Idiota

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"Somos homens de uma mão só, em um mundo de individualidade e guerra"

Braços saíam das paredes e rostos deformados apareciam na minha visão, pareciam criaturas monstruosas

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Braços saíam das paredes e rostos deformados apareciam na minha visão, pareciam criaturas monstruosas. São pessoas, mas não parecem uma, Alexya não deveria ter me chamado pra jogar esse jogo tão tenebroso na casa dela. Sorte a minha que os pais de Lexy são tão gentis e hospitaleiros, me recebendo com tanto carinho e alegria ao me ver na porta da sua grande casa e que casa, com 5 quartos e 2 deles para visitas, sem contar com o sótão, o porão e a taberna onde fomos jogar vídeo game.

Minha mãe me avisou muito sobre as pessoas ricas ou como prefiro dizer, os mais favorecidos por Deus. Sempre ouvi que eles não iriam me tratar como um deles, ou que iriam me tratar como um vagabundo mal caráter só pela minha condição, porém aqui na casa de Alexya eu noto que estava realmente enganado sobre essas pessoas, já que eles são tão comuns quanto eu. Hoje notei o quanto uma família consegue ser amorosa com alguém que não compactua com seu sangue, vejo isso na forma como eles tratam a jovem Carolina, que antes de dormir tem toda a atenção da família que se senta na sala, para ouvir como foi o grande e alegre dia dela.

Hoje Carolina andou pelo jardim e viu um belo beija flor próximo a uma roseira, ela nos contou que tentou apanha-lo, mas o jovem e agiu pássaro acabou fugindo de suas mãos e voou para longe, porém a alegria no olhar e nas bochechas rosadas daquela crianças ainda continuava a cativar todos na sala, nem por um segundo ela demonstrou tristeza por ter perdido a oportunidade de ter uma espécie tão rara como animal de estimação, pelo contrário, ela nos disse que se alegrou ainda mais ao ver que ele retornou minutos depois para continuar a se alimentar das rosas, ela também completou dizendo que aquilo serviu para lhe mostrar, que não importa o que ela fizesse a natureza iria se reerguer. Carolina costumava ser muito calada, mas agora ela falava como uma garota a frente de seu tempo, isso me surpreendeu imensamente, mas apenas eu tive essa sensação, o restante da família apenas agiu normalmente.

Agora já estávamos sentados na taberna jogando novamente, já estava a noite e mesmo assim eu e Alexya continuamos jogando esse jogo de terror, somente essa noite eu já gritei e estremeci umas 5 vezes, aquelas perseguições frenéticas misturadas com a trilha sonora tenebrosa, colaboravam para que o medo fosse mais intenso, ficamos tão entretidos que mal vimos a hora passar, só notamos o quão tarde era quando o pai de Lexy o senhor Dan, entrou na taberna com um grupo de amigos do trabalho e nos pediu para que fossemos para a sala.

O senhor Dan ou Daniel, aparentava está muito cansado e um tanto estressado nesse dia, acredito que o dia que o mesmo passou no escritório na cidade de Eskol, deve ter lhe deixado daquela forma. Dan tinha olhos cativantes e muito azulados, não havia como não reparar naquele olhar era simplesmente severo, mas ao mesmo tempo tão belo que deixava quem olhasse intrigado. A senhora Eudora também é uma incrível mulher, ela e Dan pareciam feitos um pro outro, a postura e a educação daquela mulher era literalmente a coisa mais admirável nela, sem contar de suas roupas com tons avermelhados, era esplêndido e seu perfume amadeirado era o complemento que a deixava ainda mais encantadora.

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