontecendo, meu pai virou um monstro, minha mãe não pode falar comigo e minha irmã nem sequer olhou em minha cara, mas eu também não sinto nada por ela, se tivéssemos vivido o tempo todo juntas estaríamos como melhores amigas, mas isso não é possível, pelo menos eu acredito que não.
E o Maxon será que conto para ele ou não? Meus irmãos vão ficar loucos quando souberem que nossos pais estão vivos e que tenho uma irmã gêmea, com certeza vão querer sair atrás deles quando souberem de tudo.
— Vamos garota, eu não tenho muito tempo — um rebelde diferente dos outros que vi até agora, falou.
Levantei-me devagar, o que fez ele se irritar e me puxar pelo braço machucado, após me retirar da sala e me levar até onde América está ele colocou um pano em meu nariz com alguma substância que me fez apagar na hora.
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Seleção - Fanfic
Fiksi PenggemarBella Chermont é uma garota de casta seis, trabalha em um das empresas mais importantes de Illéa, conhece o príncipe desde de que seus irmãos viraram guardas, nunca pensou em entrar para a seleção, mas com sua madrasta e duas filhas dela, não tem co...