Wolf Thing

Em seu auxílio

Malia moveu o corpo, vacilante. Por um instante esqueceu-se do inimigo a sua frente. Seus olhos se ficaram no corpo de Theo, jogado no chão. Estava deitado de lado de um jeito qualquer. O cheiro de sangue que ele emanava acertou sua face como um açoite.

A Tate se distraiu com parte dos cortes que podiam ser vistos naquela posição. O ferimento parecia bem feio. Se não fosse pelos batimentos, pensaria que ele estava morto.

Um vulto avançou com pressa em direção a garota. Por puro reflexo ela percebeu, já com o lobo praticamente em cima de si. Malia foi rápida em desviar do soco que acertaria em cheio o eu rosto.

A coiote se esquivou, pulando para trás, passando a encarar o alfa com irritação. Seus olhos pareciam duas pedras de gelo, brilhantes e frios. Era claro o seu total desgosto com a ação do homem.

— Não se intrometa. Isso não é assunto seu, coiote. — Ele rosnou em advertência. Deixando seus olhos brilharem, afim de intimida-la. — eu só estou dando o que ele precisa... E quer.

O alfa afirmou. Lambendo os lábios e arreganhando os dentes num sorriso cínico.

Aquilo só fez com que raiva que a garota sentia aumentasse. Ninguém merece ser tratado como um mero objeto e ser usado. Nem mesmo o Theo.

— Vá embora, lobo... Enquanto ainda pode.

Malia avisou, erguendo o dedo em riste. Pondo-se entre o lobisomem e sua presa. Estava estava ciente de que estava diante de um lobisomem alfa. Estava ciente também de que ele estava por conta própria. Pois não tivera tempo de avisar ninguém. E não sentia nenhum outro cheiro conhecido, a não ser o de Theo.

A coiote se armou. Esperando pelo ataque.

— Qual o seu interesse nesse Ômega? — Ele murmurou. Fitando a adversária de cima a baixo. — Ele está assim a dias, cercado de lobos. Se nenhum alfa o quis, não vejo problema em eu mesmo tomá-lo.

Ele afirmou. Dando um passo a frente, mas recuou com mais um rosnado da garota.

— acha que pode chegar na minha cidade e fazer o que bem entender? — Malia irritou-se com a petulância do lobo. Sua testa estava enrugada e sua pele levemente acinzentada por conta da sua transformação parcial. — ele pode ser um ômega... — a garota olhou para o Raeken. – mas é um cidadão de Beacon... E nós os protegemos.

— nós? — o homem deu uma risada nasalada. — nós quem? Você está em desvantagem aqui. Creio que esse lobinho não será de grande ajuda.

Malia cansou-se do falatório e partiu para cima do lobo, desferindo golpes no homem que por pouco não conseguia desviar. Malia estava mais rápida, mais forte. Com seus sentidos mais aguçados desde que sugou o restante dos poderes de sua mãe. Malia chutou as costelas do lobo lhe retirando todo o ar dos pulmões, um segundo chute no joelho, o fez cair sobre os mesmo.

O alfa segurava a própria barriga. Mantinha um olhar raivoso sobre a garota, que lhe deu um soco fazendo seu rosto pender para o lado. Mais um chute e o corpo do homem caiu para o lado oposto. A garota deu as costas ao lobisomem e caminhou em direção ao corpo de Theo, indo em seu auxílio.

Quando esticou o braço apara tocar o corpo do loiro, para ver se ele ainda respirava. Seu corpo foi virado de forma brusca, e um soco foi desferido em seu rosto. O sangue que escorria de seu nariz entorpeceu seus sentidos, causando uma confusão de cheiros, sua visão ficou embaçada. assim que sua visão tomou foco, ela reconheceu seu agressor. O lobo era resistente, ela tinha que admitir. Malia podia sentir toda a raiva que o lobo estava sentindo emanar do corpo do alfa.

