Muito cedo!

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      Sinto calafrio quando os fiéis católicos cantam suas músicas pelas ruas, meu pai dizia que isso significava que suas canções estavam carregadas de angústia e tristeza, então aqueles que ouviam seus lamentos expressados em canto acabavam se e...

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Sinto calafrio quando os fiéis católicos cantam suas músicas pelas ruas, meu pai dizia que isso significava que suas canções estavam carregadas de angústia e tristeza, então aqueles que ouviam seus lamentos expressados em canto acabavam se entristecendo e sentindo calafrios, porém na cidade onde morávamos existia um padre que me disse que a canção causava calafrios porque atraia o espírito santo de Deus, prefiro acreditar na história do meu pai, não acho que Deus ou o seu espírito desça até a terra para arrepiar ou deixar algumas pessoas tristes com o sofrimento de seus fiéis. Agora posso ouvir o canto triste dos católicos desamparados em seu abrigo sagrado, a igreja, queria poder lhes dá aquilo que buscam, mas se Deus não os dá então quem lhes daria? Um humano qualquer é que não séria.

O dia começou de uma forma tão rápida que mal notei que já estava falando com Alexya na frente da minha casa, ela estava arrumada pronta para ir para a escola, usava óculos e uma jaqueta amarela, eu corri para me arrumar e quando sai para fora novamente, Kevin estava em pé na porta já entrando na minha casa. Alexya não estava mais na porta aparentemente estava tão apressada que esqueceu de dizer que ia na frente, enquanto isso Kevin sorria para mim na porta e se aproximava para me dá um abraço quente e forte, eu não esperava esse bom dia tão estranho e repentino, ele nem se quer me pediu desculpa pelo ocorrido de ontem e já me abraça.

- Eai Luca, eu queria ti pedir desculpas sei que fui um idiota, mas quero que saiba que não sabia que os meninos estavam tentando ti afogar!

- Cadê a Alexya? - Perguntei empurrando ele

- Ela disse que ia na frente porque eu falei que ia ti levar pra escola.

- É melhor você sair. O meu cachorro bob é valente e vai ti morder!

- Tá falando daquele roncando de sono no sofá?

- Bob!! - Gritei - Você tinha que tá protegendo a casa!

Bob sempre foi muito dorminhoco e também muito dócil, infelizmente não existia outra alternativa a não ser ir com o Kevin.

- Tá certo Kevin, eu vou com você

- Ótimo. Não vai colocar jaqueta? Tá um frio horrível lá fora.

- Eu não tenho jaqueta. - Falei batendo os dentes ao sair de casa.

- Pega a minha. Eu tenho uma reserva na minha mochila.

- Obrigado. - falei vestindo a jaqueta - Aqui é sempre tão frio?

- Aqui sempre é frio, mas existe algumas exceções, tipo ontem.

- Verdade eu lembro que a água era bem quente, antes de vocês me afogarem.

- Até quando vai ficar zangado? Já ti pedi desculpas.

Caminhamos alguns metros e rapidamente chegamos até a escola, agora me perguntava para quê eu precisava que alguém fosse comigo até a escola, era tão próxima que eu poderia vê-la da minha casa. Não quero ser hipócrita, mas mesmo guardando um certo rancor do Kevin, eu até gostei da iniciativa dele de me pedir desculpas e ainda me dá uma jaqueta emprestada, talvez eu possa perdoar ele.

Sonhos ConturbadosOnde histórias criam vida. Descubra agora