O homem abraçou seu pescoço com as mãos o apertando, Malia segurou o braço do Alpha com força a ponto de ouvir os ossos começarem a estalar, mas o homem não cedeu e apertou seu pescoço com força proporcional. A coiote sentia seus pulmões reclamarem pela falta de ar. Seus braços fraquejaram e penderam ao lado do corpo m

O lobisomem sorriu por ver a garota a ponto de desmaiar.

Uma garota corria em passos apressados porém silenciosos, a mesma pulou sobre um contêiner pegando impulso na peça de metal para o segundo salto, a garota empunhava uma katana. E a manuseou com maestria, cortando o ar e a costa do lobo que agredia, Malia. O corte foi fundo arrancando uivo de dor do lobo, que deixou o corpo da coiote caísse, enquanto o mesmo se contorcia de dor.

Malia massageou a garganta recuperando o fôlego, e se levantou com a ajuda da garota.

— porra, Kira, você demorou. — a Tate se recompôs.

— desculpa. — disse a Yukimura. Pendendo seu corpo para frente, curvando-se. — eu não encontrei a minha katana, então tive que pegar uma que fica no armário do meu pai.

Ela resumiu enquanto encarava o corpo do lobo, que ainda se contorcia de dor. Kira havia banhado a lâmina com acônito. O que dificultava a regeneração.

— como você perdeu uma espada? — Malia perguntou incrédula. Kira apenas deu de ombros.

— o que vamos fazer com ele? — a Yukimura perguntou ainda fitando o lobo.

— não sei... Mata-lo? — A coiote perguntou como quem não quer nada, e Kira entortou o nariz, negando com as mãos. — Tá... Vamos deixar ele aqui então.

O homem fez menção em se levantar, mas Malia pisou em seu peito, o prensando no chão.

— é melhor você dar o fora dessa cidade... E nunca mais voltar. — a garota chutou o rosto do lobo com força, o deixando desacordado.

Kira balançou a katana limpando o sangue da lâmina, enquanto Malia batia em suas roupas limpando-as... Ou tentando...

— me ajuda com isso aqui...

Malia abaixou-se e pegou um dos braços do lobo, começando a puxa-lo. Kira pegou o outro e as duas o arrastaram até o contêiner.

— vamos jogar o lixo no lixo...

A Tate riu da sua própria piada, enquanto Kira a fitava com cara de paisagem. A garota suspirou e mais uma vez pediu que Kira a ajudasse. As duas colocaram o corpo dentro do contêiner taparam colocando uma barra de ferro na tranca.

Malia aproximou-se um pouco mais da kitsune, enlaçando seus braços na cintura da Yukimura. Roubando um beijo, não se importando com o pouco de sangue que ainda escorria de seu nariz. As garotas ouviram um gemido baixinho, olharam em direção ao Loiro, que permanecia desacordado. As duas correram em direção ao corpo do Raeken. Kira o ergueu passando, o braço do loiro, por cima do seu pescoço. Malia fez o mesmo. As duas o arrastaram até o meio-fio.

— vai pegar o carro.

Malia olhou para Kira, que concordou e correu em direção ao seu automóvel. Logo a asiática retornou; Kira ajudou Malia a colocar o corpo de Theo no carro, de barriga para cima. Para não sujar o banco. Kira entrou novamente no carro, e Malia deu a volta no mesmo, sentando no banco detrás apoiando a cabeça do loiro em seu colo. 

Ela o observou com atenção e ficou preocupada com seu estado.

— não está curando... — sussurrou encarando o ferimento do loiro. Os quatro cortes que abriam seu torso.

— para onde nós vamos levá-lo?

Kira perguntou encarando a namorada pelo retrovisor, com urgência.  

Malia encarava face do loiro, parecia dormir um sono profundo. Ela acariciava suas madeixas, e fitou a companheira.

— para a casa dele... vou mandar uma mensagem para Stiles. E ligar para o Alan.

  Assim que ouviu a resposta a oriental ligou o carro e saiu dalí. Malia mandou a mensagem para o amigo. E ligou para o druida.